CD Contraluz, de Marcus Siqueira
Muito ensaio e um clima daquela boa ansiedade no ar: tudo estava pronto para o concerto de lançamento do CD Contraluz, de Marcus Siqueira, que contou com repertório repleto de estreias mundiais, no Sesc Consolação.
Quando chegamos ao Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, Simona Cavuoto (violino), Peter Pas (viola) e Pedro Gardelha (contrabaixo) ainda ensaiavam no palco um dos Trios para violino, compostos especialmente para a violinista e esposa de Marcus Siqueira. Nos quatro trios apresentados no concerto (são sete ao todo) o público já pode tomar contato com diferentes aspectos do trabalho de Marcus, que nesse ciclo procura explorar as diferentes relações do violino com os demais instrumentos.
As obras foram seguidas por Bouquet, criação que demandava o posicionamento de doze estantes com partituras de maneira que a violinista se deslocasse pelo palco durante a interpretação da peça. A composição foi feita para uma pessoa com a qual Marcus se relacionou pela internet e que nunca chegou a conhecer pessoalmente, para quem quis apresentar a linguagem da música contemporânea e suas possibilidades. O resultado é uma obra que une o aspecto íntimo e pessoal a um passeio sonoro pelas diferentes linguagens atuais da música de concerto, incluindo uma referência a seu mestre Willy Corrêa de Oliveira.
A inédita Teclas 4 – The Tempest, para piano solo, foi interpretada de forma marcante por Maurício de Bonis e, na sequência, o próprio Marcus Siqueira regeu sua a primeira composição eletroacústica: Prigionieri di um sogno nelle carceri di Piranesi encerrou o concerto.
Antes do concerto, conversamos com Marcus A. Bittencourt, responsável pelo design da parte eletrônica, que nos explicou qual seria seu papel nesta interpretação: “live electronics é um modo de trabalhar onde a gente gera uma parte eletroacústica ao vivo a partir de coisas que acontecem no palco e a partir de coisas pré-gravadas”. Pianista, formado pela USP (na mesma turma que Marcus Siqueira), mestre e doutor em composição pela Universidade de Columbia, Bittencourt teve seu primeiro contato com a técnica na universidade americana, que foi uma das pioneiras em composição em eletroacústica na década de 50.
A luz mais baixa de todo o teatro e do palco ajudou os espectadores – alguns célebres da música contemporânea como Olivier Toni, Flô Menezes e Sérgio Kafejian e um conhecido da música popular, Carlos Careqa – nesta viagem musical, muito aplaudida.
Programa:
TRIO I (QUADROS) (estreia mundial)
Para Violino, Viola E Contrabaixo
Simona Cavuoto – Violino
Peter Pas – Viola
Pedro Gadelha – Contrabaixo
TRIO III (LINHAS) (estreia mundial)
Para Violino, Flauta E Requinta
Simona Cavuoto – Violino
André Cortesi – Flauta Em Sol
Sérgio Burgani – Requinta
TRIO IV (SIJÔ) (estreia mundial)
Para Violino, Trompete e Percussão
Simona Cavuoto – Violino
Adenilson Telles – Trompete
Ricardo Bologna – Percussão
TRIO VI (UM SOPRO) (estreia mundial)
Para Violino, Escaleta e Conduíte
Simona Cavuoto – Violino
Maurício De Bonis – Escaleta
Ricardo Bologna – Conduíte
BOUQUET
Para Violino e Piano
Simona Cavuoto – Violino
Felipe Scagliusi – Piano
TECLAS Nº 4 - THE TEMPEST (estreia mundial)
Para Piano Solo
Maurício De Bonis – Piano
PRIGIONIERI DI UM SOGNO NELLE CARCERI DI PIRANESI (estreia mundial)
Para Violino, Flauta, Clarineta, Piano e Eletrônica em Tempo Real
Simona Cavuoto – Violino
André Cortesi – Flauta
Sérgio Burgani – Clarineta
Felipe Scagliusi – Piano
Marcus A. Bittencourt – Programação e Operação de PD (Live)
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