Tubarão (Jaws): CineSesc reexibe clássico de 1975 em versão restaurada em 4K 

14/11/2025

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Prestes a completar 50 anos, Tubarão inaugurou o modelo de distribuição simultânea em várias salas, tornou-se o primeiro blockbuster de verão e impactou para sempre a cultura pop. 

Cinquenta anos após redefinir o cinema de suspense e inaugurar a era dos blockbusters modernos, Tubarão, de Steven Spielberg, volta às telas em toda sua força com uma versão restaurada em 4K, que o CineSesc exibe em sessão única no dia 21/11, às 20h30. A restauração revela detalhes de textura, fotografia e som que nunca puderam ser plenamente apreciados nas exibições originais, ressaltando a precisão narrativa, a criação de tensão e o impacto cultural de um dos filmes mais influentes da história. Seja para quem conhece cada compasso da trilha de John Williams ou para quem vai descobrir a história pela primeira vez, esta edição permite vivenciar Tubarão com a nitidez e o cuidado visual que a obra sempre mereceu. 

O verão de 1975 foi abalado por violentos ataques a banhistas, moradores da fictícia ilha de Amity, causando horror e medo na população. Os acontecimentos dão início à caçada a uma misteriosa criatura, que acreditam ser um tubarão branco de proporções anormais. Um trio improvável, composto por um policial, um biólogo marinho e um pescador veterano se lançam ao mar para deter a selvageria do animal. Na época, o terceiro longa-metragem do já premiado diretor Steven Spielberg utilizou uma estratégia de distribuição até então inédita. Ele foi lançado primeiro em sessões limitadas chamando a atenção pelas filas nas salas, depois sua exibição foi expandida para todo o país, cobrindo mais de 400 salas nos Estados Unidos. Tal estratégia cunhou o conceito do “blockbuster de verão”, onde a quantidade de cinemas exibindo o longa, aliado ao marketing agressivo, dominou o mercado e consequentemente o imaginário popular. 

A ousadia não veio sem riscos. A produção do filme enfrentou diversos problemas técnicos, desde o mau tempo e mar agitado em Martha’s Vineyard, ilha em Massachussets, locação escolhida para as cenas na água, até consequentes problemas com Bruce, o tubarão mecânico que era a estrela da película. A sequência de reveses fez com que a produção, originalmente prevista para terminar em 55 dias, estendesse o cronograma, chegando a 159 dias e quase triplicando os custos. A essa altura, a forma como a história seria contada parecia incerta e o sucesso do filme muito distante. 

As cenas com Bruce não puderam ser realizadas como inicialmente imaginadas. Os constantes defeitos no boneco obrigaram o diretor a utilizá-lo o mínimo possível e a cercar aparição da criatura de muito suspense. Aliado à icônica trilha sonora composta de basicamente duas notas, criada pelo renomado compositor John Willians, o clima de tensão e horror psicológico marcaram a narrativa e inauguraram as cenas do ponto de vista da criatura, onde o espectador acompanha o ataque pelos olhos do tubarão. Esse recurso de câmera inspirou tomadas em filmes como “Alien, o oitavo passageiro” (1979), “Predador” (1987) e “Cloverfield” (2008). 

Quando estreou, Tubarão não era uma aposta segura do estúdio Universal. O diretor era jovem, sua história era baseada em um best-seller de literatura pulp e a produção estava cercada de rumores de caos. Porém, logo nos primeiros dias, o boca-a-boca resultou em filas imensas para os cinemas e, ao final da temporada, ele se tornou o filme de maior bilheteria até então, superando “O poderoso chefão” de 1972.  

O estrondoso sucesso consolidou a carreira de Steven Spielberg e abriu caminho para que o diretor pudesse explorar sua criatividade com liberdade, resultando em seus blockbusters seguintes: “Contatos imediatos de terceiro grau” (1977), “Os caçadores da arca perdida” (1981), que deu origem à franquia Indiana Jones, e “ET, o extraterrestre” (1982). 

Repleto de falas marcantes, cenas icônicas, construção narrativa ousada e um dos pôsteres com o design mais reconhecido e continuamente reimaginado da história, Tubarão foi um evento cultural de massa, causando pânico nas praias em 1975, pautando comportamento, turismo e até segurança marítima. Na TV e no cinema, influenciou produções posteriores, especialmente os filmes que trazem monstros e criaturas como foco de seu enredo. Do simpático personagem Bruce de “Procurando Nemo”, do poster em 3D de “De volta para o futuro 2”, da homenagem em “O agente secreto”, a paródias em “Os Simpsons” e “Family Guy”, Tubarão segue como um marco permanente na cultura popular e cinematográfica e continua constantemente referenciado. 

O filme que Spielberg achou que iria afundar sua carreira, ajudou Hollywood a reconhecê-lo como aposta comercial segura, diretor sofisticado e um dos cineastas mais influentes da história. 

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