Ah, lá! Quem não conhece esse grito?
Já tocou o terceiro sinal e a criançada vai logo se ajeitando (aham) na poltrona! Pois bem, o que vem agora é uma mistura quase infalível de música, teatro e palhaçaria colocada aos pequenos ouvidos pelo Selo Sesc. O lançamento será no Dia das Crianças (12/10) no Sesc Pompeia, mas quem já adianta essa brincadeira é o fã número um da Orquestra Modesta: Dib Carneiro Neto.
"A encantadora Orquestra Modesta acerta em cheio na fórmula 'palhaço + música + teatro'. Canções para Pequenos Ouvidos, o espetáculo, encaixa-se no conceito de teatro para todos – agrada do neto ao avô, graças ao seu astral contagiante, sua alegria em primeiro lugar. Um maestro espera pelos músicos, mas eles acabam perdendo o avião e não chegam. Um grupo de quatro palhaços surge e decide assumir o lugar dos músicos de verdade.
Eis que temos agora o registro das canções para ouvir em casa, quantas vezes a gente quiser, e animar nossas baladinhas e nossas festas de aniversário e nossos encontros com amigos. Alegria do começo ao fim. Sem contar a infinidade de instrumentos musicais, desde os mais conhecidos (violão e bateria) até os mais novos e inusitados – fazendo do álbum uma boa pedida para escolas interessadas na iniciação musical de seus alunos.
Fernando Escrich, um dos nomes de maior destaque do setor de palhaçaria em São Paulo (esteve 20 anos à frente dos Doutores da Alegria), foi quem compôs a maioria dessas músicas deliciosas, com refrãos que funcionam tão bem e nos fisgam de cara. Incrível observar como, fora do palco, as músicas também sobrevivem, de forma independente, como hits feitos para a gente cantar e dançar.
A empolgante Dó Ré Mi Fá Sol Si Lá, por exemplo, faz a apresentação dos integrantes da Orquestra e seus instrumentos.
Segredinho, por sua vez, remete à fase dos namoricos pueris, hoje ditos ‘crushes’.
Atrasadinha Estressadinha e Passa o Tempo falam da relação diversa que a gente tem com o tempo quando é criança e depois como adultos.
Qual é a criança que não fica resistindo a entrar no banho e, depois que está na água, não quer mais sair? Pois isso está na letra de O Banho, com seu incrível poder de identificação e empatia.
Carimbó do Peixe Folgado, de Henrique Rímoli (o palhaço Dus Cuais), brinca com as acepções da palavra ‘nada’ e com os nomes de peixes (espada, elétrico etc).
A Fazendinha, composta por Eduardo Rios, surge despretensiosa para falar dos sons dos animais – e, de quebra, tem um refrão impagavelmente simples e eficiente: “Foi assim, foi assim, foi assim, foi assim!” Quem vai resistir e não cantar junto?
Vovó Tem Um Pé de Milho Lá no Fundo do Quintal, que coisa genial!, explora os numerais e a sempre infalível aventura de visitar a casa das avós.
A divertidamente onomatopaica Marchinha da Orquestra Modesta nos convida para dançar! E por aí vai. Uma delícia de CD.
Mas e aí? Isso tudo parece fácil, mas difícil de tocar? Qual nada. O bailinho vai começar.
Começa! Começa! Começa!"
Ouça o CD aqui:
Canções para Pequenos Ouvidos - Orquestra Modesta
http://sescsp.org.br/pequenosouvidos
Dib Carneiro Neto
Jornalista, crítico de teatro infanto-juvenil, editor do site Pecinha É a Vovozinha! e fã incondicional da Orquestra Modesta