Democratização da memória: conheça histórias de vida que foram transformadas em patrimônio da humanidade

30/11/2022

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Com abertura no dia 3 de dezembro, no Sesc Bom Retiro, a exposição “Qual é seu legado? 30 anos de Museu da Pessoa no Brasil” destaca vidas negras, indígenas e o cotidiano brasileiro desde o século 20 até os dias atuais

Qual é o seu legado? Um legado pode ser algo que fica para a posteridade após o fim das nossas vidas, sejam obras materiais, valores, sonhos, ações, realizações cotidianas, laços e até mesmo traços que ficam marcados por toda a nossa existência. Como um dispositivo de memória que abarca todas as dimensões do tempo – passado, presente e futuro – o legado assume a função de tecido para as nossas vivências.

Ao exprimir as relações ancestrais dos sujeitos com seus territórios, seus saberes, seus costumes e todos os conjuntos de práticas que formam uma historicidade, o legado revela não só as narrativas que foram consideradas ao longo dos séculos, como as que foram descredibilizadas, por exemplo, por uma agenda colonial.

Para o Museu da Pessoa, a pergunta “Qual é o seu legado?” traz o reconhecimento do valor humano histórico e social de cada pessoa. Considerado um dos primeiros museus virtuais no mundo dedicado às histórias de vida, a instituição definiu esta pergunta como o norte da exposição que celebra seus trinta anos de trajetória. Realizada em parceria com o Sesc São Paulo, a mostra “Qual é seu legado? 30 Anos do Museu da Pessoa no Brasil” tem sua abertura para o público no dia 3 de dezembro, sábado, às 11h, no Sesc Bom Retiro.

“Ao realizar a exposição Qual é seu legado? 30 Anos do Museu da Pessoa no Brasil, o Sesc estimula o debate sobre as possibilidades e as funções dos museus na contemporaneidade e propõe uma imersão em depoimentos e acervos pessoais e familiares, explorando identidades e subjetividades.”

Danilo Santos de Miranda, Diretor do Sesc São Paulo

Com concepção de Karen Worcman, e curadoria dos convidados Bel Santos Mayer, Cristino Wapichana e Diógenes Moura, a exposição divididas em três eixos reúne  mais de 250 histórias, entre totens, vídeos, projeções e fotografias em grandes dimensões, além de frases e trechos das histórias contadas e selecionadas pelos curadores.

Ao valorizar a importância dos saberes ancestrais, os eixos “Vidas Indígenas” evidenciam as formas de viver, existir, sonhar e lutar dos povos originários, e “Vidas Negras” constrói uma narrativa de múltiplos legados transmitidos de geração a geração. Em “Retratos Brasileiros”, o foco temático é destacar, pontuar, apresentar e compor, por meio do acervo imagético do Museu da Pessoa, retratos da vida cotidiana.

“Quando pensamos em legado, buscamos refletir sobre a sociedade brasileira e mostrar identidades que foram claramente excluídas do que se considera a nossa história”

Karen Worcman, Fundadora e Diretora do Museu da Pessoa

Entre os espaços de destaque da exposição, estará “A Cabine”, de caráter colaborativo,  onde o público será convidado a responder à pergunta “Qual é o seu legado?”. Os depoimentos colhidos serão gravados em vídeo e transmitidos para o espaço expositivo e automaticamente, entrarão para o acervo do Museu da Pessoa.

Integrando a programação da exposição, serão realizadas contações de histórias, oficinas e outras atividades. Além disso, no dia 15 de dezembro, acontecerá a premiação da Mostra Audiovisual “Qual é o seu legado?”, com a divulgação de 15 vídeos selecionados em edital lançado pelo Museu.


Museu da Pessoa e Sesc São Paulo

O Museu da Pessoa e o Sesc São Paulo têm uma trajetória e parceria que já dura 28 anos. Entre as atividades que realizaram conjuntamente, está o projeto Memórias do Comércio em São Paulo, iniciado em 1994, com objetivo de registrar as histórias do comércio com foco em narrativas de vida de comerciantes, comerciários e pessoas envolvidas na cadeia produtiva do comércio. Em 2017, quando completou 25 anos, o Museu realizou a exposição “Quem sou eu”, no Sesc Vila Mariana, vista por mais de 17 mil pessoas. A parceria rendeu também inúmeros seminários e fóruns internacionais, como o Workshop Internacional Espaços de Memória e Cultura, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Também foram organizados fóruns colaborativos que deram início a um movimento nacional chamado Brasil Memória em Rede, além do Seminário Internacional Memória, Rede e Mudança Social, que contou com palestras de Ailton Krenak, Alberto Dines, Eduardo Coutinho, Ruy Castro, entre outros.

Sobre os curadores

Bel Santos Mayer é educadora social, coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – IBEAC, co-gestora da Rede LiteraSampa, docente da pós-graduação Literatura para Crianças e Jovens do Instituto Vera Cruz. Mestra em Turismo (USP). Licenciada em Ciências/Matemática (USJT) e Bacharel em Turismo (UAM), com especialização em Pedagogia Social(UniSal). Curadora da 11ª Edição do Prêmio São Paulo de Literatura, do Conselho Curador do 63° e 64° Prêmio Jabuti e do Conselho Curatorial do Theatro Municipal de São Paulo. Prêmios recebidos: Retratos da Leitura no Brasil-2018; 67° Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes na categoria “Difusão de Literatura Brasileira”.

Cristino Wapichana é escritor, músico, compositor, cineasta e contador de histórias. Patrono da Cadeira 146 da Academia de Letras dos Professores (APL) da Cidade de São Paulo. É autor do livro A Boca da Noite, traduzido para o dinamarquês e sueco, vencedor da Estrela de Prata do Prêmio Peter Pan 2018, do International Board on Books for Young People (IBBY); escolhido pela Seção IBBY Brasil para figurar a Lista de Honra do IBBY 2018: Prêmio FNLIJ 2017 nas categorias Criança e Melhor Ilustração; Prêmio Jabuti 2017; finalista do Prêmio Jabuti 2019. Selo White Revens – Biblioteca de Munique – 2017. Medalha da Paz – Mahatma Gandhi 2014. Livros selecionados para o clube de leitura da ONU 2021.

Diógenes Moura é escritor, curador de fotografia, roteirista e editor. Nascido em Recife, é semifinalista do Prêmio Oceanos 2022 com o romance Vazão 10.8 – A Última Gota de Morfina, (Vento Leste Editora). Em 2022, recebeu o Prêmio APCA pela pesquisa e curadoria da exposição Terra em Transe, realizada no Museu Afro Brasil, entre 2021 e 2022. Entre 1998 e 2013 foi curador de fotografia de Pinacoteca do Estado de São Paulo. É curador de importantes exposições no panorama da fotografia brasileira em instituições como MAM-RJ, Itaú Cultural, Sesc, MIS, Museu de Arte Contemporânea Dragão do Mar, Museu Afro Brasil e Museu da Fotografia de Fortaleza

Serviço

Exposição Qual é seu legado? 30 anos de Museu da Pessoa no Brasil
Abertura: Dia 3 de dezembro de 2022, sábado, 11 horas
Período expositivo: De 3 de dezembro de 2022 a 2 de abril de 2023
Visitação: terça a sexta, das 9h às 20h; sábado, das 10h às 20h; domingo e feriado, das 10h às 18h

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