Território Dança: Bienal ocupa diferentes pontos de Campinas

04/09/2025

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Para além de apresentações realizadas no Sesc, festival
ganha a cidade com diferentes espetáculos e performances 

As performances da Bienal percorrem territórios diversos ocupando vários pontos de Campinas. Entre as obras, destaque para as inéditas MINAS DE OURO | Experiência nº 2 | Performance Monumento e Quintal

Na primeira, a coreógrafa, cineasta e artista multidisciplinar carioca Carmen Luz apresenta um cortejo urbano, que mescla samba, memória e intervenção artística para ressignificar a imagem da mulher negra sambista. Inspirada em símbolos do comércio de ouro nas grandes cidades, a obra reúne artistas do Rio de Janeiro e de Campinas em um percurso público. Nesse embate entre corpo, cidade e história, questiona estigmas e revela as potências criativas e ancestrais dessas mulheres.

Já a segunda, une Minas Gerais, Ceará e Bahia com os artistas Gil Amâncio, Luiz de Abreu e Altemar Di Monteiro. Inspirados no conceito de quintal como espaço de invenção e vadiagem, os três embaralham dança, música e teatro em um jogo de improviso que rompe hierarquias. 

Do Rio de Janeiro, o Baile Charme do Viaduto de Madureira transforma o público em parte do espetáculo, trazendo para Campinas a batida negra e os passos sincronizados que há mais de 30 anos marcam a cena carioca. Do Maranhão, Leônidas Portella apresenta Couraça, performance do Núcleo Atmosfera que funde corpo, canto popular e a lenda do Bumba Meu Boi em um rito de cura e resistência. 

Couraça. Foto de Samuel Macedo
Couraça (Foto: Samuel Macedo)

De Minas Gerais, o Camaleão Grupo de Dança apresenta Verga, criação coletiva inspirada na capoeira, que tensiona dualidades e transforma luta em dança. Do Norte, Uýra traz Ponto Final, Ponto Seguido, um rito de rememoração que, com terra preta, desenha raízes no espaço urbano e evoca ressurgências da floresta sob o asfalto. A mineira Malu Avelar homenageia Geraldo Filme na performance criada em São Paulo Cordão, evocando o samba e a presença do corpo negro e LGBTQIA+ no Carnaval como rito de continuidade ancestral. Em Rito Artístico: Farinha Poética, o artista Juani Maniva transforma lembranças da produção de mandioca no Pará em um ritual de reconciliação entre corpo, território e ancestralidade. 

Artistas do território na programação 

E se a Bienal ocupa Campinas, a cidade também ocupa o festival, com artistas e coletivos que trazem para o palco obras que nascem do chão da cidade e reverberam para muito além dela. Com sete horas de duração, A Belíssima Casa de Odara apresenta O GRANDE BAILE é um mergulho na cena ballroom. Performances, e batalhas afirmam beleza, ancestralidade e pluralidade das culturas negras, LGBTQIAPN+ e periféricas, transformando a noite em festa e resistência. 

Flow & Flava. Foto: Jurssa Santos
Flow & Flava. (Foto: Jurssa Santos)

Com rodopios que evocam maracatu, jongo, ijexá e samba de roda, o GiraSaia Grupo apresenta Saias, na qual a saia se torna símbolo de força e liberdade, conduzindo danças, poemas, percussão e cantos que evocam ancestralidade e feminilidade. Em Flow & Flava, a Cia. Eclipse Cultura e Arte recria a vibração do hip-hop em encontros performáticos e batalhas de breaking. Entre sons e improvisos, crianças e famílias são convidadas a transformar música em movimento na Jam Infantil, do ColetivoArtístico SalaMUDA. A prática da “sombra” faz do corpo um tradutor rítmico, atravessando estilos que vão do hip-hop à dança contemporânea. 

Diferentes pontos da cidade

Além dos espetáculos em diferentes espaços do Sesc Campinas e em locais já consagrados nas edições realizadas na cidade ao longo dos últimos dez anos, como o Teatro Castro Mendes, a Bienal Sesc de Dança 2025 se espraia pela cidade, em performances de rua e apresentações em espaços públicos. Conheça alguns deles:

Flow & Flava
📍Estação Cultura – 27 de setembro (sábado), às 15h

Baile Charme do Viaduto de Madureira
📍Estação Cultura – 28 de setembro (domingo), às 19h

MINAS DE OURO | Experiência nº 2 | Performance Monumento
📍Praça Bento Quirino – 29 e 30 de setembro (segunda e terça), às 11h

Rito Artístico: Farinha Poética
📍Jardim da Casa do Lago / Unicamp – 29 e 30 de setembro (segunda e terça), às 19h

Ponto Final, Ponto Seguido
📍Praça Rui Barbosa – 30 de setembro e 1 de outubro (terça e quarta), às 16h

Couraça
📍Praça Rui Barbosa – 2 e 3 de outubro (quinta e sexta), às 16h

Verga
📍Rodoviária de Campinas – 2 de outubro (quinta), às 18h
📍Senac Campinas – 3 de outubro (sexta), às 14h30

Cordão
📍Senac Campinas – 3 de outubro (sexta), às 10h

Quintal
📍Jardim da Casa do Lago / Unicamp – 3 de outubro (sexta), às 17h
📍Praça Carlos Gomes – 4 de outubro (sábado), às 16h

Jam Infantil
📍CIS Guanabara Gare Campinas – 4 de outubro (sábado), às 17h

Acesse sescsp.org.br/bienaldedanca para conhecer a programação completa, faça o seu roteiro e participe da Bienal Sesc de Dança 2025.



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