
A publicação Tradições Populares em Piracicaba: Um Pedaço do “Chão Encantado” apresenta as manifestações populares cultivadas em Piracicaba, como: A Festa do Divino, A Moda de Viola, Folia de Reis, A Congada, a Catira, O Batuque de Umbigada, O Samba-Lenço, Festa de Santa Olímpia, A Capoeira, Festa Junina, O Carnaval, O Maracatu, O Bumba-Meu-Boi e espaços de difusão das culturas tradicionais populares. No lançamento terão as presenças de João Prata, Iara Machado, Diógenes Moura e apresentação da Congada de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. O livro não estará à venda e será doado a escola e pesquisador.
O livro foi idealizado em 2023 e finalizado em 2025, pela equipe do Sesc Piracicaba com pesquisas e textos sob a batuta do diretor teatral, ator e estudioso da cultura popular João Prata, sob a supervisão de editoração e arte, redação, da pesquisadora da arte e cultura da América Latina Iara Machado. O livro é fruto de diálogos com mestres, mestras, integrantes de grupos e ativistas, possibilitando uma produção compartilhada de saberes, formatado em um livro paradidático.
“A importância do livro, deve-se, à forma como ele foi produzido, na qual o fio condutor foi a ideia de uma produção compartilhada de saberes que vêm da pesquisa acadêmica e saberes que vêm dos mestres do saber fazer. Seguiu, assim, a lógica da ecologia dos saberes, que privilegia o diálogo entre várias intelectualidades legitimadas em suas diferentes metodologias, em seus regimes específicos de pensamento, misturando escrituras e oraturas”, ressalta Iara Machado.
A ideia é que o livro paradidático seja trabalhado nas escolas da cidade, de maneira a fazer com que as novas gerações entendam os tempos e significados dessas manifestações de cultura popular tradicional. “O Sesc, com esta publicação, oferece aos professores e professoras subsídios para a compreensão das culturas tradicionais populares e costumes de Piracicaba para serem transmitidos para seus alunos. O livro traz alguns conceitos básicos como cultura, cultura popular, tradição, memória, património, que ajuda a refletir e entender o significado das manifestações das culturas populares tradicionais.”, enfatiza João Prata.
Conhecer as tradições populares ajuda a entender o presente e refletir sobre futuro dessas tradições e costumes. Muitas tradições superam preconceitos, violências, discriminações se tornando uma resistência e referência cultural. Os grupos tradicionais nos proporcionam, através da sabedoria dos seus ancestrais (incluindo de raízes negras e povos originários) que é passada por narrativas orais o entendimento de seus costumes, culturas e fazeres artesanais.
“O trabalho realizado pelo Sesc tem um valor incomensurável, à medida em que ele materializa o desejo de perenidade presente em toda produção cultural do ser humano. Mais ainda, em se tratando de aspectos da cultura popular, retratando a tradição, as crenças, os valores e os modos de fazer do nosso povo, que por motivos variáveis nem sempre receberam a devida atenção e, em alguns casos, se perderam no tempo.”, reconhece João Prata.
Em 2008, o Sesc Piracicaba apoiou a criação do Fórum em Defesa das Tradições Populares de Piracicaba, na perspectiva de salvaguardar a memória, o tempo e a história das culturas tradicionais da cidade. Transformado em lei pelo Decreto Legislativo 13/2010, do ex-vereador Bruno Prata, o fórum colabora com a propagação dos legados das tradições populares que são impactados pelo processo de homogeneização da cultura através de palestras, debates, oficinas, intercâmbio entre os grupos de tradições populares.
“Prefiro entender o resultado deste trabalho não como ponto de chegada, para não encerrar nas páginas de um livro o vasto repertório cultural da cidade de Piracicaba e Região. Mas, é preciso tomá-lo como ponto de partida para novas pesquisas, para inspirar novos olhares e estimular as gerações de hoje e de amanhã ao conhecimento, ao respeito e ao engajamento.”, comenta João Prata
“Trata-se, portanto, de um viva às culturas vivas de/em Piracicaba! Culturas vivas que, como água escorrem, produzem e reproduzem a vida para não deixar a utopia morrer!”, conclui Iara Machado.

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