Mostra de bordado em cartaz no Sesc Casa Verde apresenta mais de 40 itens desenvolvidos ao longo de 2025 no Ateliê Aberto de Bordado 

18/12/2025

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O Sesc Casa Verde destaca as manualidades com a mostra Quem conta um ponto?, que abre ao público no sábado, 20 de dezembro, a partir das 11h. A exibição permanece em cartaz de 20 de dezembro de 2025 a 1º de fevereiro de 2026, com entrada gratuita

Com mais de 40 itens de bordados autorais e a participação de 30 artistas, a mostra Quem conta um ponto? é resultado da oficina Ateliê Aberto de Bordado realizada ao longo de 2025 no Sesc Casa Verde. Durante o ano, as pessoas inscritas participaram gratuitamente de encontros semanais que promoveram trocas de saberes, experimentações técnicas e processos criativos compartilhados entre participantes e profissionais convidados. A partir desses encontros, surgiu a concepção da mostra, que agora apresenta ao público da Casa Verde os processos criativos desenvolvidos pelas bordadeiras do bairro. 

Entre os trabalhos expostos está a série Artérias e Glóbulos, de Miriam Fukai. Outro destaque é Balé da Vida, da artista Veroca, um calendário em tecido bordado em 2025 durante a oficina, originalmente datado de 1976 e 1977. Guardado por quase 50 anos, o objeto, comum nas cozinhas brasileiras e muitas vezes utilizado para proteger o fogão, ganha nova vida como obra. Com uma bailarina bordada, o calendário passa a revelar camadas de transparência, delicadeza e memória, marcando uma data importante para a participante e transformando o cotidiano em narrativa, contando um conto ou ponto bordado. 

De setembro a dezembro de 2025, o ateliê contou com aulas de história da arte contemporânea, acessibilização de trabalhos artísticos, introdução às práticas expográficas e à produção de mostras de arte, com o objetivo de instrumentalizar as pessoas participantes nos processos necessários para a exibição de seus trabalhos. 

O nome da exposição Quem conta um ponto? faz referência ao ditado popular “quem conta um conto, aumenta um ponto”, expressão da qual deriva o título da atividade que originou a oficina e, agora, a mostra. 

A educadora e idealizadora da atividade, Desiree Helissa, educadora de Tecnologias e Artes do Sesc Casa Verde, compartilha a seguir reflexões sobre o processo da mostra: 

“A mostra Quem Conta um Ponto? apresenta os processos cultivados ao longo do ano no Ateliê Aberto de Bordado, realizado nas tardes de quinta-feira. Nesse espaço, a arte têxtil contemporânea e a história da arte acendem perguntas que expandem a técnica do bordado, abrindo caminho para partilhas que buscam atravessar todas as etapas do criar, ressignificando memórias pessoais e coletivas. 

O Espaço de Tecnologias e Artes (ETA) do Sesc Casa Verde, é morada do ateliê, que amplia a noção de tecnologia ao reconhecer o valor das práticas sociais, ancestrais e das manualidades que emergem da comunidade para a comunidade. As técnicas compartilhadas – dos modos de bordar familiares às invenções do bordado livre – afirmam o bordado como inovação social. A mostra ainda desvela uma costura de saberes que se expande, pelo intercâmbio das aulas de desenho e história da arte da educadora Tatiane Colevati, que nutriram muitas das criações apresentadas no ateliê, revelando a potência das partilhas, conexões, referências e desejos de criar coletivamente. 

Articulando intercâmbios, uma curadoria educativa foi pensada por mim, educadora e idealizadora da atividade, e novos fios foram puxados para construir esta mostra. Rochelle Beatriz Sá aprofundou as investigações do bordado autoral; Rita Alves partilhou técnicas fundamentais; e Cadu Gonçalves assumiu a curadoria e acompanhamento de processos costurando sentidos e poéticas, a cada mediação com o grupo do ateliê. A expografia e a produção foram tecidas com zelo, em parceria com o Estúdio Ilha. Para expandir o diálogo entre tecnologias e artes, a Maré Dissidente trouxe as tecnologias assistivas, ampliando a acessibilidade dos trabalhos por meio de um processo sensível em colaboração com as bordadeiras. A programadora cultural, Fabiana Coleta, cuidadosamente organizou o arremate dessa mostra. 

A mostra apresenta o ateliê como prática de interdependência, semelhante a uma colcha de retalhos em que cada parte singular é importante para o todo. Mediadoras e participantes confluem, aprendem e ensinam ao mesmo tempo, alinhando afetos e modos de fazer em uma tessitura comum. Os trabalhos das bordadeiras da Casa Verde fortalecem a história do bordado e do território, como resultado dos encontros entre participantes, artistas e profissionais convidados ao longo do ano. Assim, Quem Conta um Ponto segue costurando histórias com a comunidade, ampliando sentidos, pertencimento e vínculos preciosos”. Depoimento de Desiree Helissa. 

Quem conta um ponto? inaugura no dia 20 de dezembro, às 11h, e pode ser visitada de terça a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h, até 1º de fevereiro de 2026. Não é necessário reservar ingressos, e a entrada é gratuita

Detalhe da obra de Miriam Fukai | Foto: Vanessa Ferreira  

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