A fotografia analógica carrega consigo um caráter nostálgico que resgata memórias e afetos de forma singular. No trabalho de Wagner Celestino, essa estética ganha potência ao registrar festividades e a velha guarda do samba, valorizando a história viva que esses personagens e eventos representam. A intervenção convida o público a fazer um registro de retrato na exposição e levá-lo fisicamente, em um monóculo.

De forma geral, registros fotográficos, além de documentarem momentos importantes da cultura popular, tornam-se ferramentas de preservação da memória coletiva. Em um tempo de imagens instantâneas e efêmeras, a fotografia analógica reafirma a importância do tempo, do olhar cuidadoso e do resgate afetivo que um registro pode carregar.

Para aqueles que viveram as últimas décadas antes dos anos 2000 – período em que os recursos analógicos eram a única opção antes da popularização das câmeras digitais e dos celulares com câmera -, o monóculo desperta um profundo sentimento de nostalgia. Já para os mais jovens, representa uma oportunidade única de interagir com imagens fotográficas em seu formato original, fora do ambiente digital.

MINI BIO – Allan Cunha
Allan Cunha tem 32 anos, nasceu e cresceu na periferia da zona leste de São Paulo. É fotógrafo de rua, videógrafo, educador, curador independente e produtor cultural pela Sedpcd. Possui formação superior em Fotografia (Universidade Paulista – UNIP) e é pós-graduando em Gestão Cultural: Cultura, Desenvolvimento e Mercado (SENAC). Além disso, é pós-graduado em Arteterapia (Faculdade Líbano) e tem formação em Direção de Arte (Academia Internacional de Cinema) e História da Arte (Escola Panamericana de Arte e Design). Desde 2015, faz parte do Centro de Pesquisa e Documentação Histórica Guaianás (CPDOC Guaianás). Entre 2016 e 2020, integrou o coletivo audiovisual Lentes Periféricas. Leciona oficinas de fotografia desde 2014, atuando em instituições como SESC, Fundação Itaú Social, Centro MariAntonia da USP e Instituto Jô Clemente.