A produção de O Diabo era Mais Embaixo
Projeto lançado em DVD, conta a fábula do homem que vendeu a alma do contrabaixo para o diabo através de filmagens e animações com técnica de stop motion, muita música e participações especiais de Fabiana Cozza e Lourenço Mutarelli. Ouça podcast com Manu Maltez, aqui!
Músico, desenhista e escritor, Manu Maltez explora várias vertentes da arte no projeto “O Diabo era mais embaixo”, em fase de gravação para ser lançado em DVD pelo Selo Sesc. Tudo começou em 2005, quando Manu escolheu falar sobre o baixo acústico em seu trabalho de conclusão do curso de música, e criou, então, uma fábula faustiana sobre a origem do timbre do contrabaixo, na qual um homem vende a alma do instrumento para o diabo. O conto, escrito em versos e com a parte musical composta para trio de contrabaixos e uma pequena orquestra, chegou a ser apresentado para diferentes públicos algumas vezes antes de ser lançado em livro em 2012 pela editora Scipione: “com o tempo eu fui chegando em uma outra versão com imagens para isso”, explica Manu sobre a versão da obra que flerta com a linguagem de quadrinhos. Para a produção do livro, o autor começou a rever partituras e chegou a um formato que relaciona a voz com o contrabaixo, chamando, propositalmente, de canções graves ou canções baixas. “A história do Diabo já havia sido musicada, virou imagem, um livro e agora vai virar um DVD musical que é entrecortado por um filme”, explica.
As locações do filme – um hospital desativado e o topo de um prédio no centro de São Paulo – foram escolhidas para poder comportar as mil ideias de Manu. O antigo hospital serve de set de filmagens para as casas do homem e do diabo, e recebe desenhos em suas paredes que serão animados através da técnica de stop motion. Já o topo do prédio, onde foram encenados trechos da obra com as máscaras de papel machê, recebe a escultura de um corvo com a altura de 3 metros, tudo criado por Manu Maltez: “e como a gente usa linguagem de vídeo, de cinema, essas máscaras de papel machê fazem uma ligação entre o mundo do desenho e o mundo real. E tem uma hora que ninguém mais sabe o que é o quê”.
O forte apelo visual não deixou a música em segundo plano. A ideia é que o espectador possa fechar os olhos e embarcar na viagem sonora: “eu gravei tudo primeiro e depois vou fazer as imagens em cima dessas gravações. Embora já tenha roteiro de tudo isso, eu quero que a música funcione como uma guia para as imagens, marcações, cenas e tudo esteja muito em cima da música mesmo. É uma história musical” conclui.
Sobre as participações especiais, Manu elogia: “são duas pessoas que conheço e admiro, já trabalhei com eles antes”.
Lourenço Mutarelli
O escritor, ator, dramaturgo e autor de histórias em quadrinhos Lourenço Mutarelli já atuou como o diabo no show d’O Diabo era mais embaixo e, para o filme, volta a fazer o mesmo papel, além de produzir sua própria máscara e contribuir com alguns desenhos. “Não precisei me preparar para o papel, o Manu me pediu para eu ser eu mesmo” brinca Lourenço.
Fabiana Cozza
“O Manu me deu o livro e o que mais me chamou a atenção foram os desenhos. Eu li o livro de uma vez só e pensei ‘bicho, esse cara é piradinho, né. É um artista: escreve bem, desenha bem, toca e compõe!’” elogia Fabiana Cozza. O convite para participar do DVD veio logo depois: “ele falou que tinha esse projeto e que havia convidado alguns músicos que tocam instrumentos graves e eu nunca pensei que fosse estar num time de instrumentos graves (risos) apesar de eu ter um instrumento grave, eu sou um mezzo-soprano.”
Além da Fabiana, o projeto conta com a participação de outras três vozes graves: a do barítono, o mais grave dos saxofones, o clarone, que é um clarinete grave e o trombone baixo, que é o mais grave dos trombones. “Todos são primos do contrabaixo. Eu quis usar esse tipo de cor na história, você cria uma floresta de graves e cada um tem uma voz bem definida, isso é bem legal” conclui o artista.
O filme será exibido no dia 25/11 no CineSesc (programe-se aqui) e haverá show de lançamento no Sesc Pompeia, no dia 18/12 (saiba mais aqui). Conheça mais sobre outros projetos do Selo Sesc.
