A Exploding Star Orchestra, dirigida pelo trompetista e compositor estadunidense Rob Mazurek, lança pelo Selo Sesc o álbum digital Holy Mountains. O disco, que chega às principais plataformas de áudio e ao Sesc Digital, é fruto do encontro musical inédito do grupo no Sesc Pompeia durante o Sesc Jazz de 2022.
Bastante autêntico, o som traz características estéticas singulares: jazz espiritual, efeitos sonoros variados, voz e percussões, em composições altamente rítmicas, que são a cara da orquestra. Por meio da spoken word, a voz entra em cena como mais um dos instrumentos. Formando poemas sonoros, as vozes de Damon Locks e Rodrigo Brandão se engendram nas melodias de maneira etérea.
A partir da inédita gravação do show ao vivo, o grupo trabalhou sobre o material gerando uma nova produção fonográfica com a inclusão de elementos e remixagem da gravação, o que transformou a performance original numa nova obra artística.
“Eu faço o papel de maestro, diretor, compositor, todas essas coisas. O grupo é um veículo para a imaginação. Eu confio nos músicos implicitamente em tudo. Eu digo ‘faça algumas das coisas que eu faço, mas não todas. Você pode tomar suas próprias decisões, claro’. Todos são mestres da improvisação e músicos criativos, então eu não preciso falar muita coisa. Você também traz sua cultura para a música. O máximo de liberdade possível”, diz Mazurek.
Composto por 6 faixas, o disco abre com Spirit Flare – Part 1 – Summon The Spirits, seguida das partes 2 e 3, Shaman Awake e Língua De Cobra, respectivamente. Afterburn (Parable 400), Parable 3000 e The Mountain Speaks, lançada como single, completam o disco.
Quanto ao nome do grupo, Exploding Star Orchestra conversa intimamente com a ideia que Mazurek tem de mundo e de como o ser humano se encontra dentro dele:
“A ideia de espaço e ficção científica e ficção especulativa na obra tem tudo a ver com isso. Para mim é tentar imaginar um futuro mais utópico. Estou sempre pensando em termos de que nós viemos das estrelas. Se todos viemos de matéria estelar e todos percebessem isso e acreditassem nisso, não haveria guerras, quase não haveria conflitos porque todos concordaríamos em algo. Muitas vezes quando penso seja em Stars Have Shapes, ou Dimensional Stardust, ou A Wrinkle in Time Sets Concentric Circles Reeling ou alguns desses títulos que eu uso, é tudo muito específico e tem a ver com criar uma energia e tentar encontrar essas rachaduras e fissuras dentro da regularidade das coisas que fazemos todos os dias. Poder achar essas rachaduras onde a magia se encontra”, completa.
Contemporânea e multicultural, a Exploding Star Orchestra nasceu em 2005 representando a diversidade musical de Chicago. Convidado pelo Chicago Cultural Center e pelo Jazz Institute of Chicago para montar um grupo que representasse a diversidade da vanguarda contemporânea da cidade, Mazurek reuniu na época um ensemble de 14 músicos e começou a compor músicas para o que se tornaria sua Exploding Star Orchestra. Já para as apresentações no Sesc Jazz em 2022, Mazurek reuniu músicos dos Estados Unidos, Itália e Brasil, dando assim um caráter único para a presença do grupo no Sesc Pompeia.
Enquanto o trabalho de Rob Mazurek como músico se expande de estudos com corneta, piano e trompete piccolo até a incorporação da música concreta e experimentações eletrônicas, suas composições para grandes conjuntos revelam um senso intuitivo de escala.
Em 2005, Mazurek incluiu músicos das comunidades das zonas norte, sul e oeste de Chicago – desde seus colaboradores de longa data ligados ao universo expansivo da banda Tortoise, até destaques da Great Black Music da Association for the Advancement of Creative Musicians (AACM), passando por revivalistas do free jazz do grupo Umbrella Music. Na época do lançamento de Galactic Parables Vol. 1, o álbum triplo de 2015 do grupo, Mazurek comentou à Pop Matters que a Exploding Star Orchestra é “o centro conceitual, composicional e filosófico de todo o meu trabalho. Uma estrela vital de ideias musicais, visuais e conceituais”.
FICHA TÉCNICA
Rob Mazurek – direção musical, trompete, corneta e percussão
Chad Taylor – bateria
Damon Locks – voz e eletrônicos
Guilherme Granado – sampler, teclados e percussão
James Brandon Lewis – saxofone tenor
Luke Stewart – contrabaixo
Mikel Patrick Avery – bateria eletrônica
Pasquale Mirra – vibrafone
Philip Somervell – piano
Rodrigo Brandão – voz
Thomas Rohrer – rabeca e saxofone soprano
Gravado em outubro/2022 no Sesc Pompeia
Produção executiva: Camila Miranda
Produção Musical: Rob Mazurek, Guilherme Granado e Rodrigo Brandão
Composição e arranjos: Rob Mazurek
Gravação: André KBELO Sangiacomo
Mixagem e edição: Scotty Hard no estúdio Duro of Brooklyn, Nova York
Masterização: Mike Fossenkemper no estúdio Turtle Tone, Nova York
Holy Mountains está disponível para audição nas principais plataformas de áudio e no Sesc Digital.
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