Para o nascimento de um rio é necessário o entrelaçamento de diversos elementos: a água, as pedras, a terra, o declive, o fundo, a superfície, as margens e a paisagem à volta. A relação entre cada elemento somados ao calor, aos pássaros, às folhas, aos insetos, aos que têm sede, às chuvas, aos peixes, ao reflexo e a tantos outros elementos constituem um tecido de possibilidades para a existência de corpo d’água. Com intenção de uma tessitura coletiva, para a criação de uma poesia coletiva e em de fluxo, uma grande superfície azul faz alusão aos rios que viabilizam nossas existências. Por meio do bordado e da conversa, a artista, junto com os assistentes Bruno Makia e Vivian Martins, propõem um encontro com o público de modo a se inundarem conjuntamente numa experiência poética que traz os encontros e as águas doces como alicerces da vida coletiva.

Recomendado para maiores de 7 anos.

Maíra Vaz Valente. Artista, pesquisadora e educadora. Mestre em Poéticas Visuais e licenciada em Artes Visuais pela ECA/USP. Em sua prática artística, a performance arte é central, para abordar questões socioambientais e ecológicas por meio de ações e proposições coletivas e colaborativas. Expressa-se também por meio da cerâmica, da pintura e do bordado. Em suas ações performáticas busca o engajamento do público, com foco na memória das águas e dos rios. Ao combinar ativismo ambiental e educação com sua produção em arte, a artista convida todos a se envolverem corporalmente na criação de saídas e mudanças necessárias para adiar o fim do mundo.