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Memórias para Guardar e Compartilhar

Heloisa e Elizabete Miguez embarcaram nesta viagem e criaram seus cadernos personalizados.
Heloisa e Elizabete Miguez embarcaram nesta viagem e criaram seus cadernos personalizados.

Viajar sempre é um momento de descobertas. De culturas e costumes que não conhecemos, de sotaques diferentes, de paisagens incríveis. Mas mesmo que a experiência seja maravilhosa, nossa memória pode não dar conta de guardar todos os detalhes. Por isso, o Sesc Campo Limpo convidou seu público a embarcar em uma viagem pela história da encadernação com a construção de um caderno de memórias.

Haroldo Omaki, do Coletivo Semear, capitaneou a viagem começando com a história da encadernação, para que os passageiros entendessem “a importância que ela teve para proteger e conservar os diversos saberes ao longo de séculos, para que a humanidade pudesse ter ciência de seu passado mais longínquo, uma vez que muito se perdia dos escritos antes da arte de encadernar os volumes”, comenta Haroldo.

Todos embarcaram juntos, mas cada um escolheu o seu destino. Para o oficineiro, “essa viagem pode ser para lugares distantes ou não, como a casa da vó, seu bairro, um final de semana na praia”. Quem preferiu embarcar em uma máquina do tempo, se transportou para outras épocas, revivendo o passado com um “portador das recordações trazidas de viagens já realizadas (fotos, catálogos, etc), para que fique mais fácil contar e lembrar dos detalhes vividos”; ou seguindo para o futuro com um “portador das informações colhidas sobre uma viagem em planejamento, que pode vir a se realizar”.

Elizabete Miguez embarcou nessa viagem ao lado de sua filha Heloisa e duas amigas. Juntas, seguiram cada passo. Primeiro identificaram o material, depois passaram pelas fases da montagem até chegarem ao destino: o caderno com a estampa e as cores que planejaram. Foram momentos divertidos de descontração e integração. “Achei interessante porque a gente ficou aqui duas horas, eu estou com três crianças e as três ficaram quietinhas. Não foram correr, não pediram para ir embora, não pediram para comer, porque eu acho que elas estão morrendo de fome. Então eu acho que a atividade interagiu bastante. Eu achei muito bom”, comentou Elizabete.

Para ela, falar sobre a história da encadernação foi muito interessante, pois sente que o costume de guardar as memórias por meio da escrita ficou esquecido no passado. “As pessoas não guardam fotos, se perdem o celular, perdem todas as fotos. Ele falou desde que o registro era na pedra. Eu tenho esse costume de escrever as coisas ainda; anoto telefone, tenho agenda telefônica. O que ele falou do começo para recordar, eu achei interessante”, relatou a mãe de Heloisa.

Assim como cada pessoa tem um objetivo para seu passeio, os participantes escolheram para o destino do caderno que confeccionaram. Elizabete criou o seu pensando em dar de presente, uniu o carinho e a criatividade que depositou na criação para posteriormente colocar fotos suas e presentear alguém querido. Nesta viagem, os passageiros tiveram um momento para se desligar da rotina, dividiram ideias, conhecer pessoas, aprenderam coisas novas e levaram suas lembranças, para guardar e depois compartilhar quando voltaram para casa.