Rendeiras tecem uma máscara-veste com fios vegetais e espinhos de mandacaru sobre a artista Jucélia da Silva, almofada viva da renda de bilros da terra.

Criada por Jucélia da Silva, Pelo Bilro e pelo Espinho é uma performance que entrelaça memória, território e ancestralidade a partir da prática da renda de bilros. Inspirada pela trajetória de sua bisavó rendeira e pela história da inserção colonial dessa técnica em terras indígenas, a artista transforma o próprio corpo em almofada-suporte para a criação de uma máscara-veste feita ao vivo por rendeiras. A ação ressignifica materiais como espinhos de mandacaru, bilros de tucum e fios de sisal, afirmando-os como tecnologias ancestrais e corpos de memória. A obra instaura um tempo espiralar, onde gesto, matéria e ritual se fundem como ato político e poético de retomada.
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Jucélia da Silva, artista e mestranda em Poéticas de Atuação em Artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA/PPGArtes). Bacharela e licenciada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp (IA-SP) e licenciada em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra (UC-PT).