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Edifício Guinle

Considerado um passo revolucionário na arquitetura paulistana, o projeto do arquiteto Hyppolito Gustavo Pujol Júnior foi concluído em 1913. O prédio, localizado na rua Direita, tem sete andares e 36 metros de altura e foi recebido pela cidade como sendo seu primeiro arranha-céu – já que o Edifício Martinelli, outro marco no processo de verticalização da capital, só ficaria pronto, com seus iniciais 12 andares, em 1929.

O pioneirismo do Edifício Guinle, no entanto, não terminava por aí. A construção foi a primeira no Brasil a utilizar o concreto armado, que inclui barras de aço em sua composição, necessitando, por isso, submeter-se a testes realizados pelo então Gabinete de Resistência dos Materiais da Escola Politécnica, atual Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Com influências do estilo art nouveau austríaco, o local foi erguido para sediar o escritório paulista da influente família carioca Guinle, uma das mais ricas do país à época. Um dos exemplos do grau de importância do clã é a concessão para fazer melhorias no porto de Santos dada aos empresários Eduardo Palassin Guinle e Cândido Gaffrée pela princesa Isabel em pessoa, em 1888, já final do período do Império.

Depois de passar por diversos donos, o imóvel foi adquirido, em 1997, pela empresa Mundial Calçados. A organização decidiu investir na restauração da obra – tombada, em 2000, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp).

VISTAS CONTEMPORÂNEAS

Em cartaz no Instituto Tomie Ohtake de 11 de novembro de 2011 a 29 de janeiro de 2012, a exposição, realizada em parceria com a Galeria Babel, traz cerca de cem imagens do fotógrafo americano Steve McCurry. O universo é variado. McCurry tem, entre suas principais características, o interesse pelo homem e suas culturas, seja no Ocidente ou no Oriente – incluindo aí o registro de fatos como o atentado de 11 de setembro. Outra marca são as cores fortemente contrastantes – um bom exemplo é a mundialmente famosa imagem da menina afegã, de olhos perturbadoramente verdes, estampada na capa da revista National Geographic, em junho de 1985. Ambas podem ser vistas na mostra.

A exposição reúne registros dos muitos países visitados por McCurry – entre eles, impressionantes cenas da paisagem e do povo da Índia, do Paquistão e da Nigéria. Uma curiosidade: as imagens são do último rolo de filme Kodachrome, famoso entre os fotógrafos por sua qualidade cromática, mas que deixou de ser fabricado por conta do avanço das tecnologias digitais.

Nele, o que se vê é uma espécie de potpourri visual, uma mistura de imagens que vão do astro norte-americano Robert de Niro aos atores da Bollywood indiana, passando por cenas urbanas e até cliques dos pés descalços do fotógrafo diante da televisão em um quarto de hotel. A impressão que dá é que McCurry desejou fazer caber no precioso e último filme o máximo de situações possíveis.

O endereço do Instituto Tomie Ohtake é Rua Dos Coropés, 88, Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e a exposição pode ser vista de terça a domingo, das 11 às 20 horas. A entrada é franca. Informações pelo telefone (11) 2245-1900 ou no site www.institutotomieohtake.org.br