Programação da Casa Edições Sesc na Flip lança um olhar transversal sobre uma ideia de Brasil mais inclusivo, diverso e democrático
Em um país em que movimentos dedicados a discursos de ódio ainda persistem, a necessidade de reconhecer o papel de grupos sociais diversos na composição da nação continua urgente. O Brasil atravessa uma fase de grandes mudanças socioculturais e tem diante de si o desafio de estabelecer um convívio mais pacífico entre pessoas que pensam de forma diferente, pressuposto inalienável das sociedades democráticas. Os avanços na defesa da igualdade racial, no campo dos direitos humanos e na defesa dos povos originários e de seus territórios – em boa medida conquistados a partir da Constituição de 1988 – só poderão ser mantidos e prosperarem com a participação efetiva da sociedade junto ao Estado e em cooperação com vários organismos da sociedade civil que atuam nessa direção. Assim, a Casa Edições Sesc se coloca como um dos espaços para esse diálogo entre cidadãos e protagonistas desse processo.
Entre as atividades que acontecem no número 20 da Rua Marechal Santos Dias está o debate sobre a situação enfrentada pelos povos indígenas na preservação de seus territórios de vida e trabalho e a luta contra invasores em busca da exploração ilegal das florestas. Às 11h do dia 24, Felipe Milanez, autor de Memórias sertanistas: cem anos de indigenismo no Brasil (Edições Sesc, 2015), a ativista guarani Geni Núñez e o antropólogo Marcos Rufino participam da mesa Povos originários: presente e futuro, uma conversa mediada pelo historiador Francis Manzoni sobre as ameaças e desafios enfrentados pelos índios brasileiros.
A complexa relação entre comunidades, funk, política e legislação é tema de outro encontro realizado na Casa Edições Sesc. Funk: entre a batida do DJ e a batida da polícia é uma mesa inspirada no lançamento O funk na batida: baile, rua e parlamento (Edições Sesc, 2022), livro em que o Doutor em Direito Danilo Cymrot investiga a criminalização do funk, gênero musical predominante em comunidades periféricas, sobretudo entre os grupos de negros e jovens. Às 17h do dia 25, Cymrot participa de um bate-papo com um dos integrantes da primeira geração de MCs do Rio de Janeiro, MC Leonardo. A conversa será mediada pela idealizadora do Coletivo Funk no Poder, Tamiris Coutinho.
O avanço de movimentos antidemocráticos e a disseminação de notícias falsas em verdadeiras guerras virtuais são dois dos elementos da política brasileira do início do século XXI. A instabilidade provocada por essas forças podem ser sentidas cotidianamente, com a política invadindo o espaço da vida privada. Mas o que é possível fazer para recuperarmos um ambiente de negociação política saudável? Renato Janine Ribeiro, autor do livro Maquiavel, a democracia e o Brasil (Editora Estação Liberdade e Edições Sesc, 2022) – lançamento que analisa os regimes democráticos do país pós ditadura civil-militar –, e o doutor em Filosofia Alexey Dodsworth buscam por respostas na mesa mesa O que você pode fazer pela democracia no Brasil?. O encontro acontece às 19h do dia 25.
E às 11h do dia 26, abrindo as atividades do último dia de programação da Casa Edições Sesc, a questão racial volta a ser pauta na mesa Protagonismo negro na imprensa. Desempenhando um papel ativo na história do Brasil, negros e negras estiveram à frente de iniciativas de combate ao preconceito, à discriminação e à desigualdade social. Ligia Fonseca Ferreira, organizadora de Lições de resistência (Edições Sesc, 2020) – livro que reúne textos de Luiz Gama, pensador, jornalista e advogado, publicados na imprensa de São Paulo e Rio de Janeiro entre as décadas de 1860 e 1880 – e Mário Augusto Medeiros da Silva, professor do Departamento de Sociologia da Unicamp, falam sobre ativismo e luta pela liberdade em uma conversa mediada pela jornalista Adriana Couto, apresentadora dos programas Metrópolis e Café Filosófico da TV Cultura.
Ao expor realidades distintas do tecido social do país, a programação da Casa Edições Sesc na 20ª Festa Literária Internacional de Paraty – Flip lança um olhar transversal sobre uma ideia de Brasil mais inclusivo, diverso e democrático. Para Francis Manzoni, representante da equipe de curadoria da programação do Sesc São Paulo, as mesas apresentam visões da sociedade que colocam em discussão questões incontornáveis para um diálogo construtivo, capaz de gerar ações mais propositivas para a nação. “Na arquitetura colonial de Paraty, a Casa Edições Sesc oferece debates em uma perspectiva descolonizadora. Conscientes do passado de ‘veias abertas’, abordamos a democracia como ponto culminante da saga de um povo em direção a um país, finalmente, para todos os brasileiros.”
Serviços:
Casa Edições Sesc
Rua Marechal Santos Dias, 20 (R. da Matriz) – Centro Histórico, Paraty – RJ
Dia 23. Quarta, das 17h às 21h.
Dias 24, 25 e 26. Quinta a sábado, das 10h às 21h.
Dia 27. Domingo, das 10h às 17h.
Acesse a programação completa da Casa Edições Sesc em sescsp.org.br/sescnaflip
Sesc Paraty
Unidade Santa Rita | R. Dona Geralda, 320 – Centro Histórico, Paraty – RJ
Unidade Caborê | Av. Octávio Gama, 1709 – Caborê, Paraty – RJ
Acesse a programação completa do Sesc na Flip em sesc.com.br/flip.
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