Os poemas reunidos em “Cartas de amor para mulheres negras”, de Midria – poeta, slammer e cientista social – buscam o afeto como paradigma para romper com as imagens de sofrimento e dor comumente associadas às vivências de mulheres negras. A obra evidencia com sensibilidade questões de cura e identidade pelo reconhecimento de subjetividades e da humanização a partir de referências ancestrais.

Num bate-papo com Midria, Maytê Amarantes, Juliana Gonçalves e Nayra Lays, guiado por três textos, performados pela autora, o público é convidado a refletir sobre ancestralidade, autocuidado, bem-viver e possibilidades de existência, que não sejam apenas marcadas apenas pela dor. Além das performances poéticas que guiarão o bate-papo, o evento conta com uma vivência em autocuidado orientada por Maytê Amarantes, uma sessão de autógrafos com a autora e uma performance de encerramento com a artista Nayra Lays.

O bate-papo, a vivência e as performances poéticas que compõem o lançamento do livro terão a mediação com tradução em Libras de Erika Mota e Gabrielle Martins.

Midria é poeta, cientista social pela Universidade de São Paulo, educadora, slammer, performer e filha poética do Coletivo Sarau do Vale. Autora do livro de poemas “A menina que nasceu sem cor” e do livro infantil de mesmo nome, lançados em 2020. Atuante na cena de slams desde 2018, no mesmo ano participou do programa Manos e Minas da TV Cultura e viralizou com sua poesia “A menina que nasceu sem cor”, sendo este poema que dá nome a 2 livros e seu projeto Espetáculo Poético A Menina Que Nasceu Sem Cor. Em 2019 foi campeã no Slam das Minas SP e uma das 16 poetas negras de todo o Brasil convidadas para a FLUP Slam Nacional – Festa Literária das Periferias no Rio de Janeiro.

Maytê Amarantes é reflexologista, pela Humaniversidade, terapeuta thetahealer, pelo Think-Theta Healing Institute of Knowledge e pedagoga, pela Universidade de São Paulo. Seu projeto, Escrita Dançada (desde 2017), foi uma maneira de manifestar artisticamente o desejo de mesclar práticas, filosofias e linguagens que amplificam suas potências quando em contato umas com as outras. Em 2020 desenvolveu “Corpo Hospedeiro”, uma ação artística online, através do projeto Transversalidades – CRDSP.

Juliana Gonçalves é mestranda em Estudos Culturais, Universidade de São Paulo. Ativista dos direitos humanos com foco em raça e gênero, integra a Marcha das Mulheres Negras/SP e a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo (Cojira). Atualmente, coordena a articulação política da Mandata Quilombo de Erica Malunguinho na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Nayra Lays é cantora, compositora, MC e comunicadora, cresceu no Grajaú, onde passou a ter mais contato com as artes. Desde os 18 anos, canta e rima sobre as múltiplas possibilidades do ser jovem, negra e periférica, potencializando construções de cenários mais enegrecidos, para além da sobrevivência. Seu primeiro EP “ORÍ”, produzido de forma totalmente independente, tem uma das músicas como trilha sonora do documentário “Negritudes Brasileiras”.

Erika Mota é pedagoga, proficiente em Libras. Professora do curso Corposinalizante, produtora do Slam do corpo, co-autora e co-curadora do projeto LiteraSurda – Sesc Paulista, 2018-2019. Atua nos Slams: ZAP Slam, Slam do Corpo, Slam SP e Slam BR.

Gabrielle Martins é uma mulher preta, intérprete de Libras, atuante na cultura surda e na área de tradução/interpretação há 8 anos. É arte-educadora e pesquisadora de temas relacionados à corporeidade preta, musicalidade em Libras, diversidade e inclusão.