A saúde da mulher será debatida em torno de conceitos como aquilombamento e sagrado feminino, trazendo à tona o percurso histórico e a força da ancestralidade feminina. 
 
Podemos entender o sagrado feminino como um movimento que incentiva o despertar das mulheres para o autoconhecimento, considerando a consciência corporal, as emoções e a natureza. É uma filosofia que valoriza os ciclos femininos e a imagem da mulher, contribuindo para a percepção das amarras do patriarcado, ou seja, de um sistema cultural, político e relacional que favorece os homens, em especial branco, cisgênero e heteressexual. 
 
Segundo Yasmin Morais, “talvez uma das grandes problemáticas do sagrado feminino é não estar associado às perspectivas políticas de emancipação das mulheres.” E esse problema se agrava quando não se considera a perspectiva da mulher preta enquanto grupo social majoritariamente distanciado de condições que a motive o olhar para si, se valorizar e conquistar o que vir a desejar.  
 
Nesta roda o sagrado feminino envereda para os saberes tradicionais, para a materialidade da experiência feminina e para as articulações entre vivência social, ativismo e cuidados para com a saúde das mulheres.  
 
O aquilombamento será abordado enquanto prática ancestral presente nas comunidades negras brasileiras desde o período colonial. 
 
O objetivo principal desta roda de conversa será trazer e discutir conhecimentos e perspectivas que por vezes não são democratizadas nos espaços, como também promover um ambiente de autoconhecimento para mulheres, num formato no qual haverá interlocução do público. 
 
Yasmin Morais, principal condutora da roda, estará apoiada por bibliografia feminista e histórica, com especial foco em autoras como bell hooks, Gerda Lerner, Clarissa Pinkola Estés. Além disso, ela também trará exemplares de seu livro, “Romãs Incandescentes no Inverno”, que possui como temática o mito de Perséfone, deusa grega da Primavera e do Submundo, cuja história aborda o amadurecimento e autoconhecimento feminino. 
 
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Yasmin Morais é escritora, atriz, estudante de Jornalismo na UFBA, ativista social, integrante do (CEPAD) Centro de Pesquisas em Análise do Discurso e Mídia da UFBA e fez recentemente uma mobilidade acadêmica na Université Toulouse 2 Jean Jaurès, na França. Já foi publicada nas coletâneas “Tributo aos Orixás” (2018), “Profundanças 03″ (2019), “Narrativas Negras e Insubmissas” (2020), “Fábulas e Lendas Africanas Reimaginadas” (2021) e “Um Pé de Ancestralidade” (2021). Foi a primeira finalista do Prêmio Malê de Literatura 2019 na categoria Conto/Crônica e uma das vencedoras do Primeiro Prêmio Neusa Maria de Jornalismo em 2020. No ano de 2018, produziu uma entrevista para a revista EmPODERe, que teve o seu catálogo adicionado à Library of Congress, Washington D. C. Ainda em 2018 fundou o primeiro projeto feminista de raiz e negro do Brasil, o Vulva Negra. Atualmente, com mais de 54 mil seguidores nas redes sociais. Como escritora, publicou o seu livro de estreia no ano de 2022, o “Romãs Incandescentes no Inverno”. No ano de 2021, foi colunista na revista Todateen, Frontliner 2021 da We Are Family Foundation e formou-se no curso Leadership as a Practice da Global Citizen Year Academy. Em 2022, representou o Nordeste como Embaixadora na Brazil Conference at Harvard & MIT e foi a primeira brasileira a palestrar no palco principal da maior conferência feminista da Europa.

Caroline Amanda Borges é cientista social e mestranda em Filosofia (UFRJ). Educadora menstrual, terapeuta sistêmica integrativa e consultora em Educação e Saúde Sexual. Docente na 1° Pós Graduação em Ginecologia Natural do Brasil. Como pesquisadora, tem atuado com Comunicação e Direitos Humanos. Sua pesquisa central versa sobre Identidade, Família, Direitos Sexuais e Reprodutivos, Práticas Integrativas e Complementares de Saúde com ênfase nas áreas das Humanidades e ênfase na saúde da mulher.