Uma mulher está presa em um elevador. Ela é atriz e, por causa de um blecaute, está sem saída, claustrofóbica e imersa no turbilhão de seus próprios pensamentos. Ela se lembra que o pai se perdeu quando ela era criança e nunca mais soube como voltar. Ela também conta que a mãe viveu por toda a juventude em um lugarejo sem energia elétrica e seu sonho era viver em uma casa com eletricidade.

A dramaturgia costura as histórias desses personagens com outros blecautes históricos e importantes da história do país e do mundo, como os apagões que se sucederam no Amapá em 2020 (o pior blecaute da história do país), além dos tantos que atingiram São Paulo nos últimos anos.

O monólogo rememora a história dos pais da personagem presa no elevador e, com isso, se aproxima de pessoas que hoje estão na casa dos 80 anos. Uma geração que viu o Brasil e o mundo mudar ao longo das últimas décadas. Essas transformações, simbolizadas no espetáculo pela energia elétrica, deveriam apontar sempre para um lugar melhor. Mas a dramaturgia também nos lembra que os avanços tecnológicos que dominam a produção e geração de energia são capazes tanto de criar a lâmpada elétrica como a bomba atômica.

Ficha técnica:

Atuação: Cássia Damasceno
Dramaturgia: Aristeu Araújo e Cássia Damasceno
Consultoria dramatúrgica: Henrique Fontes
Direção: Aristeu Araújo
Composição musical: Luiz Lepchak
Musicistas: Júlia Klüber / Nina Nicolaiewsky (em alternância)
Iluminação: Nadja Naira
Operação de luz: Nadja Naira, Dafne Rufino e Ricardo Barbosa (em alternância)
Figurino: Amábilis de Jesus
Caracterização: Kenia Coqueiro
Operação de caracterização: Aislan Salomão
Cenário: Eduardo Giacomini
Desenho de som: Chico Santarosa
Operação de Som: Luan Casado / Felipe Grillo (em alternância)
Direção de produção: Cássia Damasceno
Assistência de direção: Jade Azevedo
Assistência de produção: Jade Azevedo / Yasmin Gomes (em alternância)
Cenotecnia: Cláudioboi
Realização: 3Luzes

Cássia Damasceno é atriz e administradora cultural. No cinema, foi ganhadora de 12 prêmios como melhor atriz, com destaque para o Cine Pe 2020 e Short to the Point (Romênia), pelo curta “Vai Melhorar” (direção de Pedro Fiuza), além do Kikito no 47º Festival de Cinema de Gramado, com o curta “A Mulher que Sou” (direção de Natália Tereza). Atriz teatral reconhecida, já atuou em peças como “Três Luzes” (2024), direção de Aristeu Araújo; “Voo Livre” (2023), direção de Marcio Abreu; “Ressaca” (2023), direção de Maíra Lour; “Preto” (2017), direção de Marcio Abreu; “Cabaré Dalton” (2016), direção de Nena Inoue; “Billie” (2014), direção de Alexandre França. Fundou em 2024 com Aristeu Araújo a companhia de teatro e produtora de cinema 3Luzes e integra a companhia brasileira de teatro desde 2008.