atividade presencial
Local: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
Inscrições a partir das 14h do dia 29/5, até o dia 27/6. Enquanto houver vagas.
O objetivo é mostrar como as cozinhas domésticas não foram apenas espaços de
opressão e de formação/consolidação de uma identidade feminina vinculada e submissa ao lar, mas também se constituíram como espaços privilegiados para a construção de poderes e resistências. Essa construção não se deu alheia à materialidade; ao contrário, ocorreu na intensa interação das mulheres com os objetos que lhe haviam sido destinados como norma e com os quais atuavam no cotidiano.
Encontro 1.
As poderosas chaves da despensa
Neste encontro, a proposta é apresentar as cozinhas domésticas como espaços de poder e resistência das mulheres a partir das despensas, cômodos dedicados à conservação dos alimentos que foram se fundindo às cozinhas por meio de armários e refrigeradores. Até o início do século XX, as “chaves da despensa” – e as chatelaines, versões desses objetos utilizadas em público – tiveram grande carga simbólica, formando poderes e hierarquias entre as próprias mulheres (donas de casa e empregadas, mulheres negras e brancas, ricas e pobres).
Encontro 2.
Cadernos de receitas e objetos de si
Compreendidos por Lygia Fagundes Telles como meios de expressão e de inserção das mulheres na carreira de letras, os cadernos são apresentados neste encontro como “objetos de si”. Mais do que depositários de receitas, constituíram-se como objetos de cozinha que, ao serem planejados, criados, manuscritos, reescritos e utilizados, atuaram em uma produção de si. Além disso, deram forma a um campo de saberes e códigos femininos que, se mobilizou poderes, também serviu para consolidar discriminações – a ausência de cadernos de mulheres negras até meados do século XX, por exemplo, gera importantes questionamentos.
Encontro 3.
Metendo as colheres de pau
A longa trajetória dos artefatos de madeira, como as colheres de pau e os rolos de massa, e dos elementos decorativos das cozinhas – como as toalhas com desenhos florais ou românticos e as coberturas rendadas para botijão e filtro d’água – revela as permanências de condutas e associações identitárias até os dias de hoje. Neste último encontro, o objetivo é discutir, a partir desses objetos, a persistência de hábitos e condutas que seguem vinculando as cozinhas e o trabalho doméstico às mulheres.
Com Viviane Soares Aguiar, jornalista e pesquisadora. Mestra e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo, atuou como pesquisadora associada da exposição de longa duração “Casas e Coisas”, do Museu Paulista (Museu do Ipiranga), e como coordenadora do Centro de Pesquisa e Referência do museu Casa Mário de Andrade, sediado na antiga residência do poeta e escritor em São Paulo.
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