Em tempos de mudanças climáticas, desigualdade social e esgotamento subjetivo, como seguir junto cuidando da vida?

Este curso é um convite para pensar o cuidado como uma prática coletiva, cotidiana e ecológica, em resposta aos diversos desafios dos tempos atuais. Ao longo de quatro encontros, o grupo será instigado a mapear as redes de relações que sustentam a vida; a refletir sobre os efeitos da separação entre natureza e cultura; a conhecer formas de cuidado entre diferentes espécies (humanas e não-humanas) e a imaginar outros modos de habitar o planeta. O percurso contará com rodas de diálogo, vivências corporais, exercícios expressivos e leituras compartilhadas, com base em contribuições da psicologia, filosofia, biologia, antropologia e arte.

Encontros:

1 – A teia da Vida
Mapeamento inicial que parte da noção de cuidado em rede. Vivência cartográfica para ampliar a percepção das múltiplas relações que cultivamos cotidianamente. Uma proposição expressiva como exercício de sensibilização
e de escuta das alianças que nutrimos e por quais somos nutrides.

2 – Ideias para acabar com o ser humano
Do que se trata o Antropoceno? Quais os seus efeitos? Uma passagem pela constituição da subjetividade moderna e as cisões Eu-Outro, Natureza-Cultura, Humano-Animal, identificando seus efeitos operantes ainda hoje nos corpos, relações e instituições.

3 – Sabedorias multiespécies
Um passeio por outras espécies de animais, fungos e vegetais com o objetivo de conhecer modos não-humanos de produção de cuidado, através de alianças afetivas frente ao Antropoceno. Ampliar nosso repertório como provocação para pensarmos sobre a saúde em nosso planeta hoje.

4 – Práticas de cuidado
Inspirando-nos em outros modos de existência, como podemos compreender o cuidado – da vida, de si, des outres e da ambiência? Aliaremo-nos a conceitos como a Teoria de Gaia, a simpoiese, a proposição cosmopolítica e a
confluência/transfluência para esboçar outras formas de se habitar-com.

O Grupo Foz é um coletivo composto por profissionais da psicologia, artes visuais e do corpo, arquitetura e ciências sociais. Desde 2016 pesquisam e atuam na formação em saúde, sempre a partir de uma perspectiva ampliada e da composição de saberes. Apostam na produção e transmissão de conhecimento a partir do corpo, da coletividade, dos afetos e da arte. O grupo é independente e autogerido através de uma dinâmica de hierarquia fluida e de uma metodologia teórico-vivencial.

Luas Szemere é mestre em Psicologia Clínica pelo Núcleo de Subjetividade da PUC-SP, ex-DJ e membro do grupo FOZ. Atua como terapeuta e facilitador de grupos, tendo como principais referências a esquizoanálise, a visão sistêmica e práticas cartográficas.

Lueme Moreira é psicóloga, professora e mãe, atende em consultório particular. Desde 2017 pesquisa sobre violência e marcadores sociais da diferença.

Mayuri Omi Garcia é psicólogue e terapeuta corporal, com experiência na condução de grupos terapêuticos e formativos. Sua prática se situa nas fronteiras entre clínica, arte e educação, dedicando-se à pesquisa sobre morte, questões de gênero, raciais e ecológicas. É membro do grupo FOZ, no qual colabora com a realização de oficinas, cursos, grupos de estudos e intervenções institucionais. Tem aprimoramento em Gerontologia Social e Psicogerontologia.