Na imersão, Juliana Notari, cria uma simbiose entre o ateliê de criação de marionetes com a sala de ensaio, abrindo caminhos da criação cênica: o diálogo e a retroalimentação entre a matéria, o corpo, a gestualidade e a dramaturgia.

Em comemoração aos 25 anos de carreira, totalmente dedicados à pesquisa contemporânea, experimentação e criação nas artes das marionetes, Notari abre o processo de criação de sua nova obra Rio Rugas.
Desde 2011, o eixo transversal de suas pesquisas é o envelhecimento. Foi quando a artista se internou em casas de repouso para investigar a gestualidade e a textura da pele de pessoas idosas. Em Rio Rugas, a imagem disparadora é a de que as rugas são os afluentes de um rio, que é a vida, como água que corre, como algo com força e que se molda, transmuta e transforma. Conforme o tempo passa, a pele, esse órgão que faz a comunicação direta com o mundo e que sente, se transforma num rio que deixa a água passar, que deixa o corpo fluir, descansar, e que deixa a essência aparecer e ser.

Serão 8 encontros imersivos, onde as pessoas participantes serão convidadas às práticas da Pedagogia da Marionete Livre, vinculadas aos detalhes da criação de Rio Rugas. Marionetes serão criadas, colocadas em movimento a partir da pesquisa gestual, textural e dramatúrgica.

Juliana Notari, como artista, marionetista, diretora, dramaturga e educadora teatral criou dezenas de obras, festivais, blocos, cabarés, oficinas e cursos, realizando turnês no Brasil, Bulgária, México, Bolívia, Argentina, Colômbia, Espanha, Letônia, França, Portugal, República Tcheca, Itália, Suíça, Coreia do Sul, entre outros países. Em 2010, recebeu o prêmio de melhor experimentação nas artes da marionete no Festival de Praga, República Tcheca. É fundadora da Sociedade Insólita para Marionete Contemporânea, juntamente com seus companheiros da Cia Mevitevendo. Desde o ano 2000, se dedica à pesquisa da marionete contemporânea e à etnografia da matéria e do movimento. Em 2005, concluiu sua graduação em Artes Cênicas pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Residiu por sete anos na França, onde iniciou um mestrado em Artes do Espetáculo na Universidade de Estrasburgo, o qual abandonou em 2010 para realizar o projeto “Vieilles Boîtes”, uma pesquisa artística sobre a velhice, vivendo seis meses em uma casa de repouso na região de Rhône-Alpes e produzindo cinco peças. Em 2019, criou e realizou em Barcelona o “MICROCINÈTIQUES · 1a Trobada de marionetes, miniatures i lambe-lambes”. Em 2021-2022, realizou o projeto “20 anos de Marioneta Libre – Festa e Manifesto”, apoiado pelo edital Rumos Itaú Cultural. O projeto incluiu a criação do curta-metragem Coágulo e a publicação do livro Pedagogia da Marionete Livre. Em 2022, criou e realizou com a La Pupila Producciones o ciclo de formação “Lambescola”, na Catalunha, sobre teatro em miniatura, com artistas latino-americanos. Em 2022, foi roteirista e consultora de mecanismos para a exposição Cidadela, de Maria Zuquim, com uma temporada inaugural no Sesc Pompeia. Em 2023, realizou uma mostra de repertório no Festival Anima IF, na ilha da Sardenha, na Itália. Em 2024, colaborou com o Grupo Folias, criando as marionetes e auxiliando na animação e movimentos para a nova peça Coisas Estranhas que o Mar Traz. Ainda no mesmo ano, estreou a obra Diálogo, com temporada em setembro no Itaú Cultural, na cidade de São Paulo. Em 2025, foi selecionada para o programa de residência de pesquisa no Pôle International de la Marionnette, em Charleville-Mézières, França, para finalizar a escritura do seu segundo livro A transa, o transe e a trama entre a marionete e a música.

– Inscrições: de 04 a 18/11 (sem seleção) app e central de relacionamento
– 20 vagas
– Valor: R$ 70,00; R$ 35,00 e R$ 21,00
– Imersão: de 18/11 a 11/12/25 – terças e quintas das 18h30 às 21h30