Sesc Guarulhos recebe a exposição Novo Poder: passabilidade, de Maxwell Alexandre 

15/07/2025

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Com curadoria de Lucas Tolezano e do próprio artista, mais de 50 retratos pintados a óleo sobre papel pardo chegam ao espaço expositivo do Sesc Guarulhos, com personagens retratados caminhando elegantes, firmes e conscientes desses espaços – museus e galerias – que outrora eram hostis a pessoas melanizadas, como se estivessem desfilando numa passarela.

A mostra busca gerar diálogo e dar acesso à obra de Maxwell e seu desenvolvimento a longo prazo sobre o conceito de: passabilidade. O artista faz esse cruzamento entre moda e arte contemporânea, denotando os dois campos como plataformas de empoderamento que oferecem dignidade e autoestima ao indivíduo. O período de visitação vai até 1 de fevereiro, de terça a sexta, das 9h às 21h30, sábado, das 9h às 20h e domingo e feriado, das 9h às 18h.

Foto: Divulgação

“A partir da noção de passabilidade, Maxwell Alexandre tenta abrir caminhos. Originalmente, esta é uma palavra cujo sentido remete à possibilidade de uma pessoa ser passável, ou seja, percebida e aceita a determinada categoria social ou identitária diferente da que inicialmente lhe é atribuída. Em geral, essa percepção se relaciona a características físicas e socioculturais que articulam privilégios, e, portanto, negociam em um sistema gerador de estigmas e desigualdades” afirma Luiz Galina, Diretor do Sesc São Paulo

Eleita pela Associação Paulista dos Críticos de Arte a melhor exposição nacional de 2024, ela circula agora no Sesc Guarulhos, entre 16 de julho de 2025 e 1 de fevereiro de 2026. A exposição individual da série, que foi idealizada em fevereiro de 2023, para a instituição La Casa Encendida, em Madrid, na Espanha, e que ganhou desdobramento no 1º Pavilhão Maxwell Alexandre, localizado no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro, e ocupou o espaço Arte I, no Sesc Avenida Paulista, entre abril e dezembro de 2024. 

Foto: Bruna Damasceno

O signos preto, branco e pardo articulados na pintura de Maxwell, revelam o contexto histórico brasileiro das representações raciais, da construção de identidade e do simbolismo estético que historicamente associou o corpo negro à inferioridade e submissão em espaços de poder. O artista entrelaça a moda e a arte, dois campos da cultura hegemônica ocidental que se consolidaram a partir da modernidade, cada um com suas especificidades, tendo como ponto em comum a forte influência que ambos exercem na construção de distinções sociais, desse modo, seu trabalho sugere o empoderamento do negro retratado por meio das confluências entre a rotina dos desafios da contemporaneidade, e os personagens aparecem de forma altiva e segura pelo cubo branco, museus e galerias, desfrutando da passabilidade. 

Nesse sentido, as três cores são os signos básicos enfatizados por Maxwell Alexandre. “A cor preta atua como o corpo preto manifestado pela figuração dos personagens; a cor branca aponta para o cubo branco espelhando o espaço expositivo; e a cor parda representa a obra de arte e também faz autorreferência ao próprio papel que é o suporte principal da série.” 

Foto: Bruna Damasceno

Acompanhe no vídeo abaixo a visita guiada feita com o próprio artista, Maxwell Alexandre:


Sobre o artista 

Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, 1990) cresceu na favela da Rocinha e, após servir no exército e ser patinador profissional por 12 anos, graduou-se em Design pela PUC-RJ em 2016. Participou de residências artísticas na Delfina Foundation, Londres, Reino Unido, no MAC Lyon, Musée d’Art Contemporain de Lyon, França, e no MACAAL, Al Maaden Museum of Contemporary African Art, Marrakech, realizando exposições individuais em Londres e Nova York. Destacam-se suas exposições “Pardo é Papel” e “Novo Poder”, que têm circulado internacionalmente, incluindo Paris e Madrid.  

Reconhecido por seu trabalho, recebeu prêmios como o Prêmio São Sebastião de Cultura da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro em 2018, o Prêmio PIPA em 2021, foi eleito artista do ano pelo Deutsche Bank em 2020 e ganhou o Prêmio APCA em 2024. Suas obras estão em coleções de importantes museus, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, MASP, Reina Sofia e o Guggenheim Abu Dhabi. 


A exposição tem acesso gratuitolivre e ficará disponível para visitação no Sesc Guarulhos de 16 de julho de 2025 a 1 de fevereiro de 2026.

Horário de funcionamento: Terça a sexta, das 9h às 21h30Sábado, das 9h às 20hDomingo e feriado, das 9h às 18h.

Agendamento de Grupos – voltado ao atendimento gratuito de instituições de ensino públicas e privadas e organizações sem fins lucrativos. Para mais informações, entre em contato através do e-mail agendamento.guarulhos@sescsp.org.br 

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