7 cineastas negras e negros fora do eixo Rio-São Paulo que você precisa conhecer

09/02/2022

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Realizadores que tiveram seus filmes exibidos na programação da OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros representam diferentes regiões do Brasil 

Em sua primeira edição, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros apresentou, de 19 de janeiro a 9 de fevereiro de 2022, um recorte da produção audiovisual contemporânea realizada por cineastas negras e negros. Entre os destaques da programação da mostra exibidos no CineSesc, estão produções realizadas em São Paulo e em diferentes regiões brasileiras.  

O Recôncavo Baiano, a periferia de Belo Horizonte e a cidade de Manaus, por exemplo, estão entre os locais que protagonizam algumas dessas histórias, prezando pela diversidade de olhares que caracteriza a proposta do evento.  

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Cena do curta-metragem “Assim”, gravado em Manaus pela realizadora e artista visual Keila Serruya Sankofa (Foto: Reprodução)

Pensando nisso, destacamos sete cineastas negras e negros que participaram da programação da OJU e cujos trabalhos extrapolam o eixo Rio-São Paulo. Confira! 

1. André Novais 

Diretor, produtor executivo e roteirista, André Novais é também um dos sócios-fundadores da Filmes de Plástico, produtora audiovisual criada em 2009 na cidade de Contagem (MG). Considerado um dos mais importantes cineastas contemporâneos brasileiros, lançou em 2018 o longa-metragem “Temporada”, filme que foi selecionado para o Festival de Turim e o Festival de Brasília.  

Entre outros trabalhos, André Novais dirigiu ainda “Pouco mais de um mês” (2012), curta-metragem selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, e “Ela Volta na Quinta”, vencedor da VI Semana dos Realizadores e disponível no catálogo da série Cinema em Casa na plataforma Sesc Digital até 28/02/2022. (clique aqui para assistir ao filme). 

2. Joel Zito Araújo 

Natural de Nanuque, Minas Gerais, o diretor, roteirista e pesquisador Joel Zito Araújo é considerado um dos autores fundadores do chamado cinema negro, desenvolvendo uma série de filmes e documentários que abordam a questão racial no Brasil ao longo dos últimos anos. Entre suas obras que abordam o tema estão o documentário “A Negação do Brasil”, vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival É Tudo Verdade, e o curta-metragem “Vista a Minha Pele”

Em sua produção mais recente, se destacam o documentário “Meu Amigo Fela”, sobre a vida do músico nigeriano Fela Kuti, e o longa-metragem “O Pai da Rita”, que abriu a programação da OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros no CineSesc. 

3. Glenda Nicácio 

Natural de Minas Gerais, Glenda Nicácio é a primeira mulher negra a dirigir um longa de ficção no Brasil em décadas – antes dela, a única mulher negra a ocupar este posto no cinema brasileiro foi a também mineira Adélia Sampaio, em 1984, com o filme “Amor Maldito”. 

Cursou cinema na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde iniciou sua parceria com o também cineasta Ary Rosa, com quem fundou a produtora Rosza Filmes e divide a direção de ”Café com Canela” (foto), ”Até o Fim”, “Ilha” e “Voltei”. Transitando entre os papeis de direção, produção e direção de arte, desenvolveu uma série de projetos voltados à prática do cinema em escolas da rede pública na região do recôncavo e leva essa característica do envolvimento comunitária também para as suas produções: no premiado “Café com Canela”, por exemplo, a comunidade de Cachoeira participou ativamente da produção do filme e a confecção do figurino foi feita por costureiras de uma cooperativa de Maragogipe, cidade vizinha.

4. Grace Passô 

Embora um de seus últimos trabalhos se passe justamente no coração da capital paulista – o premiado curta-metragem “República” – é em Minas Gerais que está o cerne da obra da atriz, dramaturga e diretora Grace Passô.  

Nascida em Pirapora, interior de Minas, Grace foi uma das fundadoras do Grupo espanca!, que é considerado uma das iniciativas mais criativas do teatro contemporâneo brasileiro. No cinema, fez sua estreia na direção em 2019, em parceria com Ricardo Alves Jr., com quem divide a direção do média-metragem “Vaga Carne”. Em 2021, ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro pelo curta-metragem “República” gravado em seu apartamento, no centro de São Paulo, durante o período de pandemia.  

5. Safira Moreira 

Atuando como diretora, diretora de fotografia e roteirista, Safira Moreira nasceu em Salvador e trabalha com a imagem de pessoas negras sob a perspectiva da memória. Dirigiu, entre outros trabalhos, o premiado curta-metragem “Travessia”, que integrou o programa de curtas da OJU- Roda Sesc de Cinemas Negros no CineSesc, e desde 2018 trabalha no longa-metragem “Cais”, contemplado nas premiações Fundo Avon Mulheres do Audiovisual e Rumos Itaú Cultural.

6. Gabriela Barreto 

Outro trabalho do audiovisual baiano que remete à memória do povo negro no Brasil é  “Memórias Afro-Atlânticas”, de Gabriela Barreto. Com um olhar voltado, em especial, à perspectiva da mulher negra, Gabriela foi diretora de cena de uma série de curtas que abordam a cultura popular e afro-brasileira como “A Cor da Liberdade”, “Terra Marcada”, “Contos de uma Lavadeira”, “Preta é a Mãe”, “Sambadeiras do Recôncavo”, “Umbigada”, e “Maria das Cabras”, entre outros. 

7. Keila Serruya Sankofa 

Nascida em Manaus, cidade onde vive e trabalha, Keila Serruya Sankofa é artista visual e realizadora audiovisual. Partindo da compreensão da rua como espaço de diálogo com a cidade, produz instalações audiovisuais que contam com exibições de filmes, fotos e videoartes em espaços urbanos. 

É diretora do curta-metragem “Assim”, que integrou o programa de curtas da OJU- Roda Sesc de Cinemas Negros no CineSesc. Resultado de um projeto do Coletivo Difusão, núcleo independente de artistas e produtores culturais de Manaus, o filme acompanha momentos do cotidiano de duas mulheres transexuais, Nayla Bianca e Patrícia Fonttine, moradoras de Manaus que interpretam a si próprias na trama.  

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