O sonho da Palavra Cuír
O sonho da Palavra Cuír

O sonho da palavra cuír: narrativas em desórbita colonial

com Padê Editorial e BRAVA

Próximo poema

24 de Maio

Duração: 120 minutos

16

atividade presencial

Grátis

Local: Tecnologia e Artes - ETA | 4° andar

Retirada de ingressos no dia da atividade.

Datas e horários

De 27/06 a 16/07

27/06 • Sexta • 19h00
02/07 • Quarta • 19h00
04/07 • Sexta • 19h00
11/07 • Sexta • 19h00
16/07 • Quarta • 19h00
O sonho da Palavra Cuír
O sonho da Palavra Cuír

Para celebrar o mês do orgulho LGBTQIAPN+, o projeto propõe um mergulho em obras da Cole-sã Escrevivências, da Padê Editorial, pela realização de cinco rodas de conversa e uma apresentação lítero-musical, num ciclo de atividades assentado no sonho de que literaturas, performances, e poéticas cuír sejam cada vez mais autodeterminadas e desorbitem paradigmas heterociscentrados.

Inspirada pela assunção de que a própria poesia, através de seus reposionamentos e encruzilhadas semânticos, sintáticos, literários, metaforiza um sonho na linguagem – em seu caráter fugidio, selvagem, incontrolável, fecundo -, a programação é uma aposta na importância de criar mais formas e espaços de escuta às narrativas cuír que não se enquadrem nos pressupostos coloniais do que deveria ser dito.

Extrapolando o formato tradicional de rodas de conversa, em que as perguntas e respostas seguem um fluxo dialógico conversacional, as rodadas serão abertas e encerradas com declamação/leitura de trechos da obra das pessoas artistas convidadas em cada mesa, permitindo ao público um contato mais íntimo com as obras revisitadas a partir da performatividade instaurada em cena.

A cada semana, uma área específica será abordada, definindo um panorama temático-onírico cuír que verse sobre:

  • 27/6, sexta, às 19h: Sonhos de personagem: representações da dissidência na prosa de autoria cuír. Com Cidinha da Silva, Cabral e tatiana nascimento. Mediação: Yala Araujo

Diálogo com autories cuír de literatura em prosa sobre a importância da liberdade narrativa como forma de evadir dos confinamentos temáticos coloniais, que esperam muita panfletagem e pouca poética de textos LGBTQIAPN+.

  • 2/7, quarta, às 19h: Sonhos de viragem: investigando o contínuo sapatão > transmasculinidades. Com zeca carú de paula, Formigão e Ju Motter. Mediação: Fabian Kassabian

Em conexão à palavra virago, tanto em sua sinonímia com lesbiandades quanto à ideia de transformação e devir, que também sugere e pode ser conectada à transgeneridade, o eixo se refere às lesbiandades e às transmasculinidades, e ainda, principalmente, às correlações possíveis entre tais subjetividades.

  • 4/7, sexta, às 19h: Sonhos de semeagem: poéticas de maternidades/paternidades cuír. Com Jade Bittencourt, Kika Sena e floresta. Mediação: Venus Garland

Eixo interessado numa perspectiva mais ampla do cuidado, que envolve tanto maternidades/paternidades biológicas ou afetivas (duplas-maternidades, adoções) quanto as maternidades/paternidades sociais, que se reconfiguram em comunidades como de terreiro e Ballroom (em que mães ou pais de santo, e mothers travestis reconfiguram a própria ideia de família a partir de laços divinados, afetivos, remontados).

  • 11/7, sexta, às 19h: Sonhos de passagem: migração e poéticas de (im)permanência. Com Rocío Shuña, Paulx Simón Gialdroni, Daniel Brito. Mediação: Orquídea Garcia

Analisando a produção de poetas cuír migrantes, propõe-se uma experimentação entre trânsitos geoterritoriais, fluxos migratórios, repatriações e movidas identitárias, em especial no que permitem permeabilidades poéticas para redefinições diaspóricas, estéticas, afetivas, políticas.

  • 16/7, quarta, às 19h: Sonhos de amperagem: experimentos entre o beat y o verso. Com Luanda, Joseph Rodriguez, Elton Panamby. Mediação: Diana Salu

Nesse eixo, propõe-se uma reflexão sinestésica sobre as interconexões que poesia, beat e música podem conjurar na jornada de artistas multilinguagens que produzem e representam, desde a palavra falada, performada e/ou cantada, a multiplicidade complexa de saberes artísticos cuír.

SOBRE AS PESSOAS PARTICIPANTES

CURADORIA

Fabian Kassabian navega a dissidência de gênero fora da binariedade, enquanto pessoa transmasculina, fundador da Brava, atua como comunicador e produtor, além de pesquisar de forma independente o habitar no agora de outros mundos e o estar junto a partir da construção de comunidades. Compõe rede no campo da educação, elaborando esta, enquanto uma ferramenta de libertação e cura para corpos que habitam as margens dos sistemas hegemônicos de raça, gênero, classe e sexualidade.

tatiana nascimento, não-binária, brasiliense, mãe da Irê. cantora, compositora, escritora, tradutora, editora na padê (que não é cocaína) editorial – cartonera preta lgbtqia+. sua pesquisa sonoro-poética mergulha sentido, melodia, silêncio y ruído em looping, numa reengenharia de sonhos, pensaventos, afeto, negritudes, cerrado & mar. 17 livros publicados. finalista do jabuti (2022). vencedora do prêmio pallas (2024). idealizadora do primeiro Slam das Minas e da primeira formação sobre privilégio branco no Brasil.

RODAS DE CONVERSA 

Cidinha da Silva é escritora e doutora em Difusão do Conhecimento. Autora de 22 livros, entre eles os premiados “Um Exu em Nova York” e “O mar de Manu”. É cronista do jornal Rascunho. Seu livro mais recente é Vamos falar de relações raciais? Crônicas para debater o anti-racismo.

Daniel Brito: Sempre entro em crise quando me pedem uma autodescrição e por isso tento adiar ao máximo essa resposta incômoda, afinal, como se descreve uma pessoa qualquer, que não é qualquer pessoa? Ou, como poder olhar para si mesmo sendo um terceiro? É possível escrever sobre si como se fosse outro? E, se possível, para quem então escrevo, que não para mim?

diana salu é artista trans/mídia e publica-se desde 2013. destaque para cartas para ninguém (padê editorial), profecia (jandaíra) e então você quer escrever personagens trans? (autopublicação). Desenvolve a pesquisa acolher destruir o tempo em parceria com francisco rio, tendo montado em 2024 a exposição meu nome é um caminho. com a dj conceitinho, está em produção o ep sibilantes. idealizadora da mês editora; dente: feira de publicações e transzine-se: laboratório de publicações.

Formigão: vulgo Formigão sapatão maskulino, pardo, 34 ano kontrariando as estatístikas. poeta. da Z$$P.

floresta, bàbálórìṣà, poeta, artista e tradutor. é mestrando em estudos da tradução pelo ppg-letra (usp), pesquisa narrativas e poéticas macumbeiras, literaturas insurgentes e performances tradutórias. semifinalista no eixo tradução do jabuti, tem editados poemas crus (patuá, 2016), genealogia (móri zines, 2019), panaceia (urutau, 2020 – menção honrosa do 2º prêmio mix literário) e rio pequeno (círculo de poemas, 2022 – semifinalista do 65º jabuti). instagram: @floresta_____

Elton Panamby é multiartista, cria a partir de limites psicofísicos, práticas corporais, sonoras e oníricas em experiências rituais, aparições, vultos e visagens.  Sua prática poética escura é instigada por processos de vida-morte-vida, gestação, gestos, partos e partidas, como tentativa de tanger o invisível, evocar e comunicar em outras língua-gens. Graduado em Comunicação das Artes do Corpo (PUC-SP) e mestre e doutor em Artes (PPGARTES-UERJ).

Jade Bittencourt é poeta soteropolitana e uma das mamães de Maré Sireno. Atualmente orientadora de literatura e escrita criativa no Programa Vocacional. Atua também como revisora, tradutora e professora de espanhol. Seus livros publicados são tinkuy (Padê Editorial, 2018), Amares Interrompidos, (Editora Letramento, 2019) e Mensageiras dos Sonhos (Lei Aldir Blanc, 2021). Formada em Letras pela UFBA. Sua pesquisa versa sobre os encontros que nos permeiam na vida e o que se cria a partir daí.

Joseph Rodriguez, DJ, mais conhecido como Transmasculino do Guetto, é um artista multifacetado com uma carreira marcada pela versatilidade musical e performances cativantes. Formado em Sonoplastia pela SP Escola de Teatro, também faz parte de um coletivo de teatro, chamado Negrura com o espetáculo Reza cotidiano, Joseph atua como DJ, cantor, compositor, produtor, diretor, apresentador e modelo. 

Ju Motter: corpo sapatrans não-binárie, com formação em jornalismo e em filosofia. apaixonade por palavras e idealizadore da coletiva de intervenção urbana sapatrans @velcrochoque.

Kika Sena: Arte-educadora, atriz, diretora teatral, poeta e performer, Kika Sena graduou-se em Artes Cênicas na Universidade de Brasília e fez mestrado na área de Teoria e Prática das Artes Cênicas, na Universidade Federal do Acre. É pesquisadora de gênero, sexualidade, raça e classe. Desde 2015, desenvolve estudos relacionados à voz e palavra em performance com cunho político referente ao corpo da mulher “trans” e travesti na cena teatral e social brasileira.

Luanda: Músique, MC, compositore, curadore e produtor afro-argentine e trans não binário. Ao longo de sua carreira participou de diversos projetos musicais como MC, instrumentista e produtore. Em 2019 iniciou seu projeto solo onde funde ritmos afrodescendentes e modernos. Também participa da Afrocolectiva (mídia digital) recomendando artistas afro independentes.

Cabral: Paulistana convicta, nômade por opção, Cabral escreve, lê, cozinha, flerta com o gênero documentário e transita no movimento social onde exercita sua oratória rebelde. O cotidiano das cidades e a realidade das periferias são pontos de partida para provocar arte por onde anda, sempre à espera da próxima viagem. Escritora inspirada no cotidiano das metrópoles com atenção voltada para a cultura periférica. Coração no Asfalto, seu primeiro livro de contos, foi publicado pela padê (2018).

Orquídea Garcia é uma pessoa transcarioca formada em Letras pela UFRJ. Pesquisa no mestrado a relação entre literatura, corpo e política a partir da poesia lusófona de autorias trans*. Tem poemas nos livros EXTRA/VAZANTE (Hecatombe, 2023) e Rio de Cores (Metanoia, 2023), na revista Felisberta e na Parque dos Parquinhos. Publicou Considerações (2023) e um carro que acelera, desvia e colide (2024) de forma co-independente. Dá oficinas de zine, de escrita e idealizou o projeto “da palavra do corpo: escritas trans, travestis e não binárias”.

Paul Gialdroni nasceu no norte da Argentina,e está há mais de 12 anos no cenário nacional e internacional em torno da poesia e divulgação, performance, educação, ativismo e produccion. Foi o primeiro presidente do Slam Argentina e fundador da organização internacional Transslam. Participou de múltiplos eventos, palcos, festivais e shows como poeta, divulgador e produtor. Publicou 4 livros,o último conta com o apoio do Instituto Nacional de Teatro (INT), foi traduzido para o português pela editora Ganesha.

Rocio Bravo Shuña, migrante andina, psicóloga, poeta, escritora do Poemario Ser y Estar en otros matices (Padê Editorial) e do conto A Luz da Aurora, finalista do Premio Nascente 2022 – USP. Ativista da Rede de Pessoas Migrantes Lésbicas, Bissexuais e Pansexuais – Rede MILBi+.

Venus Garland Kymany Miguel é uma multi-entretainer y instrumentista de 31 anos, cria do ABC paulista. Travesty, preta, cantora, arranjadora e produtora, iniciou sua jornada artística nas igrejas evangélicas da periferia de São Paulo.

Yala Araujo: Travesti, livreira independente, atuando há 12 anos em livrarias, feiras literárias, tem se envolvido na curadoria nas áreas de gênero,  sexualidade, filosofia,  história, ficção com foco na literatura produzida por autorias trans/travestis publicadas tanto em editoras, mas também de forma independente. É amante de esportes, pratica musculação, anda de bike e é apaixonada pelo basquete.

zeca carú de paula navega a exystêncya como feytyceyro, multi-artista, poeta, conjurador de ynymagynáveys, promovedor de saúde. Psicólogo clínico (CRP: 06/136173);  Mestre, Doutorando em Psicologia Clínica (PUC/SP), pesquisa feitura de espaços clínicos  além do tempo colonial, desde a anunciação de memórias do território-cidade-corpo – águas, ventos, madeiras, terra. No bando biodiverso CARUARÊ, pesquisa práticas coletivas que conjurem possibilidades de se viver junto em tempos de necropolítica. Autor de Ynundação (um conjuro).

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