
Luís Garay
Colômbia / Argentina
Concebido pelo artista colombiano Luis Garay, ‘Daimón’ é performado e cocriado pela atleta argentina Maia Chigioni. Eles investigam, por meio da experiência física, territórios de transição entre natural e cultural, humano e não humano, orgânico e inorgânico. Quando algo aprendido se torna natural e o natural se evidencia como construído?
Eles se perguntam o que significa o movimento para os corpos inscritos em um contexto em que a lógica do trabalho traz condicionamentos dados pelo treinamento e a disciplina. O solo, porém, não é um posicionamento moral ou ideológico. Ataques e defesas, ações presentes nas práticas esportivas, também podem criar, paradoxalmente, uma dança de resistência.
"Por meio de mutações e transformações na forma, na superfície, na matéria é que aderimos ao ético. As transformações que o corpo sofre no palco são resistências: são formas de defender maneiras de vida específicas", diz Garay, que partiu de referências como a peça televisiva ‘Quad’, criada em 1981 pelo dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989), para abordar temas como o delírio, a mania, a alienação, a liberdade e a ruptura do corpo como unidade completa e terminada.
FICHA TÉCNICA
Concepção: Luis Garay
Performance e cocriação: Maia Chigioni
Desenho de luz: Sylvie Melis
Desenho de som: Guillermina Etkin
Desenho de espaço: Vanina Scolavino e Luis Garay
Duração: 65 minutos
Local: CIS Guanabara | Armazém Rua Mario Sigueira 829 - Botafogo
(Foto: Santiago Orti)