Em encontros reflexivos sobre a história da arte das marionetes, com enfoque na produção contemporânea e experimental, o curso reflete sobre como essa arte acompanhou, inventou e atuou nas transformações e problemáticas globais ao longo da história e como se apresenta na atualidade. Apesar de milenar, a arte das marionetes ainda sofre com a marginalização dentro do sistema das artes.

Programa:
– Encontro 1: Primórdios das marionetes. Conceitos básicos que constituem a arte das marionetes e percurso histórico desde os registros mais antigos.
– Encontro 2: Diversidade e realidades. A pluralidade das linguagens, texturas e técnicas, assim como a relação com diferentes realidades culturais e humanas. Serão apresentadas pontes ligando passado e futuro, tradição e contemporaneidade.
– Encontro 3: Nomadismo. Relação entre nomadismo, subversão e poesia na arte das marionetes. Reflexão sobre especificidades desta arte, os processos de criação e os mecanismos inventados para a sobrevivência e permanência da marionete.
– Encontro 4: A marionete sensível e contemporânea. Produção contemporânea da arte das marionetes e reflexão sobre a construção de futuros possíveis.

Com Juliana Notari, artista, marionetista, diretora, dramaturga e educadora teatral. Pesquisa e experimenta as artes da marionete há mais de 25 anos, dedicando-se desde 2000 à marionete contemporânea e à etnografia da matéria e do movimento. É graduada em Artes Cênicas pela UNESP (2005) e foi bolsista do Institut International de la Marionnette, na França (2009). Residiu por sete anos na França, onde iniciou um mestrado em Artes do Espetáculo na Universidade de Estrasburgo e realizou o projeto “Velhas Caixas (Vieilles Boîtes)”, uma pesquisa artística sobre a velhice desenvolvida em uma casa de repouso na região do Rhône-Alpes, que resultou em cinco espetáculos. Fundadora da Sociedade Insólita para Marionete Contemporânea com a Cia Mevitevendo, também foi gestora do Condomínio Cultural em São Paulo (2014-2020), coordenando um ateliê dedicado ao movimento da matéria e à Marionete Livre. Recebeu o Prêmio de Melhor Experimentação no Festival de Praga (2010) e criou dezenas de espetáculos, festivais, cabarés e oficinas. Apresentou-se no Brasil, França, Itália, Espanha, Portugal, Suíça, Holanda, Inglaterra, Letônia, República Tcheca, Bulgária, México, Bolívia, Argentina, Colômbia, Coreia do Sul, Canadá entre outros. Em 2021-2022, realizou o projeto “20 anos de Marionete Livre – Festa e Manifesto”, contemplado pelo edital Rumos Itaú Cultural, que resultou no curta-metragem Coágulo e no livro Pedagogia da Marionete Livre. Em 2024, estreou sua obra mais recente, “Diálogo”, no Itaú Cultural (São Paulo). Em 2025, foi selecionada para uma residência de pesquisa no Pôle International de la Marionnette, em Charleville-Mézières (França), para a escrita de seu segundo livro: “O transe, a transa e a trama entre a marionete e a música”. Ainda no mesmo ano realizou residência de criação no Teatro del Lavoro, na cidade de Pinerolo, Itália.