DVD O Universo Musical de Raul de Souza e CD Voilà
Primeiro DVD do trombonista, O Universo Musical de Raul de Souza conta ainda com um CD de inéditas, intitulado Voilà, ambos produzidos pelo Selo Sesc.
Nascido João José Pereira de Souza, foi em um programa de auditório que recebeu de Ary Barroso o apelido de Raulito, que seria uma versão jovem do conhecido instrumentista Raul de Barros, autor do choro Na Glória.
Participou com Altamiro Carrilho, Sivuca, Baden Powell, Edison Machado entre outros do Clube da Gafieira, durante um período “em que tocar samba-jazz no Brasil era um ato de heroísmo”, como escreveu Ruy Castro. O jornalista e escritor brasileiro comenta também que “numa época em que muitos músicos brasileiros queriam apenas macaquear os americanos, Raul provou que o importante era a resultante daquela fusion — uma espécie de jazz de gafieira. E que ela podia ser altamente original.” Foi com esta versatilidade que Raul de Souza acompanhou muitos artistas conhecidos nos anos 70, entre eles Roberto Carlos, Sergio Mendez, Flora Purim, Airto Moreira, Milton Nascimento, além de tocar em discos de Sonny Rollins, Cannonbal Aderly, Jack DeJohnette, Sarah Vaughan e Cal Tjader.
Criou o Souzabone, um trombone elétrico em dó com quatro válvulas cromáticas, ao invés das três válvulas tradicionais, que foi desenvolvido em 1975 por Dominique Calicio. Participou de vários festivais internacionais, entre eles Montreaux Jazz Festival (1978), Playboy Jazz Festival (1979), Monterrey Jazz Festival (1980, 1981) e como convidado especial com Wayne Shorter, Wallace Roney e Mads Vinding em Heineken Concerts, em 1995 nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
No final de 2011, Raul de Souza lançou seu primeiro DVD, com participações especiais de Hector Costita, João Donato e Altamiro Carrilho, mostrando um repertório que perpassa toda a sua carreira, além de homenagear seus companheiros.
E através deste projeto, que contou também com um CD de inéditas intitulado Voilà, em 2013 foi considerado o melhor solista pelo Prêmio da Música Brasileira. O reconhecimento, de acordo com Raul, vem de muito trabalho: “pelo que sou, pelo que fiz, no início da música brasileira nos anos 50, quando fui embora do Brasil para os Estados Unidos com o trombone na mão e cem dólares no bolso. Hoje receber o prêmio é fruto disso. Eu mereci, pelo valor musical, artístico, pessoal. Foi um presente.”
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