Espaços
de convívio e de arte
À margem do
mercado tradicional de artes, dirigido a um público afeito ao consumo
cultural, é comum nas metrópoles a ocupação
ordenada de praças e logradouros públicos para exposições
e reuniões de artistas, em sua maioria, anônimos.
É desejável que a cidade ofereça, para amplos segmentos
da população, lugares destinados a aumentar o contato com
bens culturais. Áreas utilizadas para esse fim favorecem o encontro
de experiências humanas diferenciadas, reatando formas de convivência
pouco comuns em meio ao caos urbano vivido na maioria das grandes cidades
brasileiras. Além do que, são criados novos pólos
de circulação de mercadorias, onde há a possibilidade
da transação econômica ser pautada pelo contato humano
menos formal, atraindo o transeunte ocasional e estimulando-o para a compra.
Por outro lado, é fato conhecido que apenas uma insignificante
minoria encontra-se em condições de usufruir da experiência
estética proporcionada por museus, galerias e espaços culturais
tradicionais. Nesse sentido, a principal preocupação das
iniciativas na área da cultura deve pressupor a necessidade de
remover os obstáculos que se interpõem entre o grande público,
de um lado, e a produção cultural, de outro.
Aliás, na área cultural o Sesc de São Paulo realiza
um esforço permanente no sentido de delinear suas ações
com base na qualidade dos conteúdos veiculados. Mais do que isso,
com base nos modos segundo os quais tais conteúdos estabelecem
vínculos com públicos diversificados. Ao considerarmos que
o bem artístico oferece múltiplas possibilidades de apreensão,
escolhemos potencializar a ação educativa como forma de
instigar encontros entre pessoas a fim de aguçar e promover a cidadania
cultural.
Abram Szajman
Presidente do Conselho Regional do Sesc no estado de São Paulo
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