Nesse curso, o público aprende a construir berimbau e caxixi e realiza uma vivência musical com o conjunto de instrumentos que compõem a roda da capoeira angola.

__
Francisco Thomé dos Santos Filho, o mestre Bigo, também conhecido como Francisco 45, discípulo de Mestre Pastinha, nasceu em 1946, no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica. Iniciou a capoeira em 1954, no CECA de Mestre Pastinha, após ser levado por seu tio Agnelo para ver o mestre e sua academia numa apresentação na base da Marinha. Exímio artesão na confecção de instrumentos, ministra cursos e palestras sobre os instrumentos da capoeira, ensinando a construir berimbaus e caxixis de maneira tradicional. Mestre Bigo é um dos poucos que domina todo o processo incluindo a extração do material na mata, de modo sustentável como lhe foi ensinado pelos mais antigos. Atualmente, com seus 78 anos de idade e 70 anos de capoeira, é considerado o capoeirista angoleiro mais velho em atuação no estado de São Paulo, sendo reconhecido por toda a comunidade capoeiristas como um de seus grandes griôs.

Jairo Ferreira de Souza, o Cabo Jairo, como é conhecido no mundo da capoeira, nasceu em 1981 na cidade de São Paulo, filho de mãe e pai baianos que migraram para a capital paulistana em busca de melhores condições de vida na metade da década de 1970. Iniciou a prática da capoeira de angola em 1996, com Mestre Bigo, na região da Pedreira, na zona sul de São Paulo, onde mora.
É o aluno mais velho de mestre Bigo em atuação, tendo sido reconhecido como seu Contramestre no ano de 2014. Nessa ocasião, além de seu mestre, estavam presentes outros grandes como o saudoso mestre Ananias, mestre Bola 7, mestre Moa do Katendê (já falecido) e mestre Limãozinho, os dois últimos sendo seus padrinhos. Graduado em Letras pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em Relações Raciais e Educação, atua como professor de educação básica desde 2010 na rede pública do Estado de São Paulo e desde 2014 na rede municipal de São Paulo, onde desenvolve projetos relacionados à cultura e à literatura negra e periférica, através do olhar da capoeira angola, paralelamente às aulas curriculares de português.