“Tapete Vermelho” é uma obra performática que propõe um único traje compartilhado por duas pessoas simultaneamente, impondo uma condição escultórica aos corpos que dividem o espaço expositivo por três horas.

Essa convivência física evoca a coexistência de diferentes existências, igualando suas singularidades ao destacar suas diferenças.

Os movimentos dos performers são extremamente lentos — por vezes quase imóveis — conferindo à obra uma qualidade coreográfica. A impossibilidade de tocar os pés no chão subverte a expressão “ter os pés no chão”, que remete ao realismo e à racionalidade. Em vez disso, a obra sugere um estado de sonho, fantasia e irrealidade.

O nome “Tapete Vermelho” remete ao glamour hollywoodiano, mas aqui é ressignificado: duas figuras elegantes tornam-se um único tapete, que pode ser pisado pelo público. Essa interação simbólica convida à reflexão sobre status, visibilidade e as camadas sociais que compõem a sociedade.