Mais de 40 anos se passaram desde o início do Hip-Hop em São Paulo e, com a exposição HIP HOP 80’sp – São Paulo na Onda do Break, o público terá a chance de voltar à década de 1980 e reviver a energia que marcou gerações.

A exposição, que abre para visitação em 24 de Julho de 2025 no Sesc 24 de Maio, é uma viagem imersiva ao universo do Hip-Hop nos anos 80.

HIP HOP 80’sp é um retrato vivo da cultura que chegou em São Paulo no início dos anos 80, inspirada pela cena norte-americana e que logo se espalhou pelas ruas paulistanas. A mostra revela os primeiros passos dessa revolução cultural, desde suas origens no sul do Bronx, bairro de Nova York, até sua difusão em São Paulo.

A exposição apresenta mais de 3.000 itens, com a colaboração de colecionadores nacionais e internacionais. Entre os objetos, estão fotografias raras, livros, revistas, figurinos de época, desenhos originais, vestimentas das crews, equipamentos de som originais e depoimentos inéditos de personagens que fizeram história. Algumas personalidades como Martha Cooper, Henry Chalfant e o Museum of Graffiti de Miami, entre tantos outros que também cederam itens de seus acervos particulares para permitir ao público uma vivência única dessa época, em uma forma de homenagear essa geração com imagens que marcaram a memória coletiva e que, até hoje, são referências para os jovens que se identificam com a cultura.

A exposição tem como objetivo contar a história de como o Hip-Hop se enraizou na cidade de São Paulo, ao mesmo tempo em que celebra as ruas e os locais que se tornaram símbolos dessa cultura, como a Rua 24 de Maio, Estação São Bento do Metrô, Praça Roosevelt e Parque do Ibirapuera. Na década de 1980, esses locais foram essenciais para o nascimento de uma cultura influenciada por filmes e videoclipes da época, construída e improvisada por aqueles que não tinham acesso a grandes produções ou recursos.

“Estávamos fazendo Hip-Hop muitas vezes sem muita informação do que era Hip-Hop, mas por necessidade de nos expressar, e também como forma de protestar, alertar, divertir e fazer as pessoas felizes”, afirmam os curadores. Essa cultura chegou de forma orgânica e criativa: as roupas eram customizadas, os equipamentos de som eram improvisados e, com pouco, as pessoas davam forma a algo imenso, capaz de impactar uma geração inteira. O Hip-Hop no Brasil nasceu da resistência e persistência, um alerta de como manter-se criativo em um momento de repressão política, durante a ditadura militar que aconteceu no país.

A exposição também celebra os pilares fundamentais simbólicos do Hip-Hop: MC, DJ, Graffiti, Breaking e todo seu conhecimento. Esses elementos são mostrados em detalhes, evidenciando como se desenvolveram nas ruas de São Paulo e como cada um deles se entrelaçou para formar uma cultura urbana que transcende barreiras. A chegada do break e sua popularização nas ruas, a arte do graffiti nas paredes da cidade, os primeiros DJs e os primeiros MCs, deram voz a uma juventude que, ao lado da música, encontrou nas ruas a sua maior forma de expressão.

Os visitantes poderão compreender o impacto social do Hip-Hop na década de oitenta, que foi essencial para gerar inclusão na sociedade paulistana, criando um espaço democrático e inclusivo, especialmente para grupos socialmente desfavorecidos. Uma cultura que surgiu da necessidade de se expressar, transformou-se em um símbolo de resistência e de afirmação de identidade, tornando-se uma poderosa ferramenta de união e autoestima.

A exposição também reflete sobre a evolução do Hip-Hop em São Paulo nos anos 80 e sua influência em uma geração que valoriza a expressão individual, a criatividade e a liberdade. A chegada do Hip-Hop no país foi um ponto de inflexão, ajudando a derrubar barreiras sociais e criar um novo espaço para a cultura de rua.

HIP HOP 80’sp – São Paulo na Onda do Break é mais do que uma exposição; é uma oportunidade única de vivenciar a história de uma cultura que, ainda hoje, reverbera incessantemente. Não é apenas uma exposição sobre arte, dança ou música, mas também uma forma de revelar para as novas