Boteco da Diversidade Beleza Sem Padrão

14/09/2022

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Com intervenção musical de Mc Carol, artistas, ativistas e pesquisadoras refletem sobre a sofisticação do controle dos corpos femininos através da concepção de uma beleza ideal.

No dia 24 de setembro, às 20h, a Comedoria do Sesc Pompeia abre espaço para o Boteco da Diversidade. O tema desta edição é a Beleza sem Padrão e pretende discutir as diversas maneiras que a pressão estética, calcada nas opressões estruturais explicitadas pela sociedade, como machismo, etarismo, gordofobia, capacitismo, transfobia, e que rejeita a diversidade de corpos que não seja palatável ao ideal capitalista.

Com participação de: Andréa Lopes, Dina Maia, Dirce Thomaz, Gueda Liberto, Laureane Costa, Letícia Rodrigues, Magô Tonhon, Maravilhosas Corpo de Baile, MC Carol, Rap Plus Size, Silvina Elias, Tina Melo e Zona Agbara e ilustração artística de Milena Paolina. O Boteco da Diversidade faz parte da programação regular do Sesc Pompeia, que lança luz à visibilidade política e artística de ações e assuntos ligados a à diversidade cultural e à defesa dos direitos humanos.

Boteco da Diversidade: Beleza sem Padrão

A diversidade é conceito chave da sociedade contemporânea e das lutas realizadas por variadas instâncias. Ela se articula a partir da identificação e afirmação de diferenças entre pessoas e culturas como aspectos centrais para que sejam garantidas a dignidade e segurança de todas as existências. Há esforços progressivos nessa direção, que alcançam conquistas e apontam para cenários onde a equidade de direitos se manifesta como um valor sólido e inegociável.

Ação bimestral do Sesc Pompeia, o Boteco da Diversidade busca ampliar a visibilidade política e artística de assuntos ligados a este tema e à defesa dos direitos humanos. Ao considerar que o pertencimento a certa classe, gênero, raça, orientação sexual ou condição física pode expor pessoas a situações restritivas e preconceituosas, é inegável o conjunto de opressões sofridas pelas mulheres a partir da imposição de uma estética homogênea. Na edição de setembro, o Boteco aborda a exigência de padrões de beleza sobre esse grupo, que é historicamente compelido a se adaptar a determinados parâmetros.

São reflexões e apresentações artísticas que ocupam o palco do Sesc Pompeia, protagonizadas por mulheres que, por suas características, são atravessadas por discriminações. Nessa multiplicidade, trazem para o centro da discussão os modos como certos mecanismos de controle, característicos de sistemas sociais normatizadores e hegemônicos, instituem pressão sobre suas subjetividades, impondo o enquadramento a convenções estabelecidas e causando a insatisfação com a própria condição física.

A difusão de discursos e poéticas, frutos da pluralidade que nos é própria, é uma estratégia necessária para que representatividade político-cultural e reconhecimento social se fortaleçam mutuamente. Em um presente que ainda busca por oportunidades para todas as pessoas, o Sesc compreende que atividades protagonizadas por cidadãs que lutam para que respeitem seus corpos contribuem com relações sociais mais justas.


Show de encerramento – MC Carol

Foto: divulgação

É um dos nomes de relevância do funk carioca. Ficou conhecida pelo grande público em 2015 ao participar de “Lucky Ladies”, reality show da FOX. Em 2016, lançou “Bandida” e surpreendeu ao cantar sobre a realidade das comunidades, sexualidade e feminismo. Deste disco, surgiram sucessos como “Não foi Cabral”, “Delação Premiada” e “100% Feminista”. Em 2021, foi anunciada como uma das artistas do #YouTubeBlack Voices/Fundo Vozes Negras, foi capa da Elle View e lançou seu último álbum, “Borogodó”. 


Mini Bio dos participantes

Dina Maia (Mestre de Cerimônias) 
Arte-educadora do Programa Vocacional, atriz e bailarina contemporânea. Atualmente pesquisa as artes cênicas que são movidas pelo cotidiano, encruzilhada essa que visibiliza as práticas ancestrais, cultura popular e a autonomia crítica das produções artísticas dentro e fora periferia. Lokossi, filha da árvore que detém sabedoria, a força da palavra e um ” Orí de Prosperidade”. 

Andrea Lopes  
Antropóloga, docente dos cursos de Graduação e Pós Graduação em Têxtil e Moda e em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Coordenadora do grupo de pesquisa, ensino e extensão Envelhecimento, Aparência e Significado (EAPS).

Carol Pilger 
Feminista, doutora em Comunicação Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora do Grupo de Estudos Transdisciplinares das Corporalidades Gordas no Brasil. Membra dos grupos de pesquisa Corporalidades (UFRGS) e Criança na Mídia (Feevale). Mestra em Processos e Manifestações Culturais e graduada em jornalismo (Feevale). Desenvolve pesquisas na área dos estudos feministas interseccionais, focada, atualmente, nas representações das mulheres gordas no jornalismo de revista feminina.

Dediane Souza  
Travesti preta, jornalista e mestranda em Antropologia – UFC/UNILAB. E ativista LGBTI, Secretária da Rede Trans Brasil e possui experiência com gestão de políticas LGBTI. 

Gueda Liberto   
Iniciou sua carreira de atriz em 1988 no espetáculo “A pedra dos encantados”, de Evaristo de Oliveira, com quem trabalhou em outras produções. Em 1991, fez parte do elenco de “A Tempestade”, com direção da pesquisadora panafricanista e diretora Zenaide Zen. Recentemente, atuou em trabalhos como o longa “Domésticas Curta Curupira”, o curta “E agora, João?”, e em séries como “Segunda Chamada”, da Rede Globo e “Colônia”, no Canal Brasil. 

Julia Zulian (videocenário) 
Graduada em Artes Visuais, bacharel em Arquitetura e Urbanismo e especialista em Arte, Crítica e Curadoria. Autora da videoperformance Beauty Secrets, premiada pela FUNARTE, selecionada na Mostra Fresta e no II Festival Internacional de Videoarte SPMAV. Dirigiu o videoclipe Nenhuma a Menos da banda de punk-rock feminista jundiaense Clandestinas. Trabalha como diretora, roteirista na Zulian & Sai Filmes, é montadora e editora em projetos de cinema, videoarte e publicidade. 

Laureane Costa  
Psicóloga, bolsista da Coordenação de Ações Pedagógicas Especiais da Universidade Federal de Jataí (CAPE/UFJ), mestra em Educação (PPGE/UFJ), integrante do grupo de estudos do Laboratório de Educação Inclusiva (LEdI/UDESC) e do Núcleo de Estudos sobre Deficiência (NED/UFSC). 

Letícia Rodrigues  
Atriz, dramaturgista e roteirista. Foi integrante do Núcleo Feminista de Dramaturgia, no qual desenvolveu o vídeo poesia “É por ser uma baleia que eu nado tão bem”. Integra o elenco dos longas “Fortunato” (2016), “Emociones Súbitas” (2020), e “Enterre seus mortos”. Em séries, participa de “Manhãs de Setembro” (Amazon Prime) e “Tarã” (Disney+), com previsão de estreia em 2023. Integrou grupos de teatro como Folias D’arte e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. 

Magô Tonhon  
É gorda com pretensões de ser imensa, não é atriz, é pirotécnica. Arquiteta de Beleza e Educadora, mestra em filosofia pela USP, trabalha com publicidade no instagram e como consultora em diversidade desde 2016, atuando em treinamento de equipe em diversas empresas. Já participou de centenas de eventos em grandes empresas como Linkedin, Starbucks, Itaú Cultural, GB65, Sephora Brasil, Estée Lauder, Grupo Center Norte e Natura, entre outras. Detesta minibios mas ama hidratação de pele. 

Maravilhosas Corpo de Baile  
Coletivo Artivista Feminista que, por meio da dança e do encontro, busca o resgate da autoestima de corpos femininos e não normativos. Surgiu em 2016 da ideia de experimentar a dança como ferramenta de libertação de padrões estéticos e de comportamento, e hoje abriga corpos reais que encontram uns nos outros a coragem e afeto necessários para ir às ruas das maneiras que acharem necessário. Busca também combater a cultura do assédio, o lugar comum de que o corpo feminino (mas não só) existe para provocar desejo, dar prazer ou ser controlado.  

Paulina (fotografias) 
Pessoa não-binária negra, gorda, autodidata, que mora em São Paulo. Multiartista curiosa e viva, está construindo a arte que quer ver no mundo. Em 2017, iniciou seu primeiro projeto: “Eu, gorda”, viajou pelo Brasil e fotografou mais de 300 pessoas. Hoje, além da fotografia, busca representar sua arte em diversos materiais, formas e linguagens, buscando se enxergar naquilo que constrói. 

Rap Plus Size 
Formado por Júpi77er e Sara Donato, o grupo musical de São Paulo combate a gordofobia, o machismo, o racismo e LGBTfobia. Em 2018, lançou o single “Toda grandona”, que viralizou trazendo enorme visibilidade para a luta da desconstrução do padrão de beleza. Em 2019, lançou o disco “A grandiosa imersão em busca do novo mundo”. Em 2022, com o EP “Revoada”, estreia uma nova fase artística com rimas que versam sobre a importância do empoderamento dos corpos dissidentes. 

Silvina Elias 
Atriz e educadora social, participou do 1º Monólogo da cidade de São Paulo, se destacando como atriz revelação. Também interpretou os personagens Antônio e Próspero de A Tempestade, de Shakespeare, adaptada e dirigida por Zenaide Zen. Recentemente, atuou como Antônio, Maria Louca e Nanã em “Atotô Silêncio, o Rei está na Terra”, dirigido por Marcio Teles, da Cia Odara. 

Thaís Dias (direção artística) 
Mãe do Bento Zuri. Artista piracicabana, atua nas artes como atriz, figurinista, produtora cultural, arte-educadora e diretora artística.  Formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT). Parceira de diversos coletivos de artes da capital paulista, em variadas produções artísticas. Nos últimos anos, dedica-se a pesquisar negritude, feminismos e maternidade/matriarcado. 

Tina Melo 
Nascida em Cachoeira (BA), é artista multilinguagem, ekedji, educadora, feminista e doutoranda em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve projetos autorais na performance-arte, instalação, fotografia, audiovisual, pintura, atuando também como diretora de arte, figurinista e maquiadora. Investiga as possibilidades de criação de narrativas femininas negras para além da dor, a partir do diálogo entre história e fabulação. 

Zona Agbara 
É um grupo que pauta a visibilidade e valorização da produção artística de mulheres pretas e gordas, utilizando a criação em dança como principal ferramenta de transgressão e afirmação estética e social. Ao transgredir, cria fissuras para que novos olhares possam surgir na performance, provocando ESTETICAMENTE e POLITICAMENTE os espaços existentes para produção dessas artistas. Nesses quatro anos, percorreu e circulou com seus trabalhos por diversos estados do país. 


Serviço

Dia 24 de setembro de 2022, sábado, às 20:30
Comedoria
Classificação indicativa: 18 anos.
Grátis
Retirada de ingressos 1h antes


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