A inteligência artificial vem assumindo um papel importante nas sociedades contemporâneas, moldando decisões, comportamentos e políticas públicas em escala global. Mas de que forma ela pode ser usada para promover justiça, ética e inclusão?

Como podemos construir IA’s que nos ajudem a enfrentar desigualdades?

Nesta mesa, Jurema Werneck e Mayara Ferrão vão nos ajudar a fabular mundos onde as tecnologias sejam orientadas pelo respeito e valorização dos direitos humanos, da diversidade e do cuidado coletivo.

Sobre as participantes:

Jurema Werneck é médica e doutora em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ. Diretora Executiva da Anistia Internacional Brasil desde 2017. Cofundadora de Criola, organização de mulheres negras com sede no Rio de Janeiro, e da Articulação das Organizações de Mulheres Negras Brasileiras, sendo sua primeira Secretária Executiva. Ativista experiente nas áreas de direitos humanos, igualdade racial e de gênero e saúde da população negra e das mulheres. Publicou livros e artigos sobre cultura negra, situação das mulheres negras; racismo; saúde da mulher negra, direitos sexuais e reprodutivos; políticas públicas de igualdade de gênero e raça; saúde da população negra, bioética e direitos humanos. Jurema Werneck é membro dos Conselhos de Criola, Instituto Marielle Franco, Greenpeace Brasil, Vital Strategies Brasil. Em 2025, atua como Enviada Especial da COP 30 para Igualdade Racial e áreas periféricas.

Mayara Ferrão nasceu em Salvador em 1993, é artista visual e diretora criativa, é formada em artes visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Seu processo artístico abrange fotografia, ilustração, pintura, direção criativa e de cena, utilizando tecnologias de imagem, inteligência artificial e vídeo para criar, construir e difundir narrativas de corpos negros, originários e dissidentes. Dirigiu o filme Orixás Center (2021), premiado na 5ª Mostra Lugar de Mulher é no Cinema. Em 2024, esteve em residência artística no Pivô Arte e Pesquisa de Salvador, e publicou seu ensaio Álbum de Desesquecimentos na Revista ZUM. Participou de diversas mostras coletivas, como: “Histórias LGBTQIA+” no MASP, “Ancestral: afro américas – Estados Unidos e Brasil” no Museu de Arte Brasileira da FAAP, “Memórias Habitadas” no SESC-RJ, “InomináveisPresenças” no Centro Cultural Banco do Brasil, “Raízes: começo, meio e começo” no Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira, “Cuir Sou” na Verve, “Corpo Tangente” em Arrecife, ANCESTRAL FUTURES: BRAZILIAN CONTEMPORARY SCENES, em Arles. Seu trabalho recentemente passou a integrar o acervo permanente do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Teve sua primeira exposição individual intitulada “o primeiro rastro foi água”, em 2025, e foi vencedora como artista revelação da primeira edição do SAUER Art Prize na SP-Arte 2025.

Silvana Bahia é codiretora executiva do Olabi, organização dedicada a promover inclusão e transformação social por meio da tecnologia e da inovação. Mestre em Cultura e Territorialidades pela UFF, é pesquisadora associada do grupo de Arte e Inteligência Artificial da USP e colunista da Fast Company Brasil, onde escreve sobre tecnologia, inovação e equidade. Reconhecida como uma das 100 pessoas inovadoras mais importantes do mundo pelo The Future Laboratory (2022) e vencedora do prêmio Destaques da Governança da Internet pelo CGI.br (2023), Silvana integra conselhos de instituições como o Museu do Amanhã, InternetLab, Artigo 19, NUPEF e Mulheres Negras Decidem, entre outros. É fellow da Ashoka, codiretora de projetos como PretaLab e Códigos Negros, e apresentadora da série Assunto na Mesa, no Canal Futura. Também dirigiu o documentário Quadro Negro e editou o livro Pode um robô ser racista?, lançado pelo Museu do Amanhã em 2023. Silvana acredita na tecnologia como ferramenta para a criação de futuros mais justos, diversos e plurais — e é esse compromisso que orienta sua trajetória.