
Selo Sesc traz a público a comemoração de 30 anos de Samba Esquema Noise, primeiro álbum de estúdio do Mundo Livre S/A. Nesse sentido, gravado ao vivo no Sesc Ipiranga em agosto de 2024, o lançamento faz parte do projeto Sessões Selo Sesc. A proposta aqui é transformar apresentações ao vivo nas unidades do Sesc São Paulo em registros digitais. Portanto, os ouvintes podem escutar onde quiserem verdadeiros documentos sonoros elaborados com precisão e cuidado técnico. Ouça nas principais plataformas de áudio.
Criada em Recife, Mundo Livre S/A foi uma das fundadoras do manguebeat. O movimento surgiu da união da efervescência da cultura popular nordestina e suas marcas regionais como o maracatu e o coco, a outros gêneros musicais como rock, punk, hip hop e música eletrônica. Assim, criou-se um estilo autêntico, diferente de tudo que vinha sendo feito no cenário da música alternativa brasileira.
Mundo Livre S/A trouxe, ainda, o samba para esse universo, com a presença de instrumentos como o cavaquinho para compor as melodias, algo inovador até então para o gênero recém-criado. Dessa forma, unindo experimentalismo e olhar crítico somados a um tom irônico e debochado, o grupo trouxe o questionamento social de suas letras de maneira ao mesmo tempo leve, enérgica e bem-humorada. Ademais, para além do samba, elementos do reggae, ska e hard-core compõem a identidade musical da banda.
O repertório de Sessões Selo Sesc #15: Mundo Livre S/A é entremeado pelas histórias que formaram a trajetória do grupo, contadas por Fred Zero Quatro. Composto por 18 faixas, o álbum traz canções que marcaram o imaginário da juventude alternativa dos anos 1990, como Meu Esquema, Musa da Ilha Grande, O Velho James Browse Já Dizia, Cidade Estuário e Mistério do Samba. Além disso, Homero O Junkie, lançado como single, figura pela primeira vez em um álbum ao vivo da banda.
Somente em 1994, após 10 anos de estrada da banda pernambucana, é que foi gravado Samba Esquema Noise. A existência do Mundo Livre S/A foi também uma escolha de riscos. Zero Quatro, primeiro membro da sua família com um diploma universitário, conta sobre a decisão de largar uma carreira em andamento no jornalismo para se arriscar na música: “Na época a gente não tinha gravadora, não tinha empresário, tinha nada. A gente tinha um sonho e uma parceria concreta com algo que a gente via que tinha um potencial muito grande, que era toda essa concepção do manguebeat. E eu já tinha uma ideia de escrever o manifesto e tudo. Mas foi um desafio muito crítico por conta de toda essa questão familiar. E você chegar hoje a mais de 40 anos de estrada mostra que foi talvez a decisão mais importante da minha vida”.
Apesar de todos esses anos em atividade, a banda se alegra em ver seu público se expandindo, inclusive entre pessoas mais jovens. A exemplo do single Homero O Junkie, Mundo Livre S/A segue com o espírito irreverente do disco de 1994 e não abre mão de fundir crítica social e experimentação musical.
“É muito legal você ver que na verdade as correlações vão se repetindo. E não só mudando de roupagem, mudando de ambientação. É massa ver como décadas depois o formato estético, a concepção sonora, a sonoridade não perderam a relevância. É legal você tocar hoje em dia esse repertório e ver figuras que não eram nem nascidas quando o disco foi concebido, curtindo e aplaudindo”, reflete Zero Quatro.
Léo D. – teclado
Pedro Diniz – baixo
Pedro Santana – percussão
Xef Tony – bateria
Zero Quatro – guitarra e voz
Gravado em 16 de agosto de 2024 no Teatro do Sesc Ipiranga
Gravado por Clement Zular, Lucas Silva e Duda Gomes
Mixado e masterizado por Clement Zular (Audioportátil)

Ouça o álbum Sessões Selo Sesc #15: Mundo Livre S/A nas principais plataformas de áudio
O projeto Sessões Selo Sesc é uma iniciativa que transforma shows realizados nas unidades do Sesc São Paulo em álbuns digitais. O público recebe uma experiência sonora meticulosamente capturada. O projeto inclui nomes como Carne Doce, Metá Metá, João Donato, Rashid, Bixiga 70, Siba, Orquestra Mundana Refugi e Paal Nilssen-Love. A iniciativa não apenas preserva performances musicais, mas também democratiza o acesso a registros sonoros de alta qualidade, criando um acervo digital rico e representativo da cena musical contemporânea.
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