Sesc SP

postado em 15/04/2020

Assim vou lhe chamar

Foto reprodução /Documentário Filhos de João – o Admirável Mundo Novo Baiano
Foto reprodução /Documentário Filhos de João – o Admirável Mundo Novo Baiano

      


Ícone da música nacional, Moraes Moreira é um dos protagonistas de Acabou chorare, e-book sobre a história dos Novos Baianos e que acaba de entrar em pré-venda

 

O que torna a morte de um grande artista menos dolorosa costuma ser o legado que ele deixa. No caso do músico baiano Moraes Moreira, falecido no último dia 13, aos 72 anos, o tamanho e a qualidade de sua obra musical é inquestionável, seja pela revolução que realizou nos anos 1970 com os Novos Baianos, seja pela transformação que fez do Carnaval ao ser um dos primeiros a promover a folia em cima de um trio elétrico – inicialmente no carro de Armandinho, Dodô e Osmar –, seja por toda a trajetória em carreira solo, que se estendeu por quatro décadas. Mas uma excelente novidade para os fãs é que acaba de entrar em pré-venda o e-book Acabou chorare, escrito pelo jornalista Marcio Gaspar.

Segundo título da coleção Discos da Música Brasileira, organizada pelo crítico musical Lauro Lisboa Garcia e sob a batuta das Edições Sesc, o livro reúne entrevistas realizadas com músicos e outros artistas que formaram e transitaram pelo universo dos Novos Baianos, que, além de Moreira, tinha também Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor, Dadi e Luiz Galvão.

O nome do e-book é homônimo ao do segundo disco gravado pelo grupo e o mais célebre de seu percurso. É difícil conhecer alguém que nunca tenha escutado clássicos como "Brasil pandeiro", "Preta pretinha", "A menina dança" e a própria faixa-título. Acabou chorare tem um capítulo inteiro dedicado na obra de Gaspar, no qual o autor explica que o célebre álbum dos Novos Baianos surgiu após alguns encontros com João Gilberto, no Rio de Janeiro, dos quais vieram os arranjos “abrasileirados” de Moraes e Pepeu.

“Assim como Caetano, Gil e Gal Costa foram influenciados pela bossa de João Gilberto e introduziram a guitarra (então rejeitadas pelos tradicionalistas) junto com os Mutantes e os Beat Boys na MPB, os Novos não só absorveram essas experiências como as expandiram, inovaram na estética sonora de conjunto, na forma da letra de canção e no comportamento”, enfatiza Garcia no prefácio.

O livro narra os acontecimentos até o final do grupo, em 1978, processo que começou com o baque deixado pela saída de Moraes Moreira três anos antes. E aponta que, independente do que se seguiu com cada um dos integrantes, é inegável a enorme influência que eles exerceram na carreira de tantos outros nomes da música brasileira, como Elba Ramalho, Cazuza, Daniela Mercury, Cássia Eller, Carlinhos Brown, Skank, entre muitos mais. Marcio Gaspar também reforça que, para além da criação musical, os Novos Baianos foram decisivos no conceito de uma comunidade ligada pela arte, transmutando, hoje em dia, nos chamados coletivos.

 


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