Cred: Alhasan Yousef
Cred: Alhasan Yousef

Escuta (Es)cura: Abissal

com Panamby

Texto Encarnado

24 de Maio

Duração: 60 minutos

12

atividade presencial

Grátis

Local: Tecnologias e Artes | 4º andar

Retirada de ingresso com 1 hora de antecedência.

Data e horário

10/12 • Quarta • 19h30
Cred: Alhasan Yousef
Cred: Alhasan Yousef

Foi no trânsito lento de parir e digerir os lutos que Panamby passou a lavar com muitas águas. Eram banhos de mar, de rio, de bacia, cuia, balde, chuva, ervas. Abissal é um canto de línguas d’água em fundura refletindo firmamento, uma celebração das almas. Uma aparição sônica que estabelece um diálogo com processos de cuidado e luto em massa. Da kalunga grande, o abismo sem fim do mar onde corpas pretas se encantaram durante o tráfico de pessoas, nas fugas e exílios, ao abismo do céu no preto profundo povoado de corpos e movimentos que nos compõem desde uma ancestralidade difusa, em acordo com o mistério. Configura-se como escuro líquido, blecaute, vozes esculpindo labirintos no tempo, desorienta as perspectivas, convoca a vista turva, torna-se espaço imanente denso e germinativo em simbiose com criaturas impossíveis.

Neste trabalho, Panamby toca águas em estado líquido e sólido em aquários de vidro redondos, capta e modula os sons através do computador, pedais de efeito e da própria mesa de som. A partir dos vidros também projeta as águas no espaço com lanternas. Há ainda uma peça suspensa que derrete e goteja sobre um dos aquários, que é sua cabeça feita de gelo. Com a voz cria outras camadas de ruídos e frequências, sobrepondo em looping, captando com microfone de contato as vibrações desde o pescoço além do microfone comum. Utiliza também dois instrumentos tocados com a boca: um didgeridoo e um arco de boca que iniciam e finalizam a experiência. A proposta da aparição é que as pessoas possam entrar em estados de mergulho, sendo ideal um espaço onde o público possa sentar ou deitar no chão, despir os pés e permitir que as frequências atravessem e ativem o corpo todo.

Panamby é artista, desensinadore, mãe/mamão. Bacharel em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP, mestre e doutore em Artes pelo PPGARTES-UERJ. Nascide na periferia sul de SãoPaulo/SP, morou por 6 anos no Rio de Janeiro/RJ (2011 a 2017) e em SãoLuís/MA de 2016 a 2023. Desenvolve trabalhos em múltiplas linguagens desde 2008, dedicando-se à pesquisa e criação a partir de limites psicofísicos atrelados a práticas de modificação corporal em experiências rituais, aparições, vultos e visagens. Segue suturando na vida após a pós e trilhando caminhos de cura anti-cis-tema transitando entre territórios (SP/RJ/MA). Passou a gerar sonoridades como prática poética no/do escuro, principalmente a partir de 2015, como tentativa de tanger o invisível e comunicar em outras línguas/linguagens. Em 2024, lançou seu primeiro livro, Cavalo Bípede e o Futuro Soprando Atrás da Nuca, pela editora Borboleta Azul.

Ficha técnica
Aparição e criação: Panamby
Administração: Gabi Correia
Produção Executiva: Veni Barbosa
Direção de produção: Dani Correia
Gestão e produção: Associação SÙ de Cultura e Educação

Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.