
Uma violinista norte-americana, uma violoncelista espanhola e um pianista brasileiro: três jovens músicos de perfil discreto e concentrado no palco, o que não os impede de realizar performances cativantes, que chamam atenção pela alta qualidade técnica e pelo potencial comunicativo. Lydia Chernicoff (violino), Andrea Casarrubios (violoncelo) e Ronaldo Rolim (piano) seguiram caminhos diferentes em seus países natais. Tinham em comum, no entanto, o grande talento para seus instrumentos, o que lhes rendeu diversos prêmios internacionais – natural de Votorantim, em São Paulo, Ronaldo Rolim, por exemplo, já conquistou mais de 30 prêmios em concursos no Brasil e em todo o mundo.
A trajetória dos três artistas se aproximou quando se conheceram, como estudantes, no Peabody Conservatory, em Baltimore. Foi lá que criaram, em 2007, o Trio Appassionata, que já se apresentou em salas de concerto de quatro continentes, sempre colhendo críticas positivas. Em 2013, o Trio Appassionata foi selecionado pela Odradek Records, selo sem fins lucrativos totalmente gerenciado pelos próprios artistas que dele fazem parte. O primeiro CD do grupo, “Gone into night are all the eyes”, foi lançado em novembro de 2014 com repertório dedicado integralmente a compositores norte-americanos. O título do álbum é referência à peça escrita por Thomas Kotcheff especialmente para o disco (e dedicada ao Trio). O Appassionata vem pela primeira vez ao Brasil em 2016, ano em que estreia também na China.
Programa:
Ludwig van Beethoven (1770-1827)
Trio Opus 70 n.1 em Ré Maior (“Fantasma”) (1808 / ca. 28’)
Allegro Vivace e con Brio
Largo Assai ed Espressivo
Presto
Lorenzo Fernandez (1897-1948)
Trio Brasileiro (1924 / ca. 22’)
Allegro Maestoso
Canção (Andante Molto Moderato)
Dansa (Scherzo): Presto
Final: Allegro
Antonin Dvorák (1841-1904)
Trio n. 4 em mi menor (“Dumky”) (1891 / ca. 31’)
Lento Maestoso (Allegro Quasi Doppio Movimento)
Poco Adagio (Vivace non Troppo. Vivace)
Andante (Vivace non Troppo. Allegretto)
Andante Moderato (Allegretto Scherzando. Quasi Tempo di Marcia)
Allegro
Lento Maestoso
Ludwig van Beethoven (1770-1827)
Trio Opus 70 n.1 em Ré Maior (“Fantasma”) (1808 / ca. 28’)
Allegro Vivace e con Brio
Largo Assai ed Espressivo
Presto
Lorenzo Fernandez (1897-1948)
Trio Brasileiro (1924 / ca. 22’)
Allegro Maestoso
Canção (Andante Molto Moderato)
Dansa (Scherzo): Presto
Final: Allegro
Antonin Dvorák (1841-1904)
Trio n. 4 em mi menor (“Dumky”) (1891 / ca. 31’)
Lento Maestoso (Allegro Quasi Doppio Movimento)
Poco Adagio (Vivace non Troppo. Vivace)
Andante (Vivace non Troppo. Allegretto)
Andante Moderato (Allegretto Scherzando. Quasi Tempo di Marcia)
Allegro
Lento Maestoso
Sobre o programa:
Os dois trios do Opus 70 foram escritos por Beethoven durante uma estadia na propriedade da condessa Marie von Erdödy e, como forma de agradecimento, foram a ela dedicados. O Trio n.1 é um dos mais conhecidos de Beethoven, perdendo em popularidade apenas para o Trio “Arquiduque”, e alguns de seus temas provêm do segundo movimento da Sinfonia n.2.
A obra possui os três movimentos convencionais e o apelido “Fantasma” parece ter vindo do estranhamento que causou o segundo, considerado por alguns como tendo “sonoridade misteriosa”. Mas não há nada de “fantasmagórico” no primeiro e no último movimentos, brilhantes e bem-humorados.
Oscar Lorenzo Fernandez foi um dos mais respeitados compositores de sua geração e o fato de ter morrido com apenas 50 anos explica em parte o pouco conhecimento que temos de sua obra (exceção feita a seu Batuque, ainda hoje tocado e gravado por grandes orquestras no Brasil e no exterior). Carioca de ascendência espanhola, foi aluno de Francisco Braga e Henrique Oswald no Instituto Nacional de Música, onde posteriormente se tornou professor. Sua produção se caracteriza, de forma geral, por um cunho nacionalista acentuado, o que não significa que seja óbvia ou simplória.
O Trio Brasileiro foi escrito em 1924, num período em que sua música estava especialmente voltada para o aproveitamento sistemático do folclore, o que transparece na peça – que lhe garantiu o primeiro lugar no concurso de composição da extinta Sociedade de Cultura Musical e foi um de seus primeiros triunfos como compositor.
O clima grave e por vezes sombrio do Trio n. 4 em mi menor de Dvorák nada tem a ver com a personalidade de seu autor, mas sim com a estrutura da música popular na qual o trabalho se baseia. Dumky é o plural de dumka, um lamento ucraniano. Utilizando os elementos deste gênero popular, Dvorák criou uma obra que alterna seções lentas e melancólicas com danças eslavas.
A peça possui seis movimentos, cada um numa tonalidade diferente, e o resultado por vezes lembra mais um conjunto de canções e danças do que um trio de piano tradicional. Isto nunca impediu, no entanto, que este Trio se tornasse uma de suas obras mais apreciadas e populares.
Trio Appassionata – integrantes:
Lydia Chernicoff, violino.
Andrea Casarrubios, violoncelo.
Ronaldo Rolim, piano.
A quantidade máxima permitida para compra no balcão das Unidades e no portal é de 4 ingressos por pessoa.
Teatro
(Foto: Lauren Shusterich)