Liana Yuri e Milton Aires em ‘Shima-Açu’, espetáculo que navega nas experiências e no encontro entre as culturas indígena e japonesa

15/11/2025

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Shima-Açu celebra o encontro entre duas ilhas e suas culturas: a Ilha de Okinawa, no Japão, e a Ilha do Marajó, no Pará (Brasil). Inspirado na amizade entre Liana Yuri e Milton Aires, artistas desses dois territórios, o trabalho cria uma ponte poética entre tradições, memórias e saberes. As apresentações acontecem de 14 de novembro a 7 de dezembro, sexta a domingo, no Sesc Avenida Paulista.

A partir das experiências, elementos e rituais característicos desses dois universos, como o chá, a figura mítica e folclórica da cobra, origamis e o próprio corpo-movimento, “o espetáculo é um convite à construção de uma territorialidade, para além do espaço-tempo, como se todas as pessoas estivessem reunidas no mesmo lugar”, conta o ator, Milton Aires.

Shima-Açu navega por temas profundos, como identidade, ancestralidade e a importância da oralidade na (re)construção da memória coletiva”, explica o artista, que acrescenta: “como muitas histórias de nossas famílias se perderam ao longo do tempo, seja por catástrofes naturais, pelo desgaste do tempo ou pelas grandes transformações sociais, o espetáculo propõe uma celebração dos antepassados, preenchendo as lacunas da memória e reconectando-nos às nossas próprias histórias.”

Daniel Viana, diretor do espetáculo, destaca que o projeto também é um convite a um mergulho nas histórias originárias das culturas japonesa e indígena: “O título Shima-Açu já traz em si esse encontro: ‘Shima’ significa ‘ilha’, em japonês, e ‘Açu’ significa ‘grande’, em tupi-guarani. Ao longo da construção cênica, surgem elementos que funcionam como dispositivos dramatúrgicos, como livros pop-up, origamis e a figura da cobra, que possui forte representatividade em ambas as culturas. Essa constelação de possibilidades busca, por meio da dramaturgia autoral, da fabulação e da autoficção, um caminho para revelar nossas narrativas originárias e aquilo que nos aproxima.”

O processo do espetáculo começou em 2022 de forma independente, e seguiu continuidade da pesquisa durante o Edital da Lei Paulo Gustavo de Formação de Goiás em 2024.

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