O projeto propõe encontros entre pessoas com interesses em músicas de viola caipira raiz, nos quais os participantes poderão desenvolver o protagonismo por meio de vivências da prática musical coletiva com a voz e a viola caipira. A partir do repertório escolhido pelo grupo serão trabalhadas questões básicas de arranjo musical, criação coletiva, escrita musical e técnicas do instrumento, associado à cultura da música caipira de raiz.

Durante as oficinas o professor e violeiro André Moraes atua como facilitador ao coordenar os interesses, traz a formação circular como proposta pedagógica para um enfoque nas proposições do grupo de forma a possibilitar a criação musical, o que estimula a interação, inclusão e o protagonismo entre os participantes tendo como ponto de partida (ou chegada) o repertório musical escolhido com o grupo.

SOBRE RODAS DE VIOLA

As rodas de viola e cantoria são típicas formações de pessoas que se reúnem para cantar e tocar juntas suas músicas preferidas. É no encontro em roda – uma das marcas mais emblemáticas do encontro musical – que músicos amadores e profissionais observam-se e trocam experiências, imitando, aprendendo e recriando as artimanhas de seus colegas e mestres. Um espaço para formar afinidades musicais, fortalecer a memória, cultivar amizades e fortalecimento de vínculos.

Essa prática está cada vez mais rara nos centros urbanos devido ao excesso de música pronta que é consumida diariamente, além da dificuldade dos encontros nas cidades, cada vez mais agitadas. Assim, fomentar a prática de uma roda de cantoria é promover o encontro dos desejos musicais de pessoas com idades, procedências e experiências variadas. É contribuir com o aspecto socializante e inclusivo da arte, independente de origem, idade, classe social ou qualidade do instrumento.

SOBRE O PROFESSOR

André Moraes possui graduação em música pela Faculdade Santa Marcelina. Formou-se em violão erudito pela Universidade Livre de Música (ULM) e viola caipira na Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP). Mestre em educação musical pela Universidade de São Paulo (USP), investigou processos de criação, ensino e aprendizagem da viola caipira através de recursos tecnológicos. Publicou dois artigos sobre viola caipira na Revista da Tulha. Desde 2013, tem se dedicado à educação musical em escolas do ensino básico público e privado. Ministrou aulas coletivas de violão e viola caipira nas Prefeituras Municipais de Embu-Guaçu, Embu das Artes e Franco da Rocha, no Serviço Social do Comércio (SESC) de Campinas, Campo Limpo, Consolação e Guarulhos. Atuou como consultor técnico em música na UNESCO em um projeto de reparação cultural após o rompimento da barragem de Fundão em Mariana MG. Atualmente leciona viola caipira e violão nas Prefeituras de São Bernardo do Campo, Diadema e SESC Campinas. É integrante da Orquestra Filarmônica de Violas de Campinas e participou de diversos festivais de viola caipira. Foi, por três anos consecutivos, um dos finalistas no “Concurso de Viola Caipira” do Revelando São Paulo.