13ª FlinkSampa celebra a literatura e a cultura negra no Sesc Pompeia

06/11/2025

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Evento integra a 8ª Virada da Consciência e reúne autores, artistas e pesquisadores em dois dias de debates, saraus e celebrações da literatura e da cultura negra.

Nos dias 15 e 16 de novembro, o Sesc Pompeia recebe a 13ª edição da FlinkSampa – Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra, um dos mais importantes encontros dedicados à valorização da produção intelectual e artística negra no Brasil.

Integrando a 8ª Virada da Consciência, realizada pela Universidade Zumbi dos Palmares entre 15 e 20 de novembro de 2025, o evento transforma a unidade em um espaço de troca, reflexão e celebração, reunindo autores, pesquisadores, artistas e leitores em torno de uma programação diversa com mesas de debate, saraus, palestras, lançamentos e feira de editoras.

Sob curadoria da escritora, dramaturga e professora Guiomar de Grammont, a FlinkSampa 2025 presta homenagem à trajetória e ao legado de Leci Brandão, artista cuja vida e obra são símbolos de resistência, afeto e compromisso com o Brasil.

Durante dois dias, o público é convidado a mergulhar em conversas que atravessam temas como representatividade, ancestralidade, ativismo e identidade, revelando novas leituras da história e da criação literária negra no país e no mundo.

Programação completa:

15 de novembro – Sábado

11h | Sarau Literário

Coletivo Caías de Escritores e Escritoras Negros e Negras, vinculado ao CEPRacial da Universidade Zumbi dos Palmares

Com:
Conceição Rosa – Professora, escritora e artista plástica (SP)
Edna Pessanha – Jornalista, escritora e diretora da Editora Kriô Comics (SP)
Mariana Vilela – Jornalista e escritora (SP)
Simone Botelho – Escritora, pedagoga e professora (SP)
Mediação: Jorge Luís Felizardo dos Santos – Diretor de escola, educador e escritor (SP)


14h | Mesa de Abertura

Com:
Jose Vicente – Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares e convidados.
Guiomar de Grammont – Curadora da FlinkSampa 2025.


15h | 1ª Mesa – Homenagem: Leci Brandão

Cantora, atriz, compositora e ativista, Leci Brandão tem uma trajetória marcada por sua luta e legado. Esta conversa celebra sua vida e obra, do disco de ouro em homenagem a Ogum ao musical Leci Brandão – Na Palma da Mão.

Com:
Leonardo Bruno (RJ – Jornalista – Autor da Peça Na Palma da Mão)
Fernanda Martins (SP – Antropóloga – Autora do Livro A Filha da Dona Lecy).
Mediadora: Maitê Freitas (SP – Jornalista)


16h30 | 2ª Mesa – Luiza Mahin sob novas luzes

Nesta mesa serão apresentados documentos inéditos de arquivos públicos que revelam novas facetas da história de Luiza Mahin, mãe de Luiz Gama, personagem que é uma referência para o feminismo negro no Brasil.

A partir dessas descobertas, a célebre carta do abolicionista a Lúcio de Mendonça (1880), em que ele menciona sua mãe, foi revisitada, o que permitiu lançar novas luzes sobre aspectos da infância de Luiz Gama e sobre a origem do seu pai. Essas descobertas recentes evidenciam o papel central de Luiza Mahin na história e na memória do ativismo negro no Brasil e desconstroem leituras equivocadas sobre sua vida, difundidas por diversos meios, da literatura ao cinema.

Com:
Ligia Fonseca Ferreira (SP – Professora do Departamento de Letras da UNIFESP e escritora).
Wlamyra Albuquerque (BA – Historiadora, Professora e Vencedora do Prêmio Jabuti).
Lisa Earl Castilho (BA – Pesquisadora, Doutora em Letras).
Mediação: Dulci Lima (Pós Doutoranda em Antropologia e Doutora em Ciências Humanas e Sociais UFABC)


18h | 3ª Mesa – África Brasil: o negro na música e na literatura

Embora na música a presença negra historicamente tenha se imposto, em uma alquimia de influências e estilos que desafia a estrutura de notação musical do Ocidente, na literatura, a presença negra é historicamente marcada por estereótipos e ausências. Esses convidados irão conversar sobre de que forma, nos últimos anos, uma representatividade negra mais autêntica vem se impondo, através de movimentos de resistência e afirmação da identidade afro-brasileira, que resgatam a ancestralidade e valorizam a cultura negra, contrapondo-se a visões eurocêntricas e racistas.

Com:
Paulo Lins (SP- Escritor)
Kamille Viola (Jornalista, Escritora e Pesquisadora Musical)
Mediação: Adriana Ferreira Silva (Jornalista)

16 de novembro – Domingo

11h | Sarau Literário

Coletivo Caías de Escritores e Escritoras Negros e Negras, vinculado ao CEPRacial da Universidade Zumbi dos Palmares

Com:
Aline Soares (SP – Escritora de Literatura Infantil Negra, Pedagoga e Professora)
Jura Silva (SP – Poeta e Compositor)
Lena Santos (SP – Poeta e Escritora)
Mércia Magalhães (SP – Atriz, Contadora de Histórias, Professora e Escritora de Literatura Infantil)
Mônica Sena (SP – Poeta brincante – Cidade de Oz – Osasco/SP. Pedagoga)
Mediação: Odair Marques da Silva (SP- Professor, Escritor e Palestrante)


13h30 | 1ª Mesa – Machado de Assis: um escritor negro em Paris

Criado em 1936, o chamado “Square d’Amérique Latine”, em Paris, é uma bela Praça em que, ao longo do tempo, foram sendo colocados bustos de importantes intelectuais, personagens históricos de diversos países da América Latina. Porém, nenhum do Brasil. Em 2025, a Academia Brasileira de Letras inicia esforços para levar um busto de Machado de Assis a Paris.

Com:
Godofredo de Oliveira Neto (RJ – Membro da Academia Brasileira de Letras ABL)
Suzete Kulianski
Jean-Jacques Kourilandsky
Dominique Loubao


15h | 2ª Mesa – Teatro Experimental do Negro (TEATRO BRASILEIRO)

Criado em 1944 pelo multifacetado Abdias Nascimento, o Teatro Experimental do Negro estreou seu primeiro espetáculo no ano seguinte, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Formado exclusivamente por atrizes e atores negros, o grupo permaneceu em atividade até 1964, dissolvendo-se com o Golpe Civil Militar.

Abdias teve uma carreira amplamente reconhecida nas artes e na política, destacando-se como dramaturgo, ator, artista plástico e professor, tendo sido eleito deputado federal e senador. O legado deixado por Abdias e pelo Teatro Experimental do Negro à sociedade brasileira contemporânea é o objeto desta conversa, baseada no livro sobre o grupo, publicado originalmente em 1966 e republicado pela Perspectiva e Edições Sesc, com o apoio cultural do Instituto de Pesquisa e Estudos Afrobrasileiros (IPEAFRO), que conta com textos da primeira edição e novos artigos de intelectuais, artistas e pesquisadores negros, dedicados a revisitar o legado que Abdias e o Teatro Experimental do Negro consagraram à sociedade brasileira contemporânea.

Com:
Elisa Larkin Nascimento (Professora, Doutora e Diretora do IPEAFRO)
Maria Ceiça (Atriz, Cantora e Apresentadora)
Mediação: Adriana Ferreira Silva (Jornalista)

Lançamento do livro Teatro Experimental do Negro: testemunhos e ressonâncias celebra os 80 anos do TEN com uma edição histórica que resgata e atualiza o legado de Abdias Nascimento.


16h30 | 3ª Mesa – Protagonismo negro no século XX

As narrativas historiográficas cristalizaram a imagem do negro como personagem social pouco mobilizado e excluído dos processos de participação política, o que não corresponde de forma alguma à verdade.

O protagonismo negro no século XX aparece em biografias, vida associativa, ações políticas, agenciamentos sociais, práticas culturais, relações de gênero, conexões afro diaspóricas, concepções ideológicas, invenções identitárias e narrativas.

Essa conversa entre intelectuais que fazem a crítica das versões comprometidas com a dominação, irá mostrar de que forma várias organizações negras propuseram políticas públicas de inserção institucional e dialogaram com setores da elite e com visões de cidadania e nação, nas primeiras décadas do século XX.

Com:
Petrônio Domingues (Professor e Historiador Brasileiro)
Oswaldo Camargo (SP – Poeta e Escritor Brasileiro)
Mediação: Alinne Prado (RJ – Jornalista)


18h | 4ª Mesa – Com a palavra, As Pretas: Narrativas de Mulheres Negras.

“Com a palavra, as pretas”, livro da senegalesa Awa Thiam, apresentou depoimentos pungentes das mulheres de diversos países africanos que denunciam práticas de violência a que foram submetidas, por uma brutal objetificação de que foram (e ainda são) vítimas, no contexto da colonização.

A crítica radical de Thiam à subjugação feminina na África fez com que as mulheres negras de todo o mundo fossem encorajadas a romper o silêncio e se insurgir contra os papéis e usos que secularmente as oprimiram. Narrativas ficcionais ou de não ficção que dão voz às mulheres negras são o objeto dessa conversa imperdível entre a escritora e auxiliar de enfermagem do SUS, Lilia Guerra, com a psicóloga e doutora em saúde pública Mônica Mendes Gonçalves.

Com:
Lilia Guerra (Autora Brasileira)
Mônica Mendes Gonçalves (Pesquisadora de Relações Raciais na Saúde, Psicóloga e Psicanalista).
Mediação: Fernanda Sousa (professora e tradutora)

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