Imersão artística voltada prioritariamente a pessoas negras e periféricas, mas aberta ao público em geral. A proposta convida os interessados a mergulharem na metodologia da Dança da Indignação, investigando as camadas do amor e autoamor negros por meio de laboratórios de criação, rodas de diálogo e experimentações coreográficas que transformam a indignação em linguagem e afeto.

A Imersão Convivial: Dança da Indignação é uma residência artística voltada prioritariamente a pessoas negras e periféricas, interessadas em processos de criação que dialoguem com questões de corpo, território, afetividade e justiça social. A proposta, no entanto, é aberta ao público em geral, desde que comprometido com uma escuta ativa e ética frente às narrativas de corpos historicamente marginalizados.

A Imersão propõe uma experiência imersiva na metodologia da Dança da Indignação, criada por Gal Martins e desenvolvida ao longo da trajetória da Cia Sansacroma. Essa metodologia compreende o corpo como campo de disputa simbólica e a indignação como potência de criação, utilizando a dança como linguagem crítica e afetiva.

A Imersão será estruturada em sessões práticas, rodas de diálogo, experimentações coreográficas e reflexões coletivas que irão abordar o tema central do atual trabalho da Cia: as complexidades da construção do amor e do autoamor na experiência da população negra. Serão oferecidos dispositivos para que os participantes possam investigar, a partir de suas próprias vivências, formas de narrar os afetos interditados, a resistência cotidiana e a reinvenção das sensibilidades negras.

A seleção de 25 participantes será feita por meio de chamamento público, com critérios voltados à valorização da diversidade, da representatividade e do compromisso ético-estético com as lutas de seus territórios. Mais do que uma formação, a Imersão Dança da Indignação se configura como um espaço de convivência, criação e reconstrução coletiva de imaginários, onde o corpo é reconhecido como fonte legítima de saber e transformação.

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Gal Martins é Artista e Pensadora em dança, Curadora, Mestre em Artes da Cena, Dr.h.c em Arte e Cultura, Gestora Cultural e Socióloga. Fundadora e diretora artística da Cia Sansacroma e da Zona Agbara, criou a metodologia A Dança da Indignação e idealizou o Circuito Vozes do Corpo. Atua como coordenadora e orientadora artística do Projeto Espetáculo do Programa Fábricas de Cultura. Já coreografou para importantes companhias do país. Recebeu prêmios como o Governador do Estado (2021), Prêmio APCA (2019) e Prêmio Arcanjo de Cultura (2022).

Bruno Novais é artista da dança, produtor cultural e designer gráfico. Mestre e especialista em Dança pela UFBA, onde também se licenciou, é bacharel em Comunicação Social. Pesquisa a afetividade negra como motor criativo e desenvolveu a metodologia “Mapeamento dos Afetos”. É cofundador do Bando Undirê, integrante do Núcleo EUS e da Cia Sansacroma. Atuou em grupos como Reforma Cia. e GDC/UFBA, e dirigiu trabalhos como Amargo, POC e Cuecas Pretas no Varal. Organizou ações como o Seminário Undirê, o FNAC e a Mostra Etnografias Urbanas.

Manuel Victor é artista da dança, da palavra e arte-educador da Zona Sul de São Paulo. Iniciou nas danças urbanas em oficinas de contraturno escolar e formou-se em Dança pela Escola Técnica de Artes de SP e em Dramaturgia pela SP Escola de Teatro. É cofundador do Anomia Coletivo, onde investiga corporeidades marginais desde 2014. Com passagem por grupos como Cia da Vila, Woop’Z e Nave Gris, atuou ao lado de artistas como Rico Dalasam, Linn da Quebrada, Emicida e Majur. Há mais de 10 anos ministra oficinas em espaços culturais da cidade. Atualmente é intérprete criador no Grupo Flying Low e na Cia Sansacroma.