CineSesc exibe “Central do Brasil” em cópia restaurada 4K

14/07/2025

Compartilhe:

Nos dias 18, 19 e 20 de julho, o CineSesc exibe às 20h três sessões restauradas em 4k de “Central do Brasil”, filme do diretor Walter Salles que ajudou a projetar o cinema brasileiro para o mundo. Especialmente na sexta-feira, o ator Vinícius de Oliveira estará no CineSesc para apresentar o filme no início da sessão.  

Lançado em 1998, o longa recebeu indicações ao Oscar, Urso de Ouro, BAFTA, e emocionou espectadores de diferentes gerações ao retratar com delicadeza a jornada de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora desiludida da vida que escreve cartas na estação Central do Brasil, e Josué (Vinícius de Oliveira), um menino recém-órfão em busca do pai desconhecido no sertão nordestino. 

A estrutura do filme é clássica: um road movie. Mas o que está em movimento aqui não é apenas o trajeto físico entre o Rio de Janeiro e o interior do Nordeste, é sobretudo uma travessia emocional e ética. Dora começa como uma mulher rígida e indiferente ao destino das pessoas, cujas cartas ela escreve (ou descarta) e, aos poucos, no contato com Josué, vai reativando a capacidade de se importar, de cuidar, de criar laços. 

É um filme sobre a escrita. As cartas, não por acaso, são dispositivos de memória, mas também sobre escuta, afeto e pertencimento. O Brasil que atravessamos com Dora e Josué é o Brasil dos excluídos, dos que tentam sobreviver em meio à precariedade, mas também dos encontros improváveis, da solidariedade inesperada e da ternura em tempos difíceis. 

Fernanda Montenegro oferece em sua interpretação uma das performances mais potentes do cinema mundial. Não há exagero: com o olhar e silêncios ela revela a transformação interna de Dora. E Vinícius de Oliveira, um então garoto desconhecido, entrega uma atuação espontânea e comovente. 

Para quem já viu Central do Brasil, o filme costuma ser lembrado por suas paisagens, sentimento de perda e reencontro, o modo como articula o pessoal e o coletivo. Para quem nunca assistiu, vale não apenas pelo peso histórico, mas porque fala de um Brasil atual, cujas distâncias ainda separam tantos brasileiros. 

Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.