Sesc SP

postado em 10/02/2016

O Fim do Mundo, Enfim

fim do mundo capa

O Selo Sesc coloca na praça seu mais novo lançamento: DVD Fim do Mundo Enfim, com documentário com imagens de '82 e show do festival de 2012 - um marco do punk brasileiro devidamente registrado! 



O calendário maia provalmente não previu dessa forma, mas, em 2012, o mundo acabou. Ou melhor, terminou de acabar.

Havia começado lá em 1982, quando o recém-inaugurado Sesc Pompeia, abrigou o festival "O Começo do Fim do Mundo", reunindo bandas punks de São Paulo e do ABC - coisa que não era simples de se fazer.

 

"A gente conseguiu fazer o festival num momento que o movimento estava em baixa. Havia muita treta de gangue, o pessoal da capital e do ABC não se bicava, ninguém se falava direito"
- Ariel, Inocentes e Restos de Nada.

 

Não havia comunicação, não havia lugar para o pessoal da chamada Turma da Carolina tocar, e o Cólera bradava "sem futuro!". No entanto, alguém teve a ideia: se são todos garotos, a maioria empregados do comércio, porquê não tentar o Sesc? Essa pessoa, era Antonio Bivar, escritor e dramaturgo de intensa biografia associada à contracultura e que, na época, havia escrito "O Que é Punk", pela Editora Brasiliense

 

"O Sesc? Só o Bivar mesmo pra ter essa ideia. O Sesc era de outro mundo pra gente. Muitas coisas eram de outro mundo pra gente. A gente era da periferia"
- Callegari, Condutores de Cadáver.

 

O que se seguiu a isso foram 2 dias em que o bairro das Perdizes foi tomado pelos alfinetes, pelos moicanos, por uma juventude que não estava a fim de se meter com o que fosse mainstream, vendido, e que ralava sem previsão de diversão. Pois aconteceu, e aconteceu de novo, em 2012. 

 

O festival "O Fim do Mundo, Enfim" colocou as bandas pra tocar dentro da Choperia do Sesc Pompeia, reafirmando para os jovens de hoje e para os jovens-com-30-anos-a-mais, de outro tempo, que as coisas seguem, se fortalecem e os inimigos de sempre continuam por aí. Ainda é importante perguntar, como fez o Olho Seco, "haverá futuro?", continuar a tocar, a fazer as coisas no espírito do 'faça-você-mesmo' e, mais importante ainda, é preciso fazer legitimar a voz de quem não está ao centro.

O Selo estava lá e agora coloca na praça o DVD com documentário contendo imagens e depoimentos, de '82 e 2012, além do show das bandas em 2012. 

 

"Se falasse, lá atrás, que a gente ia completar 30 anos de banda, de festival, ninguém ia acreditar"
- João Gordo, Ratos de Porão.

 

Pois aconteceu. E foi importante - portanto, monte uma banda e grite! Uma hora o mundo acaba.

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