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A hora e a vez do esporte




Sesc Verão 2014, uma ação para o MOVE Brasil, promove uma reflexão sobre como a população encontra tempo no seu dia a dia para praticar atividades físicas



De 4 de janeiro a 28 de fevereiro, as unidades do Sesc na capital, interior e litoral promovem o Sesc Verão 2014. Em sua 19ª edição, o evento oferece ao público diversas instalações interativas, atividades esportivas, recreações, vivências e bate-papos com atletas. Este ano, assim como em 2013, o programa faz parte da campanha MOVE Brasil, cujo objetivo é aumentar o número de praticantes de atividade física e esporte até 2016, ano dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.


Em 2014, o Sesc Verão norteia-se pelo mote “Toda hora é hora. Esporte é agora!”, promovendo uma reflexão sobre como a população encontra tempo para praticar atividades esportivas. O Sesc encomendou, para a campanha Move Brasil, uma pesquisa ao Instituto Ipsos e verificou que a população brasileira está longe de poder ser considerada ativa. De acordo com a pesquisa, 47% dos entrevistados disseram que a correria do dia a dia e a falta de tempo são os principais motivos para não praticarem um esporte regularmente, causando o sedentarismo.


Entre as atividades propostas com o intuito de mudar essa realidade, está uma série de bate-papos sobre o tema. Além disso, instalações interativas incitam o espectador a pensar sobre o tempo e seu uso no cotidiano, com uma identidade visual com a finalidade de estimular o participante a repensar suas motivações, escolhas e o seu tempo.


A ideia é fazer com que as pessoas reflitam como usam seu tempo para praticar um esporte ou atividade física. “Queremos que as pessoas repensem a relação do tempo com seu modo de vida e seus momentos de lazer e seu tempo com esportes e atividades físicas. E a partir daí descobrir os momentos no seu dia a dia que em que podem ser possíveis incluir uma prática físico esportiva, seja pelo prazer da prática, pelo bem-estar, por encontrar amigos ou por pura diversão. Fazer uma breve caminhada ou corrida no entorno da sua casa, ou marcar de encontrar com os amigos para praticar um esporte coletivo, seja após o trabalho ou no fim de semana, são possibilidades”, diz a  assistente técnica da Gerência de Desenvolvimento Físico e Esportivo do Sesc e uma das coordenadoras do Sesc Verão 2014, Luciana Itapema.


O pesquisador Lucas Lopes de Moraes, que faz parte da equipe do professor Magnani, na USP, complementa dizendo que, antes de pensar como as pessoas “utilizam” seu tempo (e essa noção de utilizar/usar já indica uma perspectiva muito utilitarista e pouco explicativa), seria muito mais interessante compreender os motivos apontados por essas pessoas para fazerem “isso” e não “aquilo”. “Ou seja, deveríamos nos preocupar com os sentidos dados a essas atividades realizadas e como a opção de frequentar um espaço ou praticar uma determinada atividade física pode indicar um conjunto de motivações”, afirma. “Essas motivações podem se referir ao desejo de uma vida mais saudável, mas também à constituição de uma rede de amizades com pessoas com gostos parecidos e à adoção de um modo de vida específico.”



“Queremos que as pessoas repensem a relação do tempo com seu modo de vida e seus momentos de lazer e seu tempo com esportes e atividades físicas”


Luciana Itapema, assistente técnica da Gerência de Desenvolvimento Físico e Esportivo do Sesc e uma das coordenadoras do Sesc Verão 2014



Transformações Possíveis
Foi realizado no Sesc Santos, nos dias 28 e 29 de novembro, o seminário internacional Cidadania Ativa & Transformação Urbana. Um dos temas discutidos foi a mobilidade – debatida pela gestora cultural Karina Zapata e a holandesa Aletta Koster, diretora da Embaixada Holandesa de Ciclismo. Outra discussão abordou a necessidade de projetos que promovam a cidadania – debate que contou com a presença Wagner Rebehy, que falou sobre o trabalho da Fábrica de Música de Paraisópolis, e do professor da Universidade de Dortmund (Alemanha) Thorsten Heitkamp. Estiveram presentes na abertura dos trabalhos o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, e o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa.


Gestão Urbana
Em 2 e 3 de dezembro, foi realizado o Seminá­rio Internacional Sampa Cri­Ativa, encontro que abordou a necessidade de reconectar as relações sociais, culturais e econômicas nas cidades. O evento contou com representantes do Brasil e de outros países que compartilharam experiências de inovação social e gestão urbana. Sob a curadoria de Ana Carla Fonseca, trata-se de uma iniciativa da Fecomércio, Sesc e Senac.

Ponte aérea
Em parceria com o Festival do Rio, o CineSesc realizou durante o mês de novembro a segunda edição da mostra Seleção do Rio. A proposta é trazer para São Paulo títulos inéditos exibidos no evento carioca – entre obras de ficção e documentários. As apresentações incluíram, entre outros filmes, a produção filipina Vosso Ventre (2012), do diretor Brillante Mendoza (25/11); os documentários Restless – Keith Haring na Bahia (2013), de Guto Barra e Gisela Matta, e os franceses Sophie Calle, Sem Título (2012), de Victoria Clay Mendoza (ambos no dia 27/11); e Freak Orlando (1981), de Ulrike Ottinger, dentro de uma retrospectiva do diretor alemão (28/11).

Rei do baião
Com texto, roteiro musical e direção assinados por João Falcão, o espetáculo Gonzagão, A Lenda foi destaque na programação do Sesc Belenzinho nos dias 29 e 30 de novembro. A montagem apresenta mais de 50 músicas do velho Lua, como era chamado o compositor – entre elas, os sucessos Cintura Fina, O Xote Das Meninas, Qui Nem Jiló, Baião, Pau-De-Arara e Asa Branca.

Cacilda!!!
A Cia. Oficina Uzyna Uzona apresentou, no Sesc Santo André, nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, o espetáculo Cacilda!!! O musical trata da vida e da obra da atriz Cacilda Becker (1921-1969), percorrendo os anos áureos que a consagraram como a atriz trágica. A dramaturgia é assinada por José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond, assim como a direção.

Encerrando o ciclo
O espetáculo Cine_Monstro, apresentado no Sesc Pompeia de 29 de novembro a 15 de dezembro, encerra a trilogia de textos do dramaturgo canadense Daniel MacIvor montados pelo ator e diretor Enrique Diaz. As montagens anteriores foram A Primeira Vista e In On It, ambas de 2010. O trabalho nasce associado ao cinema, principalmente com o gênero terror, presente no texto e na concepção da montagem, que conta com projeções, efeitos sonoros e um delicado trabalho de microfonia.

Existencialismo
Na tragicomédia Entre Quatro Paredes, escrita pelo filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980) durante a Segunda Guerra Mundial, três pessoas que não se conhecem encontram-se no inferno e tentam entender o que as condenou. A história foi levada ao palco do Sesc Bom Retiro, entre 29 de novembro e 1º de dezembro, com tradução e direção de Sérgio Salvia Coelho. No texto, Sartre apresenta os princípios do existencialismo, corrente de pensamento pela qual ficou conhecido e que propõe que o homem não foi criado com um propósito, mas que ele (o propósito) se constrói à medida que percorremos nossa “caminhada existencial”. 

A arte de incluir
O Sesc Carmo apresentou, no dia 3 de dezembro, a Mostra de Artistas, evento que reuniu artistas de diferentes linguagens e com distintas características no que toca à questão da inclusão. Apresentaram-se o Grupo Mosaico (conjunto musical formado por deficientes intelectuais e visuais), a Companhia Circodança (composta por artistas cadeirantes) e o pianista Sérgio Sá – deficiente visual que já teve composições suas gravadas por Roberto Carlos (Como é Possível), Simone (Olho do Furacão) e Tim Maia (O Vento e as Canções). A atividade fez parte da Virada Inclusiva, realizada de 30 de novembro e 6 de dezembro, numa ação conjunta entre o Sesc São Paulo e a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Relações humanas
Em Mínimo Contato, espetáculo teatral que o Sesc Consolação apresentou nos dias 25 e 26 de novembro, dois indivíduos que aparentemente não se conhecem começam um diálogo insólito e poético sobre algo do passado de ambos. É quando tem início uma série de torturas físicas e psicológicas entre os personagens – um “jogo” no qual agressor e vítima trocam constantemente de lugar, fazendo com que se confundam um com o outro. A peça, que ganhou apresentação extra no dia 2 de dezembro, é da Cia. de Teatro 1801; o texto, direção e iluminação de Alexandre França.

De asa em asa
Uni Nile, a Tartaruga que Queria Ter Asas, narração de histórias apresentada no Sesc Interlagos no dia 30 de novembro, é baseada num conto de origem africana e fala do desejo do animal por ganhar os céus. Depois de muito se queixar aos amigos pássaros, num gesto generoso e coletivo, as aves resolvem doar suas penas para que o animalzinho pudesse realizar o seu sonho. A atividade aconteceu dentro do projeto Papo de Anjo, nas Asas da Palavra, uma série de contação de histórias, contos e lendas vindos de diferentes regiões da África.

Velho e bom circo
Em atividade promovida pelo Sesc Ipiranga, a Trupe Lona Preta realizou um espetáculo, nos dias 7 e 14 de dezembro, inspirado nas mais tradicionais linhagens circenses. Em meio a muitas trapalhadas, os palhaços Rabiola e Chico Remela reconstroem os símbolos do picadeiro, dando vida nova às clássicas cenas do circo e dos seculares espetáculos mambembes.

Natal em português
Inspirado na obra da poeta Cecília Meireles (1901-1964), O Sonho de Cecília mostra o desapontamento de uma garota com sua família ao vê-la mais preocupada com as compras de Natal do que com o verdadeiro significado da data. A peça, que o Grupo Malaebaú apresentou no Sesc Itaquera no dia 7 de dezembro, faz parte do projeto O Natal nas Vozes de Autores Brasileiros, e ao final do espetáculo pais e filhos criaram suas próprias histórias natalinas.

Viagem dos sonhos
Pedro, um garotinho de sete anos, um dia acorda sem a sua inseparável meia azul. Com a ajuda de seu travesseiro mágico, o pequeno consegue lembrar que perdeu sua “companheira” na cidade das cores – um lugar que só existe em seus sonhos. É assim que tem início a lúdica jornada apresentada pelo espetáculo Perdi Minha Meia Azul, atividade apresentada no Sesc Osasco no dia 30 de novembro.

No reino da palavra
Em mesa organizada pelo Sesc Pinheiros, no dia 27 de novembro, os convidados Tom Zé, Juliano Garcia Pessanha e Emicida discutiram a capacidade da palavra de reconduzir a percepção para além da dimensão informativa. A atividade, que ganhou o nome A Palavra Como Poética de Voo, integrou a série de encontros do projeto Puzzle – que incluiu apresentações de espetáculo teatral homônimo, nos dias 28 de novembro e 1º e 15 de dezembro.

Vários Pessoas
E O Fingidor, espetáculo apresentado no Sesc Santana nos dias 29 de novembro, 6 e 13 de dezembro, trata do poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), em seus últimos dias, que se disfarça para se candidatar à vaga de datilógrafo, oferecida por um crítico literário, profundo conhecedor de sua obra. Envolvendo personagens reais e fictícios, inclusive os heterônimos de Pessoa, o espetáculo traz uma visão bem-humorada sobre a poética do autor.

O que é um corpo perfeito?
O Sesc Santo Amaro apresentou, no dia 1º de dezembro, o espetáculo de dança Formas de Ver, com os dançarinos Marcos Abranches e Ale Bono Vox. A apresentação reflete a relação entre a dança contemporânea e a produção audiovisual, considerando a deficiência (física ou intelectual) como uma “antítese cultural” do corpo saudável e apto. A questão colocada é: o que acontece então quando uma pessoa com deficiência se apresenta no papel de dançarino? A atividade fez parte do projeto Virada Inclusiva, uma parceria entre o Sesc São Paulo e a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Como era no rádio
O Sesc Vila Mariana apresentou, nos dias 27 e 28 de novembro, show musical com a big band do Centro de Música da unidade. No repertório, arranjos de Radamés Gnatalli produzidos para a Rádio Nacional. A atividade, que teve participação especial da cantora Izzy Gordon, fez parte do projeto A Música na Era do Rádio.



“No início, como eu não sabia o texto, falava com o público para esquentar. Agora, mesmo sabendo, continuo com essa introdução toda”


Enrique Diaz, ator do espetáculo Cine Monstro, em sua estreia no Sesc Pompeia



“Eu estava esperando ficar preparada, mas percebi que não existe esse momento. Foi quando eu me forcei a entrar no estúdio e pegar todas as ideias que eu já tinha, anos de composições guardadas”


Alice Caymmi ao site de Patrícia Palumbo (patriciapalumbo.com). A filha de Danilo Caymmi mostrou o álbum de estreia na unidade São Caetano em 28 de novembro