atividade presencial
Local: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
Inscrições a partir das 14h do dia 26/6, até o dia 15/7. Enquanto houver vagas.
O curso examina exemplos de utopias musicais ao longo dos últimos cem anos: duas do século 20 e uma brasileira.
Primeira aula, as canções de luta da dupla Eisler/Brecht na Alemanha de Weimar, aparentadas às que a ditadura brasileira de 1964 suscitou, como as de Ivan Lins/Vitor Martins e Gilberto Mendes, entre outras.
(15/7) – Eisler, Brecht e os “arbeiterlieder” – Momento-chave da música engajada do século 20, que aconteceu durante a chamada República de Weimar na Alemanha entre 1919 e 1933. Canções de luta dos trabalhadores, integrantes dos milhares de corais espalhados pelo país.
Segunda aula, a história de um outro Bach hoje completamente desconhecido, que transformou o jovem compositor Arnold Schoenberg em músico engajado nos anos 1900-1910. Levou o autor do “Pierrot Lunaire” a reger corais de trabalhadores austríacos, uma vivência que contribuiu, em certa medida, para sua obra pedagógica magna, o “Tratado de Harmonia”, escrito neste período e publicado em 1911.
(22/7) – David Josef Bach/Schoenberg – David Josef Bach e Arnold Schoenberg nasceram em 1874. Num dia 13: Bach em agosto, Schoenberg em setembro. Na primeira década do século 20, o compositor de “Pierrot Lunaire” regeu corais de trabalhadores austríacos, num projeto conjunto com Bach, então dirigente do Partido Socialista austríaco. Uma história virtuosa, uma utopia tornada realidade, como a de Eisler/Brecht.
Terceira aula, um exemplo brasileiro, de Carlos Kater, um compositor, musicólogo e educador-chave para a educação musical do país.
(29/7) – Carlos Kater: compositor, musicólogo, educador – Aos 76 anos, ele é responsável por uma verdadeira revolução na educação musical do Brasil do século 21. Ele tem vários livros publicados, sobre Koellreutter e Eunice Katunda, duas figuras-chave da música brasileira do último século. Lançou este ano um livro essencial com entrevistas de Villa-Lobos, mais de 600 páginas de material inédito (e o que é melhor, edição digital com acesso gratuito). Vem se reinventando, sobretudo durante a pandemia, quando concebeu, compôs e produziu vídeos curtos. Esta frase define seu credo artístico pessoal: “Acredito no poder da música para motivar transformações sociais e sobretudo no poder da educação musical em promover processos formadores humanos. Faço aquilo que em princípio cabe apenas a cada pessoa tornar realidade, a melhor contribuição, única e original, de cada indivíduo, de forma determinada e em interação com o coletivo, para a sociedade de seu tempo. De toda maneira, quando considero alguns dos desafios da educação musical no Brasil atualmente, me vem à mente uma antiga ponderação de Renato Almeida… a preocupação de buscar sempre uma música nova que seja nossa e ao mesmo tempo uma música nossa que seja nova”.
Com João Marcos Coelho, jornalista, crítico musical do jornal O Estado de S. Paulo desde 1989 e colunista da revista Concerto. Convidado: Carlos Kater.
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