Foto: Daniela Pinheiro Etyely
Foto: Daniela Pinheiro Etyely

Daspu: fronteira entre arte e política das mulheres da vida

História do movimento político das mulheres prostitutas

Contextos

Centro de Pesquisa e Formação

16

atividade online

R$ 10,50 Credencial Plena
R$ 17,50 Meia entrada
R$ 35,00 Inteira

Local: Plataforma Zoom

Data e horário

De 22/05 a 12/06

e

Quartas, 16h30 às 18h30.

Foto: Daniela Pinheiro Etyely
Foto: Daniela Pinheiro Etyely

O curso tem como objetivo coletivizar e cartografar a experiência Daspu: criada em 2005 por Gabriela Leite como uma passarela que dialoga com a sociedade os estigmas relacionados às prostitutas, por meio do método de fabulação crítica proposto por Saidiya Hartman, com objetivo de recriar narrativas íntimas e autobiográficas, a partir das insurgências e liberdades radicais das mulheres da vida.

Momento 1 – Memória Davida: narrativas entre o histórico e o íntimo
Nessa aula, serão compartilhados documentos históricos do acervo da organização Davida, sob a guarda do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de coletivizar a história de luta das mulheres prostitutas inaugurada por Gabriela Leite e Lourdes Barreto, por meio de narrativas orais que atuam entre o histórico e o íntimo.

Momento 2 – Cartografia Daspu: desfiles e performances na fronteira entre arte e política
A partir de registros fotográficos, audiovisuais e escritos da Daspu entre 2005-2022, deseja-se cartografar as vozes e narrativas que emergem dos desfiles e performances por meio de arquivos históricos. Ao usar linguagens híbridas que dialogam tanto com a arte, como com as formas de resistir à violência, essas narrativas tornam-se contranarrativas, ao criarem um território livre que transpõe e escancara documentos em retratos vivos e experimentos insurgentes que reconstituem a história das prostitutas nessa passarela.

Momento 3 – Zonas de promiscuidade: desinibir as separações entre a mulher e a puta
Pretende-se compartilhar o conceito de Zonas de promiscuidade (criado na minha pesquisa de doutorado) que investigou, como ao se moverem no espaço público, as prostitutas reivindicam o sexo como dimensão política, questionando separações entre público e privado, desnaturalizando a divisão sexual do trabalho. Serão propostos exercícios práticos de escrita para desinibir as separações entre a mulher e a puta.

Momento 4 – Putas narrativas de si
Como compartilhar narrativas intimas e pessoais a partir de um movimento cultural e político como a Daspu? Ao desinibir as separações entre a mulher e a puta, essa aula irá propor um exercício como um experimento de performar a escrita como modo de profanar e descolonizar as narrativas feministas de mulheres no espaço público que, ao desfilar, reclamam mais do que o direito à rua, o direito ao prazer como prática de dar corpo as putas narrativas de si.

Com Elaine Bortolanza, doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP) e atua na fronteira entre clínica, cultura e arte, com foco nas questões de gênero, sexualidade e memória. Entre 2013 e 2022 foi curadora e produtora cultural da Daspu.

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