Valeska Zanello: entre o silêncio e a cumplicidade 

01/09/2025

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Psicóloga e filósofa, Valeska Zanello problematiza as relações de gênero na contemporaneidade apontando caminhos para a desconstrução das masculinidades 

Por Lúcia Nascimento 

Leia a edição de SETEMBRO/25 da Revista E na íntegra

Imagine uma prateleira de supermercado. No lugar de gêneros alimentícios, mulheres: brancas, pretas, amarelas, indígenas, gordas, magras, novas, velhas. Essa imagem é usada pela pesquisadora Valeska Zanello, professora da Universidade de Brasília (UnB), para explicitar o modo como se dão as relações entre homens e mulheres na nossa sociedade. Algumas mulheres sempre estarão nos lugares mais nobres da prateleira. Enquanto, a todas as outras, estão reservados os lugares de menor destaque. 

Mas se engana quem acredita que estar no topo é uma vantagem. “A prateleira elege os homens como avaliadores físicos e morais das mulheres. Então, não existe um lugar bom, existem os menos ruins. As mulheres vão envelhecer, engordar, e ainda vão estar sob o julgo de serem avaliadas e escolhidas por homens”, explica Zanello. Se eles crescem aprendendo a se amar e admirar mutuamente, ao mesmo tempo em que objetificam sexualmente e desumanizam as mulheres, elas são socializadas para competir umas com as outras. Nesse processo, a saúde mental de todas as pessoas é abalada, mas não é difícil imaginar quem sai pior dessa situação. 

Se o desafio é descolonizar as formas de amar que nos são ensinadas desde a infância, também há lados positivos nessa perspectiva: as emoções, como os comportamentos, são assimiladas e transmitidas culturalmente e, portanto, podem ser transformadas. Encontrar outras fontes de recursos afetivos, além de amar e admirar mulheres, é um trabalho para todas as pessoas. Já para os homens, o desafio é romper com o silêncio entre eles próprios, e aprender a cuidar mais e melhor. Nesta Entrevista, Valeska Zanello conta um pouco da própria história e de seu percurso como pesquisadora dedicada à saúde mental e gênero, além de enfatizar a urgência de repensarmos os modelos de relacionamento vigentes na sociedade brasileira.  

A capa do livro Saúde mental, gênero e dispositivos (2018) é um quadro pintado pela sua avó. E por trás dessa pintura existe um fato familiar interessante. Poderia contar essa história? 

Minha avó foi uma mulher, como várias de sua geração, que aprendeu que, numa sociedade patriarcal, você precisa desenvolver estratégias de sobrevivência. Meu avô comprou esse quadro em uma viagem de trabalho e o pendurou na sala, onde ele e a família faziam as refeições. Ele era um homem patriarcal, como grande parte dos homens eram e ainda são. Em uma das viagens dele, meus tios, minha mãe e minhas tias pediram para a minha avó fazer uma festa em casa. Tiraram o quadro da parede e o colocaram em um canto, para não correr o risco de estragá-lo durante a festa. Mas havia um prego onde guardaram o quadro e, no dia seguinte, na hora de arrumar a casa, minha avó percebeu o furo. Como ela explicaria para o marido o que tinha acontecido? Ela decidiu, então, colocar um esparadrapo atrás da tela e pintar uma árvore, uma araucária, para disfarçar o espaço em branco. Não tinha nada a ver com a paisagem, mas ficou lindo. Depois, meu avô, todas as vezes que se sentava para jantar ou almoçar, dizia: “Maria, que estranho, esse quadro só tinha uma árvore”. E minha avó respondia: “tá doido, Zanello, sempre foram duas árvores”. Não sei se meu avô chegou a descobrir sobre a festa, mas ele nunca falou nada. Essa história se relaciona com a responsabilidade das mulheres pela manutenção do bem-estar dos outros. Mas faço um adendo: chegou a hora de deixar os homens aprenderem a lidar com o mal-estar. Essa não é uma gestão emocional que as mulheres devem fazer, elas estão cansadas desse trabalho invisível, da gestão das relações.  

Sua avó contornou a situação de um jeito incrível. Mas o patriarcalismo, que é o sistema de dominação das mulheres pelos homens, dentro de casa, tende a adoecê-las. Como as relações com o trabalho doméstico e o cuidado (seja dos filhos ou de outras pessoas da família) afetam a saúde mental das mulheres? 

Uma tirinha do meu livro Masculinidade e dispositivo da eficácia (2025) mostra uma situação sobre socialização: um menino e uma menina brincam dentro de casa, fazem bagunça, há vários brinquedos no chão. A mãe, então, se aproxima deles e fala: “recolham essa bagunça, seu pai está chegando”. As crianças aprendem, assim, que o homem é como um rei. Em outra cena, será servido um frango no almoço, as crianças avançam na comida, e a mãe fala para eles não comerem a sobrecoxa, porque aquela é a parte preferida do pai. De novo, o homem é o rei. Ou, ainda, frases como: “abaixa essa televisão, seu pai quer ler”. Ou quando as crianças estão brincando de videogame com o pai e a mãe diz: “filha, vem ajudar a colocar o jantar na mesa”. Nessa cena, o menino aprende que ele ainda não ocupa o lugar do rei, mas é essa a promessa. Chegou a hora de descolonizar as mulheres desse lugar onde são responsáveis o tempo inteiro pelo bem-estar do outro. E chegou a hora de os homens se desafiarem na gestão das próprias emoções e do comportamento, de se autorresponsabilizarem. O trabalho com as masculinidades é muito importante, mas difícil, porque os homens têm privilégios com o sistema hierárquico que é o patriarcado capitalista. As mulheres podem até reproduzir o sistema, mas são os homens que lucram com ele. O letramento de gênero permite sonhar com outros modelos possíveis e problematizar o mundo como ele está hoje, mostrando que talvez a realidade vivida por muitas mulheres sequer seja a desejada. 

Desde o diagnóstico, o que é considerado sintoma é diferente para homens e mulheres. Por isso, o letramento de gênero dos profissionais de saúde é tão importante. 

Nesse sentido, como pensar os modelos de casamento? 

Muitas mulheres entram no casamento não por gostarem do homem, mas por se sentirem escolhidas, por acreditarem que vão mudar o homem com o tempo. Mas esse é um esforço fadado ao fracasso, uma aposta perigosa e, em geral, malsucedida, que faz com que as mulheres tenham dificuldade de sair das relações e maternem esses homens. Eles podem se dedicar às próprias vidas, porque têm alguém cuidando deles. Isso é exploração: vai desde o trabalho doméstico e a gestão emocional até o presente da mãe do marido que tantas vezes é a esposa quem compra. Isso requer energia e tempo de vida. Enquanto a mulher se dedica à gestão do cotidiano, o homem faz um curso para ascender no trabalho, e isso impacta a velhice e a aposentadoria. Há uma expropriação direta: financeira, emocional, comportamental. Ser solteira, em uma sociedade sexista, pode preservar a mulher. Entretanto, para os homens, o maior fator de risco é ser solteiro, viúvo ou separado.  

De quais modos a cultura e a arte contribuem para reforçar ou transformar as realidades de gênero?  

A arte pode ser subversiva, a cultura também, porque o caráter ficcional possibilita entender a realidade como se a própria ficção fosse real e, assim, capaz de criar novas possibilidades. A arte também causa estranheza, mal-estar. Em Brasília, por exemplo, a atriz Adriana Lodi criou a peça Senhora P, com várias cenas baseadas no meu livro sobre saúde mental e gênero. Em uma delas, há um estupro no casamento: ela reproduz a cena desse sexo sem vontade, comum na vida de mulheres heterossexuais, e pede para todo mundo fechar os olhos. Na sequência, pede às mulheres que já passaram por aquela situação para abrirem os olhos. E quase todas abrem. Muitas vão às lágrimas. A arte tem um papel fundamental de transformação, de intervenção social e de promoção de letramento de gênero. Mas também pode ser campo de reprodução de um sistema. Há muito tempo, fiz uma pesquisa sobre músicas sertanejas com uma ex-aluna, e muitas letras dessas músicas focam na competição entre mulheres, por exemplo. Contudo, se há potência para reforçar e validar, também há para subverter e transformar.  

As emoções são fruto de contextos socioculturais. Se elas não são universais, podem ser remodeladas? 

Sim! Esse é o tema do meu próximo livro. A antropologia das emoções nos mostra que as emoções não são universais: elas são fruto de modelos culturais, aprendidas no processo de socialização. Há uma incorporação das regras sociais e as emoções transmitem isso. O neoliberalismo vende que você faz de si o que quiser. Mas isso não é verdade: os estudos sobre as emoções mostram que são necessárias três gerações para mudar uma configuração emocional. São processos lentos, que vão contra a cultura do fast (rápido). Porém, se elas são aprendidas, podem ser descolonizadas.  

Nos últimos anos, tem ganhado força a ideia de que os trabalhos de cuidado e o trabalho doméstico deveriam ser remunerados. Como você analisa essa questão?  

Eu ainda não tenho uma posição fechada, porque há vários pontos a favor, mas também algumas críticas interessantes. Por exemplo: quando você paga, a não ser que pague muito bem, será que os homens começariam a fazer também os trabalhos domésticos e de cuidado? A mulher, quando cozinha, é só uma cozinheira. O homem, quando cozinha, é chef. A mulher, quando costura, é costureira. E ganha uma ninharia. O homem, quando costura, é stylist. Se a mulher receber um salário mínimo por essas tarefas, talvez os homens acreditem que o problema esteja resolvido. Por isso, tendo a ser mais a favor da ideia de redistribuir as tarefas, porque o cuidado não é algo secundário. No nosso país, essa distribuição é muito desigual: quem mais dá cuidado, inclusive vendendo a força de trabalho para o ato de cuidar mal remunerado, sendo muitas vezes expropriadas do autocuidado, são as mulheres negras. E quem mais recebe cuidado e menos cuida são os homens brancos e proprietários. Receber cuidado é fator de proteção à saúde mental e por isso são necessárias políticas públicas em diversos níveis. No entanto, existe um processo de transição e, nesse processo, o trabalho invisível e não pago das mulheres deve ser quantificado. Já existem tentativas nesse sentido de considerar esse trabalho, por exemplo, no valor da pensão. Se o homem não leva o filho ao médico, então a mulher será remunerada para isso, pelo tempo em que não está trabalhando e se dedicando para subir na carreira, por exemplo. A mulher que largou o trabalho para cuidar da casa e dos filhos também precisa ter a garantia da aposentadoria. Nesse caso, de fato, é preciso ter um salário, mas esse não pode ser o ponto final: é um caminhar para a transformação.  

Você trabalhou em clínicas psiquiátricas e percebeu diferenças grandes de diagnóstico para homens e mulheres com sintomas semelhantes. Como isso acontece?  

Fiz várias pesquisas em um hospital psiquiátrico quando comecei a estudar saúde mental e gênero. Havia muito preconceito quando eu falava sobre essas relações, os meus colegas diziam: “mas o que tem a ver gênero com saúde mental?”. Riam e desqualificavam. Mas é preciso transformar o ordinário em extraordinário, estranhar aquilo que é habitual. Quando pesquisei os prontuários, os diagnósticos e os sintomas descritos, havia muitas discrepâncias. Para as mulheres, obesidade era entendida como um sintoma, mas muitos homens gordos não eram vistos do mesmo modo. Para as mulheres, hiperdesejo sexual ou falta de desejo não eram entendidos como problemas. Mas, para os homens, todas as questões ligadas à sexualidade eram vistas como sintomas. O fato de não trabalhar, no caso dos homens, era entendido como sintoma. No caso das mulheres, não. Para elas, aparecia como sintoma o desprazer com as tarefas domésticas. Quando eu li aquilo, pensei: “vão me amarrar aqui se descobrirem o meu desprazer com as tarefas domésticas”. O diagnóstico a partir dos sintomas também era diferente. No caso das mulheres, em geral, eram transtornos de humor. No caso dos homens, eram casos severos, retardos severos, mas sobretudo psicose. Desde o diagnóstico, o que é considerado sintoma é diferente para homens e mulheres. Por isso, o letramento de gênero dos profissionais de saúde é tão importante. 

Como você entende as ligações entre racismo, classismo e sexismo na nossa sociedade?  

Tudo está interligado. Não consigo pensar um modelo de saúde mental no Brasil sem levar em consideração a tríade entre sexismo, racismo e classismo. O sistema, o patriarcado capitalista, necessita da hierarquia de gênero e de raça para sobreviver. Então, se não houver uma expropriação, uma exploração do trabalho pelo dispositivo materno das mulheres, o trabalho invisível e não pago, se as mulheres pararem de fazê-lo, esse sistema quebra. Se as pessoas negras deixarem de vender sua mão de obra baratíssima, quebra. Não basta diversidade: são necessárias políticas de promoção de igualdade. São duas interfaces que precisam ser contempladas, mas atualmente há um apagamento da discussão sobre igualdade. Esse discurso atende a muitas empresas que, inclusive, possuem políticas de diversidade, contratando pessoas negras, pessoas homossexuais, pessoas trans, mas se for analisada a distribuição de poder, a desigualdade continua lá. Retomando a questão da saúde mental: gênero e raça são fatores de risco para a saúde mental em sociedades sexistas e racistas. Não só por essas pessoas terem mais sofrimento e apresentarem mais transtornos, mas também por serem hiperdiagnosticadas e hipermedicamentalizadas.  

A nossa dificuldade de dizer “não” vem principalmente do fato de vermos nosso reflexo no olhar do outro rachar. Há um luto narcísico: nem todo mundo vai te amar e te admirar, mas esse é um buraco no espelho que você precisa atravessar. 

As mulheres aprendem a priorizar as necessidades e desejos de todos, menos os próprios. Isso se relaciona a questões de saúde mental e sentimentos de culpa. De que modo a culpa mantém as mulheres reféns?  

Essa é a base do dispositivo materno, do heterocentramento. Existem pedagogias que nos ensinam, no “tornar-se mulher”, a sempre priorizar necessidades, desejos e anseios dos outros, em detrimento dos nossos. A ponto de muitas mulheres não saberem sequer do que gostam. Elas desaprendem. Há um apagamento da própria subjetividade. Priorizar os outros o tempo inteiro tem um preço enorme. É muito difícil encontrar uma mulher não psicoterapeutizada ou mesmo no processo de descolonização afetiva que não sinta culpa quando diz “não”. Um homem, quando diz “não”, não é visto como egoísta, ele só está sendo homem. Uma mulher, quando diz “não”, é lida como egoísta, malévola. A nossa dificuldade de dizer “não” vem principalmente do fato de vermos nosso reflexo no olhar do outro rachar. Há um luto narcísico: nem todo mundo vai te amar e te admirar, mas esse é um buraco no espelho que você precisa atravessar. Dói, mas é libertador. Para os homens, o desafio é o oposto: priorizar um pouco os outros e aprender a cuidar, porque eles cuidam muito pouco e muito mal. A metáfora para os homens, no processo de “tornar-se homem”, é o egocentramento, traduzido em “primeiro eu, segundo eu, terceiro eu, décimo o outro”. É pior do que o egoísmo. O desafio deles é se dispor a cuidar mais e melhor, e romper com a cumplicidade com outros homens.  

O letramento de gênero permite sonhar com outros modelos possíveis e problematizar o mundo como ele está hoje, mostrando que talvez a realidade vivida por muitas mulheres sequer seja a desejada 

Sobre essa questão das masculinidades: aprender a cuidar deve ser algo ensinado desde a infância, não? Meninos brincando de cuidar de bonecos, por exemplo.  

Exato, porque um dia eles vão ser pais. Aprender a varrer, aprender a lavar louça, até para não se tornar um adulto disfuncional. Um amigo, quando se separou, me ligou do mercado desesperado: ele precisava de uma vassoura e não sabia qual comprar. Parecia que estava em Marte, entendeu? E isso é ruim para toda a sociedade.  

O que é o silêncio cúmplice dos homens?  

A forma como os homens são socializados na “casa dos homens” (essa é uma metáfora do sociólogo francês Daniel Welzer-Lang) parte da ideia de que eles, em uma casa com vários cômodos, passam de um cômodo a outro ao serem testados por outros homens. Quem avalia as mulheres na prateleira são eles, mas quem os avalia são eles próprios. A masculinidade é homoafetiva e homossociável. Os homens querem ser admirados, amados e aprovados por outros homens. Geralmente os que chancelam os outros são os mais velhos, com mais experiência sexual, mais ricos, ou seja, aqueles já chancelados na virilidade laborativa. Mas não existe um quarto final: a masculinidade está sempre à prova. O homem precisa sempre se exibir perante os pares, provar algo, performar comportamentos que ele mesmo considera inadequados, como os de objetificação sexual de mulheres e de piadas sexistas. E dentro dessa casa existe o silêncio cúmplice, uma cumplicidade entre os homens. Se o meu brother, por exemplo, trai a esposa, que também é minha amiga, e eu minto para essa mulher dizendo que ele está comigo, eu sou cúmplice da traição. Se eu vejo o meu brother sendo um canalha que engravidou uma mulher e nunca pagou pensão e eu não falo nada, sou cúmplice. Se eu estou num grupo de WhatsApp masculino, recebo nudes de mulheres, acho aquilo uma babaquice e não falo nada, eu sou cúmplice. Se eu estou no trabalho e vejo um colega assediando as colegas, fazendo piadinha sexista, e não falo nada, eu sou cúmplice. Se eu vejo um homem, numa reunião de trabalho, mesmo que seja o chefe, cortando a fala das mulheres, roubando as ideias delas, e não faço nada, eu sou cúmplice.  

O letramento de gênero permite sonhar com outros modelos possíveis e problematizar o mundo como ele está hoje, mostrando que talvez a realidade vivida por muitas mulheres sequer seja a desejada 

E como isso pode mudar? 

Um grande desafio para os homens é decidir se eles realmente querem participar da desconstrução do sexismo. Não é fazer palestra ou falar no lugar das mulheres, querer aparecer, porque isso não muda em nada a violência sofrida por elas. O desafio é muito maior: envolve aprender a cuidar mais e melhor, além de romper a cumplicidade com outros homens. E, ao romper a cumplicidade, eles precisam saber que vão se tornar alvos da violência praticada por esses mesmos homens, da violência que antes era direcionada apenas às mulheres. Mas essas transformações são necessárias. Minha vida é dedicada a impulsioná-las. 

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