Franca, conhecida como a cidade do sapato, se transforma em laboratório criativo na Oficina Sola Gráfica e o Cerrado. Sobras da produção de calçado, como couro e EVA descartados, tornam-se matrizes para gravuras únicas, criadas com tesoura, cola e retalhos das fábricas – pura magia.
A oficina convida os participantes a experimentar a arte como forma de expressão, memória e pertencimento. Cada textura carrega histórias de uma cidade que produz, caminha e se reinventa.
Nesta edição, a inspiração vem do Cerrado, bioma brasileiro de enorme riqueza, com sua diversidade de plantas, flores e animais. Árvores retorcidas, sementes, aves coloridas, insetos curiosos e felinos ampliam o olhar criativo para além da cidade, conectando a prática artística à fauna e flora típicas do Cerrado.
O que sobra se transforma em arte; o que é descartado vira traço, cor e forma. O papel recebe não apenas a identidade de Franca, mas também a força e delicadeza de um bioma que precisa ser cuidado e preservado.
Sola Gráfica e o Cerrado é mais que uma oficina de gravura: é um respiro criativo entre passado e presente, cidade e natureza. Cada impressão deixa uma marca no mundo, em diálogo com a arte, a cultura e o ambiente.  

Minibio: 

Nayla Cristina Cintra Ferreira é artista visual, arte-educadora e pesquisadora das relações entre arte, natureza e memória. Seu trabalho transita entre a produção de gravuras através de técnicas variadas, cologravura, impressão botânica, pintura mural e técnicas experimentais com materiais naturais e reaproveitados. Investiga a poética dos afetos e das histórias locais, criando obras que celebram a ancestralidade, a sustentabilidade e a força das pequenas narrativas. Formada em Comunicação Social e Licenciada em Artes Visuais, atua também com oficinas criativas e projetos culturais, valorizando processos coletivos e experiências sensoriais. Vive e cria em Franca (SP), onde desenvolve projetos que conectam arte, educação e território.