atividade presencial
Grátis
Local: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
Inscrições a partir das 14h do dia 27/3, até o dia 30/4. Enquanto houver vagas.
Em conversa com um primo jornalista, em 2019, Joaci Furtado foi surpreendido com a revelação: um ancestral teria participado da repressão à Revolta de Carrancas. Doutor em História Social, ele nunca ouvira falar dessa revolta — e muito menos desse ancestral, suposto empregado de Gabriel Francisco Junqueira (1782-1868), primeiro barão de Alfenas, dono da fazenda onde o motim começara.
Ocorrido no dia 13 de maio de 1833, o motim resultou na morte de várias pessoas que integravam a rica e influente família Junqueira. A violência dos insurgentes — que incluiu emasculação e decapitação — não poupou nem crianças da casa grande, mobilizando dezenas de escravizados que explicitamente desejavam a eliminação física de seus senhores como forma de conquista da liberdade.
Liderada por Ventura Mina, africano do qual se sabe pouco, a Revolta de Carrancas terminou, no mesmo dia, com a morte dele durante a repressão e a recaptura dos revoltosos fugitivos. Dezessete amotinados foram condenados à forca, na maior aplicação da pena de morte na história de sua vigência no Brasil. Nem mesmo a célebre Revolta dos Malês teve tantos sentenciados à pena máxima.
Após a rebelião mineira, a elite escravista aprovou, no parlamento imperial, legislação ainda mais severa contra qualquer pessoa escravizada que atentasse contra a vida de seus senhores e familiares. Surgiu assim a “lei nefanda”, de 1835.
Diante de tamanha violência, e principalmente do silêncio que a aristocracia fundiária da época ergueu sobre a insurreição, Furtado empenhou-se na escrita de “A revolta de Carrancas: o silêncio ao redor”, na esperança de romper esse silêncio e popularizar a reflexão sobre os significados de uma revolta cujas motivações ainda ecoam na sociedade brasileira.
O lançamento tem bate-papo sobre o livro e apresentação da “cena dos nomes”, da peça “Otelo, o outro”.
Com Joaci Pereira Furtado, graduado em História pela UFOP e mestre e doutor em História Social pela USP. Sua dissertação de mestrado, “Uma república de leitores”, recebeu os prêmios Moinho Santista Juventude e Jabuti. Organizou, para a Companhia das Letras, edição das “Cartas chilenas”, de Tomás Antônio Gonzaga. É autor de livros didáticos de História e trabalhou como editor na Globo Livros. Foi professor do Departamento de Ciência da Informação da UFF. É autor de “[Romance policial]” e coautor da peça “Otelo, o outro” com Israel Neto e Kenan Bernardes.
Com Renata Cristina Gonçalves dos Santos, professora da Unifesp, onde coordena o Núcleo de Estudos Reflexos de Palmares: análise da questão racial no Brasil. É doutora em Ciências Sociais pela Unicamp, com estágio doutoral na École de Hautes Études en Sciences Sociales, na França.
Com Miriam Dolhnikoff, graduada em Direito e História pela PUC-SP e mestre e doutora em História Econômica pela USP. É docente de História na USP e autora, entre outras obras, de “O pacto imperial”.
Com Carlos de Niggro, ator. Participou de novelas e seriados de televisão, filmes e peças de teatro, entre as quais “Otelo, o outro”, o monólogo “Diário dum carroceiro”, “Electra enlutada” (prêmio Ator Revelação), “Ainda” (há mais de doze anos em cartaz) e “Agora” (há oito anos).
Com Jefferson Matias, ator. Atuando desde 2011, integrou o elenco, entre outros espetáculos, de “Otelo, o outro” (2023) e “Cárcere ou porque as mulheres viram búfalos” (2022).
Com João Paulo Nascimento, compositor, pesquisador e educador musical. É autor do livro “Abordagens do pós-moderno em música: a incredulidade nas metanarrativas e o saber musical contemporâneo”. Na atividade, realiza o design sonoro da “cena dos nomes” da peça “Otelo, o outro”.
Com Kenan Bernardes, ator. Participou de “Otelo, o outro”, “Medea Mina Jeje”, “KAIM”, “Quizumba!”, “TRIPÍTICO [[Richard Maxwell]: Burger King/ Casa/ O Fim da realidade” (indicado aos prêmios Shell e Bravo) e “H.A.M.L.E.T.” (indicado ao Shell).
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