
Martyrs (Earth, Air, Fire, Water) 2014, na exposição do Sesc Avenida Paulista. Foto: Ricardo Amado
Livro escrito por John G. Hanhardt leva público a descortinar as facetas do tempo e das emoções do videoartista norte-americano
Por Gustavo Ranieri*
Diante uma das inúmeras videoartes do norte-americano Bill Viola, as instruções são simples: mantenha os olhos bem abertos, respire profundamente, relaxe o corpo e deixe as incontáveis e incontroláveis emoções te invadirem. É impossível passar alheio a elas.
Foi assim para quem conferiu de perto a exposição Bill Viola – Visões do Tempo, em cartaz no Sesc Avenida Paulista desde 1º de maio e com encerramento no próximo dia 9 de setembro. E é também o que sentirá quem adentrar a história deste artista pioneiro no gênero que explora ao ler o livro Bill Viola, escrito por John G. Hanhardt e organizado por sua esposa, Kira Perov.
A publicação é o primeiro compêndio extensivamente ilustrado em torno da obra do criador norte-americano. Nas quase trezentas páginas, o leitor avança pela genialidade de Bill e pelo seu processo artístico, entendendo a polaridade de sentimentos que emergem em sua vasta produção, a qual começou nos anos 1970, com influências de artistas como como Joseph Beuys, Bruce Nauman e Peter Campus.
No Brasil para o encerramento da exposição, John G. Hanhardt, autor do livro, ministrará a palestra “Bill Viola e a história da videoarte”, às 20h do dia 04 de setembro no Sesc Avenida Paulista – ocasião em que também assina o livro – e o curso A Arte da Imagem em Movimento, no Centro de Pesquisa e Formação Sesc São Paulo, de 03 e 05 setembro, das 14h30 às 17h30, em torno de reflexões sobre a videoarte. É com o pesquisador e escritor que batemos um papo. Confira a seguir:
Em sua opinião, Bill Viola retrata a força ou a fragilidade do ser humano?
A arte de Bill Viola reflete as grandes forças, bem como a fragilidade do espírito humano.
E qual é a importância do tempo para ele?
O tempo é um componente chave de sua arte. O vídeo, formato esse baseado no tempo, tornou-se um meio para Viola dar um novo sentido de como o tempo pode moldar e informar a estética.
Quando você escreveu este livro, o que você descobriu sobre si mesmo enquanto mergulhava no trabalho profundo de Bill Viola?
Conheço Bill Viola há muitos anos e acompanhei de perto sua carreira. Escrever este livro foi uma excelente oportunidade para focar no alcance e na qualidade da conquista dele. Foi um privilégio escrever para um dos nossos principais artistas.
E o que você descobriu sobre o trabalho de Bill Viola e que a maioria das pessoas não percebeu antes?
Passar tempos com Bill Viola em seu estúdio e em conversas me fez perceber a importância de seus textos e como as ideias informam e moldam sua visão estética.
*Gustavo Ranieri é escritor e jornalista.
Veja também:
:: Bill Viola | Escrito por John G. Hanhardt e organizado por Kira Perov, esposa de Bill Viola, livro apresenta a trajetória, as influências e a poética de um dos mais talentosos artistas da contemporaneidade
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